Capítulo 11

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LOSA

Acordei com meu celular vibrando em cima da cômoda do Jack. Resmunguei irritada antes de rastejar pelo colchão e pegar o aparelho. Atendi a ligação sem mesmo olhar a tela. Eu ainda estava bastante sonolenta e com muita preguiça. Cocei a garganta e levei o smartphone na orelha.

Alô?

Estava mudo. A única coisa que dava para ouvir era a respiração funda e lenta do outro do lado da linha. Talvez fosse engano. Isso acontecia tanto comigo que fiquei acostumada.

— Irei desligar. — falei. — Boa noite!

Continuou mudo e olhei de relance para o vidro do quadro. Ainda era noite. Provavelmente era três da manhã.

— Você está com ele, não é?

Gelei, enquanto ainda encarando a vista lá fora. Minhas mãos tremeram e minha garganta secou. Era ele. Era o Dick.

Como ele conseguiu o meu número novo?

Losa... — respirou fundo. — Odeio imaginar ele tocando em você. — murmurou. — Fodendo você, porra.

Apertei os punhos e fechei os olhos, sentindo a raiva me pegar. Eu não era ele e nunca serei.

Quer mesmo que eu acabe matando o Jack? — perguntou, com a voz calma e baixa. — Posso meter uma bala na cabeça dele em segundos ou com apenas uma ligação, Losa.

— Não...

— Sim. — ele disse. — Eu senti falta da sua voz, sabia? Como teve coragem de fugir dos meus braços? E ainda tirar a Emma de lá?

Respirei fundo, sentando na cama e apertando o telefone.

Por que você não gosta de mim? — continuou. — Se escolher ele, eu vou ter que matá-lo. Você mais do que ninguém sabe como eu me sinto quando alguém tenta me trocar... — suspirou. — Vou matá-lo, Losa. Aproveite enquanto pode...

— Não.

— Sim! Vou matá-lo!

— Pare. — eu disse, com a voz falha e rouca.

Meu peito apertou e desviei meus olhos para Jack. Ele estava me olhando assustado, enquanto também se sentava e limpava as lágrimas que desciam pelo meu rosto.

Por favor, não... — pedi.

O homem estreitou os olhos e me encarou. Ele estava confuso e não sabia o que estava acontecendo. Talvez tenha acordo com meu barulho.

Ele vai morrer e a culpa será sua... — Dick continuou. — Vou matá-lo quando ele estiver saindo da academia. Ou quando estiver saindo da casa dos seus pais. Saindo do seu apartamento. Ou saindo da porra da sua casa, caralho! — gritou. — Me diga, ele já comeu você? De novo, no caso...

Por favor, pare. — pedi mais uma vez. — Seu lugar é na cadeia...

Jack arregalou os olhos e pegou rapidamente o celular da minha mão, levando-o até a sua orelha e travou o seu maxilar.

— Vou encontrar você. — Hall disse. — Nem que demore meses, mas irei te achar. — continuou. — Não a procure mais, e se fizer isso, eu juro por Deus, que não hesitarei quando estiver cara a cara com você.

O homem desligou a ligação e deixou o celular na cama. Voltou a me olhar e encarar o meu rosto, segurando-o com suas mãos frias e trêmulas. Ele estava com raiva. As lágrimas não paravam de descer. Eu não suportaria se ele realmente matasse o Jack. Meu peito doía e minha cabeça latejou só de imaginar. Eu precisava de ar.

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora