Capítulo 31

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Gatilho.

LOSA

Queria poder me casar. Queria poder ter a chance de viver tudo aquilo ao lado dele. Ao lado do único homem que eu mais ansiei. Mas agora tudo foi destruído. Meu celular tocou no meio da festa do evento da empresa do David. Era o Dick. Disse que alguém estava me esperando no estacionamento e desligou. Minha barriga apertou e meu estômago revirou. Preciso de mais tempo. Ainda não me despedi o suficiente.

Hoje é o seu aniversário. Acordei cedo e fiz um café da manhã bem bonito e gostoso. Me arrumei e levei a bandeja arrumada na cama. Jack acordou irritado devido ao barulho, mas quando me viu, sorriu e me puxou. Eu queria poder fazer mais. Levá-lo para um encontro ou tentar cantar para ele. Passamos o dia todo juntos e curtindo, mas eu queria ter aproveitado mais. Observar com mais detalhes todos os risos genuínos e o jeito que ele me olhava.

Meu Deus!

Eu o amo tanto.

Olhei para o moreno que conversava com outro homem. Esse era o banqueiro do estado. A família Hall conhecia muitas famílias influentes. Jack sorriu sincero enquanto assentia com a cabeça hora ou outra. Desbloqueei o meu telefone e comecei a digitar, avisando para ele que iria ao banheiro. O que era mentira. Eu iria embora. Ele tirou o seu aparelho do bolso e encarou a tela. Me procurou com os olhos, logo me notando ao lado de uma mesa cheia de taças arrumadas em formato de pirâmide, e sorriu fraco.

"Precisa de ajuda para tirar a roupa?"

Ele respondeu e eu ri fraco, sentindo cada vez mais o meu coração doer e afundar.

"Não. Tenho certeza que o papo está entretendo você."

Jack riu e negou. Se apressou em digitar.

"Você só tem cinco minutos."

Assenti.

"Eu te amo."

Me virei antes que eu caísse aos prantos ali mesmo. Deixei o telefone em cima da mesa. Saí da sala, e curvei a parede, onde corri depressa para o elevador. Cruzei os braços e respirei fundo. O barulho do aço descendo os andares, me deixava muito mais deprimida por estar cada vez mais distante de todos. Da minha família. Dos meus amigos. E dele. Do Jack. Meus lábios tremeram no mesmo instante que as portas se abriram. Meu corpo todo doeu e minha cabeça latejou.

Pisei no piso de concreto e corri os olhos pelo local. Não tinha ninguém aqui. Andei mais afundo e girei. Um corpo másculo e alto apareceu no canto direito, ao lado de um carro vermelho. Usava uma máscara de pano no rosto. Uma calça preta e um casaco. Ele se aproximou de mim e eu queria ter coragem para correr, mas apenas fiquei ali, esperando que se aproximasse. Essa pessoa foi mandada por ele. Dick pediu para que esse homem viesse me buscar.

Recuei quando o homem finalmente ficou em minha frente. Tirou um celular do bolso e colocou na orelha. Na outra mão, ele segurava um saco transparente. Encarei o plástico médio e franzi a testa.

— Sim. — ele falou. — Ela está aqui comigo.

O smartphone foi colocado na minha orelha e pisquei os olhos, assustada e apavorada.

— Fale. — ordenou.

— Estou aqui.

O homem puxou o aparelho novamente.

— Entendido.

Ele me olhou e abriu o saco, estendendo em minha frente. Agora com a outra mão livre, ele arrancou o colar do meu pescoço, quebrando-o e jogando no plástico. Puxou a presilha do meu cabelo também, fazendo o mesmo com a outra joia.

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora