Capítulo 26

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JACK

— Essa noite quero me divertir com você, Hall. — Losa disse. — Então o que acha de irmos na roda gigante primeiro?

— Você quer tanto assim? — perguntei, encarando o seu rosto.

Davis assentiu ainda olhando para o brinquedo em sua frente e sem se virar para mim. Ela estava estranha desde que voltamos do passeio com o Tobi no dia anterior. A mulher se manteve calada e distante durante o restante do dia. Ficou no banheiro por uma hora, e isso me preocupou. Ela disse estar enjoada devido à ressaca, mas eu sabia que era mentira. Losa tem um costume de morder o canto interno da sua boca quando está nervosa ou tentando esconder alguma coisa. E ela havia feito.

Hoje, quando voltei da empresa, eu a vi conversando e rindo com a sua mãe. Fiquei feliz por ela finalmente se sentir pronta para permitir que o seu pai se aproximasse. Davis começou a se comunicar mais com Arthur, mas ele sabia os limites que não podiam seres ultrapassados rápido demais, e respeitou. A mulher pediu para que fôssemos na roda gigante do outro da cidade. Seu olhar baixo e hesitante me evitava. Ela escondia algo de mim, e eu queria saber o que era, mas Losa não me contaria. Ainda não, pelo menos.

— Vamos então...

Comprei dois ingressos e entramos na fila. Agora na cabine fechada, esperamos que o brinquedo começasse a rodar. A morena riu ansiosa e olhou para o chão pelo vidro da porta. Sua mão apertou a minha e olhei para ela. Os fios do seu cabelo voavam devido ao vento que entrava. Davis tirou a madeixa que insistia em ficar no seu rosto e suspirou já se irritando. Ela era tão linda que chegava a doer.

— Losa... — chamei.

— Quero poder fazer essas coisas com você enquanto eu ainda posso... — ela murmurou.

— Como assim? — perguntei.

— Você sabe, J... — sua voz ficou estranha. — Quando nos casarmos, não teremos tempo para fazer coisas como essas. Estaremos ocupados demais cuidando das nossas crianças. — continuou. — Às vezes eu queria que pudéssemos pular para o futuro.

— Por quê?

— Porque eu não quero esperar para falarmos "sim" um para o outro, Hall. — me respondeu. Ela ainda encarava o chão. O brinquedo parou no topo. — Quero poder me sentir e ser a sua esposa. Quero engravidar e ter os nossos bebês, para sabermos com quem eles se parecerão.

— Temos muito tempo para isso, L. — toquei o seu ombro. — Ter pressa só irá atrapalhar tudo que queremos.

Por que ela estava falando essas coisas?

— Sim. Temos muito tempo pela frente... — comentou, com a voz baixa enquanto abaixava a sua cabeça. — Quero ouvir você dizer que me ama também...

Isso só deixa claro que ela não me ouviu dizer naquela noite.

— Davis...

— Será que você me ama? — perguntou mais para si do que para mim. — Isso não importa. Você pode não me amar agora, J, mas eu amo você.

— O que aconteceu?

— Eu faria qualquer coisa para deixar você seguro. — ela disse. — Sabe por quê? Porque você continua sendo o homem que eu mais ansiei em toda a minha vida. O homem que eu amo e continuarei amando até a eternidade. Porque não importa o que aconteça, eu vou sempre amarei você.

Eu não precisava de muito para notar que havia acontecido alguma coisa. Eu não estava gostando dessa conversa. Me levantei no banco de metal, e me aproximei dela. Me abaixei em sua frente, logo segurando o seu rosto e sentindo minha carne ferver ao perceber os seus olhos encharcados de lágrimas. Losa estava chorando. Sua expressão sofrida me deixava maluco.

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora