Capítulo 38

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JACK

Um ano após do casamento... (Part. III)

Era Natal.

A casa dos meus pais estava barulhenta. As meninas corriam enquanto as mulheres faziam a comida durante o dia inteiro. Era função minha e dos outros dois homens ficarem com as crianças. David pegou Ari e levou a menina para varanda. Ela mexeu no Tobi e o cachorro começou a brincar. Meu pai entrou no meio deles dois. Coloquei a Judith nas costas e andei para fora também.

A água caia forte na fonte. Ela me pediu para levá-la até lá. Caminhei até o concreto molhado e coloquei-a em pé. Minha filha riu e enfiou a mão no jato de água fria. Ela sorriu e molhou seus dedos. O céu estava azul e limpo. As nuvens brancas escondiam o sol.

— Papai, tem um menino na escola... — começou.

— Ele é legal? — perguntei.

A pequena negou.

— Ele puxa o meu cabelo...

— O quê?

Franzi a testa e encarei o rosto fofo e chateado de Jud. Ela fungou e olhou para fonte.

— Eu estava lanchando o que mamãe fez para mim. — continuou. — Eu e minhas amigas estávamos brincando. Ele me chamou de feia e puxou o meu cabelo.

— Querida... — comecei. — Olhe para mim.

Judith me olhou com os seus olhos castanhos e grandes.

— Quando ele puxar o seu cabelo de novo, você chuta o meio das pernas dele.

— Por quê?

— Porque ele vai sentir uma dor imensa e não vai mais mexer com você. — expliquei. — Você é minha filha! Minha cópia! Não deixe que os outros achem que pode ser melhores que você, porque Judith Davis Hall comanda a porra do mundo inteiro. Você, a Ari e o seu irmão. Entendeu?

A garota assentiu e sorriu.

— Vou chutar o meio das pernas dele e dizer. Você não é melhor do que eu, porque comando a porra do mundo inteiro. — falou.

Neguei.

Se Losa ouvisse essa menina falando algum xingamento, ela com certeza me mataria, porque sabia o culpado.

Segurei o seu rosto pequeno e beijei a ponta do seu nariz.

— Nunca fale palavrão, Jud. — falei. — Se sua mãe descobrir, estamos ferrados...

— Posso falar escondido dela?

Que atrevida. Era mesmo uma cópia minha.

— Não, pequena. — respondi. — Nunca! — eu disse. — Jure para o papai.

— Nunca falarei palavrão! — prometeu.

Beijei sua testa e a desci do concreto da fonte. Voltamos para o Jardim, onde ela correu para brincar com a irmã e o avô. Entrei na mansão, logo caminhado até a cozinha e adentrando a sala. Kate estava temperando o peru na assadeira. Raissa cortava o frango. Losa fazia a salada. Sorri enquanto passava por ela e abracei minha esposa. Sua barriga já estava grande. A mulher estava com sete meses de gravidez.

Alisei sua pele e beijei seu pescoço. Ela se remexeu, tombando a cabeça para o lado e sorriu. Suas mãos abriram o pacote de ervilha, derramando os grãos em uma vasilha de vidro com água. Continuei atrás da Davis. Comecei a ajudá-la abrindo outros pacotes também. Ela pediu para que eu pegasse as uvas-passas e colocasse na mesa. Cortei o bacon em cortes pequenos. Ela já estava se esforçando demais. Coloquei minha mulher sentada na mesa e fiz o seu trabalho.

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora