Capítulo 33

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LOSA

Dick estava morto.

Mesmo com o rosto ferido devido aos socos que levou, ele quis confrontar a polícia. Atingiu um policial com um tiro, mas Rick se apressou em acertar a cabeça do loiro. Estava finalmente tudo acabado. Barbara e Emma tiveram a sua vingança. Espero que ele esteja queimando no inferno.

Duas semanas se passaram. Jack faz questão de fazer tudo o que eu quero. Tudo mesmo. Ontem o moreno não me permitiu fazer uma simples pipoca de micro-ondas. Mesmo uma coisa mínima, ele se disponibiliza para fazer. Quando está na empresa, Hall me liga de hora em hora. Se tornou um pai chato, e olha que a criança nem nasceu. Minha barriga estava pequena. Os pais do moreno ficaram felizes com a notícia. David, para nossa surpresa, ficou em choque e ansioso. Minhas amigas surtaram e os meninos nos parabenizaram.

Alisei minha barriga e olhei para cima, encarando o teto escuro do quarto do homem com quem irei me casar em breve. Estou esperando um filho dele. Nós fizemos uma criança que com toda certeza será linda. Meu estômago revirou e levantei rapidamente, correndo para o banheiro. Os enjoos eram insuportáveis. Só de pensar em comer alguma coisa, eu corria para privada. Escovei os dentes, logo saindo do quarto e entrando na cozinha. Eram três da tarde, e o moreno ainda não havia voltado.

Chris estava preparando algo para comer e minha barriga roncou. Agora preciso comer por dois. A mulher levantou a cabeça e me olhou, dando um sorriso fraco e oferecendo a maçã que ela cortava. Neguei. Quero algo doce. Um bolo talvez. Ainda não senti nenhum desejo maluco, mas eu gostava de brincar um pouco com o Hall.

Pressionei os lábios e peguei o telefone. Disquei o número dele e liguei. Jack atendeu no segundo toque, como se estivesse esperando. Ele parecia estar na estrada.

Oi, linda.

— Quero comer algum doce. — falei. — E não faça a piada do açúcar, por favor.

— Qual doce, exatamente?

— Algo com amendoim... — eu disse. — Amendoim com chocolate.

— Hmmm... — murmurou. — Estou voltando agora. No caminho passarei em uma doceria e comprarei algo, tá bom?

— Tudo bem. — sorri. — Obrigada, J. Eu te amo.

— Amo você.

Desliguei e me virei. Minha mãe me olhava com um sorriso fraco e desacreditado no rosto. Dei de ombros e passei pelo balcão. Abri a geladeira e peguei uma jarra de água.

— Quando realmente começar a sentir os desejos da gravidez, vai querer subir pelas paredes... — comentou.

— Jack nem vai perceber que estou mentindo. — falei e pisquei.

Enchi um copo e bebi a água gelada. Roubei uma fatia de maçã e comi, logo beijando a bochecha dela. O lugar onde a bala atravessou estava apenas dolorido, mas não era uma dor insuportável. Eu estava me curando aos poucos, assim como o Jack. Mesmo com o ferimento fechado recentemente, ele não quis parar de frequentar as reuniões da empresa.

Meu pai ainda estava em Los Angeles. Ele voltaria para o Brasil depois do meu aniversário, o qual já seria em algumas semanas. O meu irmão e Arthur estavam se dando bem. Eles se aproximaram quando foram me salvar. Isso me deixava ainda mais feliz. Já imagino o Niko sendo o tio mais babão e perturbado do mundo. Cruzei os braços sem saber o que fazer. Eu estava entediada.

Roubei mais pedaços da fruta que Chris cortava e saí da cozinha. Molhei os lábios e me aproximei da vista da cidade no vidro enorme da sala. O céu estava azul e lindo. As nuvens escondiam o sol quente. Era como se até o tempo soubesse que minha vida não estava mais arruinada e sendo infernizada. Engoli os pedaços de maçã e coloquei as mãos na cintura.

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora