LOSA
Raissa negou, se aproximando do meu corpo e puxou o elástico escuro que prendia meu cabelo. Fechei a cara, logo revirando os olhos.
— Por favor... — insistiu. — Só essa vez. Eu prometo.
Grunhi ainda recusando, e cruzando os braços enquanto andava até a ponta da minha cama.
— Não sei não... — cerrei os dentes. — Não quero deixar minha mãe sozinha aqui com o Dick ainda foragido
Minha amiga assentiu, cruzando os braços e molhando seus lábios rosados. Seus olhos claros se estreitaram, como se a morena tivesse pensado em algo.
Eu estava bastante ciente que estava em dívida. A promessa que fiz sobre pousar para ela novamente não havia sido cumprida. Mas eu não estava louca de deixar minha mãe sozinha. Justo agora que ela estava frágil.
Todos se culpavam. Minha mãe se reprimia por não perceber que foi estranho o meu sumiço repentino. Mas eu estava bem, mesmo só tendo passado apenas alguns dias. A única coisa que desejo no momento é que o Dick pague por tudo que ele fez, e que não faça mais nenhuma vítima.
Suspirei pesado e cruzei os braços no peito.
— O que acha de deixar para outro dia? — perguntei, sugestiva.
— E se eu falar com a Kate para chamar a Chris... — comentou. — E as duas saírem como antigamente? Como velhas amigas...
Pressionei os lábios, dando de ombros e assenti. Talvez fosse uma boa. Ela precisa esquecer nem que seja um pouco dessa merda toda.
— Bom... — falei. — Talvez dê certo! Mas não sei se minha mãe aceitará.
— Isso deixo com a senhora Hall. — falou. — Ela tem o jeitinho de fazer qualquer um aceitar um convite seu. — me deu uma piscadela.
— Isso explica o porquê da filha ser igual. — brinquei. — Você herdou a personalidade da Kate. — pisquei de volta.
Raissa gargalhou e pegou uma mochila no meu guarda-roupa. Franzi a testa, observando seus movimentos e neguei quando ela começou a tirar minhas peças de roupa e colocá-las no pano roxo.
— Não vou dormir lá. — eu disse, tirando minha calça e o moletom da mochila.
— A pintura levará horas para ser terminada, Losa. — me olhou.
— Ainda são cinco da tarde. — retruquei. — Antes das oito ela não estará pronta? — levantei uma das sobrancelhas.
— Talvez sim... — murmurou, continuando a guardar minhas roupas. — Talvez não.
— Acho bom terminar antes das oito, Raissa. — indaguei.
— Vamos fazer com que termine às oito, então... — ela me deu outra piscadela.
Eu a conhecia o suficiente para saber que ela estava mentindo. A morena provavelmente faria de tudo para terminar a sua pintura tarde, só para me fazer dormir na sua casa.
Colocou meu pijama preto na mochila e outras peças. Ela fechou tudo e colocou nas costas, após pegar seu celular, mexer no aparelho e colocá-lo na sua orelha. Quando a mulher começou a falar, eu percebi que ela estava falando com sua mãe.
Rolei os olhos, e andei até a bagunça que ela havia deixado, arrumando tudo e deixando o meu quarto como ele estava há minutos atrás.
Peguei meu smartphone novo em cima da cama, desbloqueando o mesmo e notando que estava nos registros das chamadas. O número da família da Emma era o recente. Hoje nos falamos pela manhã. A mulher estava segura e com sua família novamente e eu estava feliz. Não consigo imaginar nas barbaridades que o Dick fez ela passar durante os cinco anos que a manteve presa. Só de pensar nisso, minhas carnes tremiam de raiva.
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Um Amor Inesperado (Livro Final)
RomansNÃO ACEITO ADAPTAÇÕES!! ⚠️ Losa não sabia que o Dick Robbins era um psicopata, e acabou caindo no seu maldito plano diabólico de fazer com que ela voltasse para ele. Agora trancada no quarto secreto feito por ele, isolada de qualquer interação e imp...