Capítulo 8

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JACK

Acendi um cigarro enquanto observava Jason se aproximar, juntamente com Simon. Ele carregava uma mochila média na mão esquerda. O loiro ajeitou os óculos em seu rosto, e continuou andando em minha direção. O outro, ao seu lado, devorava um pacote de salgadinho de queijo. Esse era o seu favorito.

Dei o trago no rolo, puxando a fumaça e soltando-a em seguida.

— E então...? — perguntou Simon. — Por onde vamos começar?

— Ainda acho isso um erro... — meu amigo reclamou. — Se a polícia nos pegar ou saber, estaremos fodidos, Jack.

— A polícia está falhando em encontrar o Dick. — eu disse, tragando mais uma vez. — Eles que se fodam...

— Onde fica a casa dela mesmo? — o outro perguntou, colocando mais um salgadinho na boca.

— Em Torrance. — falei. — Quase há duas horas daqui. É perto. — joguei o cigarro fora. — Vamos!

Eles assentiram e entramos no meu carro. Comecei a dirigir até a casa da mãe do Robbins. Pedi o endereço para o John, e então o detetive do meu pai, me passou a rua e o número da casa da Glenda. A polícia já tinha ido lá, mas não acharam nada e ela disse não saber sobre o paradeiro do filho.

Jason se manteve quieto, provavelmente repensando se queria participar. Não era como se eu fosse assustar a mulher. Eu só queria dar uma checada. Ver se realmente aquele filho da puta não estava lá.

Eram oito da noite. O vento gelado entrava pela janela por causa do tempo frio. Por sorte, escolhi uma calça jeans. Cantei pneu, aumentando a velocidade e entrando na cidade Torrance. Segui até a rua da casa da senhora Robbins, e logo procurei o número da sua residência. Estacionei assim que vi as três sequências, e encarei o portão.

245.

Desci, e logo respirei o ar fresco. A ventania glacial bateu em nossos rostos, nos fazendo tossir e cobri-los. Com certeza ficaríamos resfriados amanhã. Encarei o portão médio de madeira da cor branca. Assim deixava tudo mais fácil. Bati as mãos, esfregando uma na outra. Dei mais uma olhada, notando o quintal grande e bem espaçoso atrás da casa. Uma garagem ficava no lado esquerdo.

— Qual o plano? — Jason perguntou.

— Vocês a distraem enquanto vasculho a casa. — falei.

— Você é maluco! — negou. — E se ela não morar sozinha?

— Daremos um jeito nisso. — Simon disse, rindo ansioso. — Somos ótimos em improvisos, não lembra?

Ele adorava essas merdas assim. Perigosas e proibidas.

— Quero que um de vocês abra a porta do quintal para mim... — murmurei.

Abri o portão e passei, fechando-o em seguida. Andei lentamente pelo lado da casa, dando breves olhadas nos cômodos. A mulher se encontrava na sala, assistindo algo na TV. A cozinha estava vazia. Apenas a luz do andar de cima que estava acesa. Acenei para os outros dois e virei, me escondendo na parede do quintal. Respirei fundo e acendi a lanterna do celular.

Entrei na caragem sem demora. Tudo que eu vi foi um carro semi-usado e peças surradas e velhas espalhadas pelo chão. Nada de estranho ou resquícios que alguém estava dormindo aqui. Merda. Iluminei o lado direito, vendo uma bicicleta média. Era azul. Provavelmente do Dick quando ele ainda era jovem. Movi a luz para o outro lado, notando uma loma cobrindo alguma coisa. Puxei o plástico preto, deixando a moto exposta. Estava limpa e com o tanque cheio. Mas por que? Tudo aqui estava empoeirado, então a moto estaria limpa e abastecida por quê?

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora