Capítulo 28

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JACK

Enchi o copo com whisky, enquanto esperava Losa terminar de se arrumar. Iríamos para um jantar na casa dos meus pais. Chris, Arthur e o Nikolai também foram convidados. O homem estava fazendo o mesmo que eu, esperando a outra mulher. Derramei o líquido marrom no copo que ele segurava. Reparando o seu rosto, mais afundo, notei que a única coisa de semelhante que ele tinha com sua filha era o formato dos olhos castanhos. Ela se parecia com a mãe.

Ajeitei a manga da camisa social branca e olhei o horário na tela do meu celular. Eram oito e o jantar eram nove, mas o David pediu para chegarmos uma hora mais cedo. Com certeza o meu pai tinha algo em mente, e eu sabia que era em relação à empresa Hall. O velho quer expandi-la e levá-la para o Brasil. Era um jogada correta, inclusive.

Arthur virou sua bebida e olhei de relance para ele. Sua postura sempre ereta, como um homem de negócios, e ele era. Sua empresa a fazia sucesso no seu país, e era a número um em vendas. Ele sabia comandar o seu posto como CEO. Era como o David, mas sem a arrogância do meu pai, pelo menos. Seu terno de marca cara demonstrava o quanto importante ele era.

Virei o copo outra e golei a bebida. A mãe da Losa saiu do corredor. Estava bonita. Usava uma calça larga no corpo da cor azul-escuro, uma blusa clara que ia até o seu pescoço e um blazer preto. Nos pés, ela usava um salto não muito alto. O outro homem levantou em instante e sorriu largo e orgulhoso, logo se aproximou da mulher e ajeitou uma mecha do seu canelo, o qual estava solto. Chris não usava maquiagem no rosto. Ela e nem Losa precisava dessas coisas, mas a Davis combinava com tudo que usava.

Olhei para o corredor assim que a morena apareceu. Minha barriga esfriou quando o seu vestido da cor creme. Não era curto. Batia um pouco abaixo das suas coxas, e a parte superior cobria a pele do seu pescoço. O sobretudo que passava o pano do vestido e a sua bota que ficava um pouco abaixo dos seus joelhos eram da mesma cor. Observei-a tanto que percebi que a beleza ficava ainda mais radiante quando ela colocava cores claras em sua pele. Seu cabelo solto estava jogado no ombro direito, e ela se apressou em ajeitá-lo, colocando uma madeixa dela no esquerdo também. Davis não usava nenhum batom, mas percebi uma pintada de marrom nas suas pálpebras cheias. Ela molhou os lábios e me procurou com os seus olhos ligeiros e castanhos.

Meu peito pulou no mesmo momento que sua atenção pousou em mim. Parei de respirar e só percebi quando meu pulmão necessitou de ar. Respirei fundo, deixando o copo de lado e levantei do sofá. Andei até ela. Sem me importar com os outros dois que também estavam na sala, afundei meus dedos no seu cabelo e beijei a sua boca. Losa demorou um pouco para retribuir, já que estava envergonhada devido aos seus pais na sala, mas continuei devorando seus lábios, e então, ela cedeu. Sua língua encostou e se movimentou com a minha, me deixando ainda mais faminto e desejoso. Protestei quando ela se afastou e me encarou, com os olhos brilhosos e calorosos.

— J... — murmurou. — É tortura, e você sabe...

— Tortura é você ser tão linda desse jeito e eu não poder te atacar do jeito que quero e planejo agora, Davis. — reclamei, com a voz baixa e rouca.

Ela riu e jogou a cabeça para trás. O seu perfume doce me inundou e cravou uma memória na minha mente. Losa tinha um cheiro único e eu gostava disso. Talvez ela não saiba, mas espirrei um pouco dele em uma foto dela que tirei na câmera Polaroide. Guardo essa fotografia na carteira e cheiro todas às vezes que não estamos juntos, para sempre sentir o seu cheiro e a sua presença. Losa ficaria boba se soubesse disso, e até me zoaria também, então é por isso que escolhi não contar, não por enquanto.

— Está linda... — Arthur comentou atrás.

A morena sorriu e assentiu lentamente, mas ainda um pouco recuada. Peguei na sua mão e nós saímos do apartamento. Entramos no elevador, saindo logo em seguida quando as portas se abriram no estacionamento. Chris e o outro homem iriam no outro carro com Silas. Losa entrou no meu, e eu dei a volta, entrando também e colocando a chave. Dirigi para fora do prédio, seguido por Harry e o outro segurança.

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora