Capítulo 27

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LOSA

Pisquei os olhos e bocejei. Era terça-feira. Espreguicei-me antes de finalmente tentar me levantar, mas o peso do braço forte e pesado Hall, me impedia.

Isso significa que hoje não teria reunião assim como os outros dias? Ele passaria o dia em casa? Comigo?

Desse jeito tudo ficaria mais difícil.

Eu estava me despedindo aos poucos de todos. Ontem pela manhã e pela tarde, eu me despedi da minha mãe. Passamos o começo e o meio do dia juntas, conversando e rindo. Eu não havia notado o quão feliz ela estava, e só de imaginar que ela ficaria arrasada quando eu partisse, meu coração se dividia em mil pedaços.

A noite, pedi para Jack me levar em um parque de diversões, e tudo foi ótimo, mesmo na roda gigante. Acabei me descontrolando e chorando. Sua preocupação e desespero enquanto me encarava, quase me fizeram revelar o que estava acontecendo. Quero tanto me casar com ele. Sentir a emoção do meu sonho se realizando e me tornando a sua esposa. Meu corpo todo doía em agonia. Eu não quero ir embora, e deixar todos para trás.

Alisei a sua barba que crescia e sorri fraco, subindo o meu carinho para a sua bochecha e fazendo círculos ali. Hall se remexeu atordoado, mas continuou dormindo. Funguei e limpei minhas lágrimas. Eu tinha que aproveitar cada minuto. Cada segundo. Cada milissegundos. Porque depois que eu fosse embora, tudo ficaria apenas em minhas lembranças, e nos próximos dias eu viveria no inferno com um homem obcecado e psicopata.

Tracei o caminho da tatuagem no seu braço esquerdo e deslizei cada linha do desenho preto. O homem se remexeu mais uma vez, e se virou, ficando de costas. Eu me aproximei e beijei sua pele. Ainda estávamos pelados devido à noite anterior, a qual ele passou me amando exatamente do jeito que pedi.

Suspirei e sentei na cama, sentindo o sono quase me fazer cair novamente no colchão macio e gostoso. O quarto estava escuro, e eu só queria ficar ali para sempre. Escondida debaixo do lençol com o Jack comigo. Longe dessa história. Longe de todas as coisas ruins que existem. De tudo aquilo que nos atrapalham. Apenas eu e ele.

Ele me odiaria se soubesse que escolhi o Dick? Mas o que eu deveria fazer? Eu estava encurralada. Ele morreria se eu não escolhesse o Robbins.

Por que tinha que ser assim?

Meu Deus!

Isso está doendo tanto. Meu peito se partia a cada vez mais que eu olhava para o rosto do homem ainda deitado e quando lembrava dos meus amigos e da minha família. Eles me odiariam também?

Isso era tão injusto...

O frio do ar condicionado me fez tremer. Meu bico do peito endureceu devido ao ar gelado. Peguei o controle e desliguei. Não estava calor, então não tinha motivo para ele continuar ligado. Coloquei os pés no chão, e me apressei em pegar um casaco grande do Hall. Ele me cobria até as coxas. Olhei para trás, já vendo que o homem estava acordado. Fiz barulho?

Ele continuou deitado e me encarando com sua expressão maravilhada e orgulhosa. Me fitava com nenhuma intenção de parar. E quando entrei no banheiro, ele criou coragem para me seguir. Molhei a escova e derramei creme dental nela, logo colocando-a na boca e começando a escovar os dentes. Reparei o homem que parou atrás de mim. Ele apoiou seu queixo no topo da minha cabeça e deu um sorriso cansado e preguiçoso. Ele alto e largo, enquanto eu me sentia pequena em sua frente. Seus braços tatuados estavam em cada lado do meu corpo. Ele poderia tirar uma foto nossa, mas essa cena ficaria na minha mente por anos.

Lavei a boca e guardei a escova. Jack fez o mesmo e vestiu uma calça de pano. Arrumamos o seu cantinho, que agora era meu também, e saímos. Passei pelo corredor e parei na porta do quarto da minha mãe. Dei três batidas antes de abri-la e arregalei os olhos quando a vi deitada ao lado do meu pai. Os dois estavam dormindo juntos e isso foi nojento de ver. Fechei a madeira rapidamente e continuei andando. Eu estava em choque e gelada.

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora