Capítulo 36

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JACK

Um ano após o casamento... (Part. I)

— Papai! — Aria gritou da varanda.

Me apressei em correr até a pequena. Ela estava molhada e com a mangueira aberta na mão. Cruzei os braços olhando para o seu rosto angelical. A menina faz beicinho e apontar para o cão no chão.

— Tobi está fedido. — reclamou. — E não quer tomar banho...

— Querida, venha aqui. — chamei. — Você pode ficar doente e a sua mãe vai me esganar, porque prometi ficar de olho em você...

— Mas papai...

— Venha!

Ari jogou a mangueira no chão e veio até mim. Seu vestido estava ensopado. Levei-a para dentro, seguindo caminho até o banheiro e colocando-a em baixo do chuveiro. A água quente refrescaria a menina. Lavei o seu corpo pequeno. Escolhi outra roupa seca e confortável e vesti nela. Aria agradeceu com um sorriso e um beijo na bochecha. Por mais que tenha a cópia do meu rosto, ela era idêntica à mãe. Ousada e desafiadora. Seu jeito impaciente de resolver as coisas do seu jeito era uma graça. Cabelo grande e castanho, da cor do cabelo da Losa. Olhos iguais aos meus, assim como suas bochechas vermelhas e boca carnuda. Já a outra não. Judith parecia comigo em tudo. Grossa e brava.

Fomos para varanda, onde a coloquei sentada no banco de madeira. Suas perninhas balançavam enquanto ela me encarava. Tirei a camisa, me abaixei e peguei a mangueira novamente. Tobi se aproximou animado e latiu.

— Você precisa ter paciência com ele, querida... — falei. — Ele gosta de carinho. Se você gritar e ser grossa, ele ficará triste.

— Mas ele correu de mim...

— Porque ele ficou com medo e triste, meu amor. — continuei. — Você não pode querer fazer as coisas do seu jeito e ser impaciente, lindinha.

Aria assentiu e abaixou o olhar. Olhar chateado da Losa. Meu Deus, ela era tão fofa.

— Mas ele ama você... — falei. — Não é, Tobi?

O cachorro deitou na grama e latiu. Molhei todo seu corpo, não demorando para passar o xampu dele e esfreguei os seus pelos.

— Estou com saudades da mamãe...

— Eu também... — murmurei. — Ela está no trabalho, mas voltará em breve, querida.

— Quando vou poder ir para escola como a Judith? — perguntou.

— Em alguns anos.

Cruzou os braços e fechou a cara. Ri da maneira que seu rosto se contraiu. Tirei a espuma do cão e passei a toalha para secá-lo. Ele correu para o sol e deitou na grama novamente.

— Quer comer pipoca? — perguntei. — Papai faz para você...

Ela assentiu e desceu do banco. Fomos para cozinha, onde a coloquei na cadeira da mesa. Peguei a panela de alumínio e coloquei o milho. Despejei o azeite, colocando a caçarola no fogo. Losa gostava de fazer pipoca desse jeito para as meninas, o mais saudável. Se dependesse de mim, tudo que elas me pedissem, eu daria. Olhei para Aria. Suas mãos estavam em cima da madeira, e seus pequenos dedos mexiam um com o outro.

Mexi a panela quando o milho começou a estourar. Peguei sua vasilha rosa e o seu copo da mesma coisa. Abri a geladeira, pegando o suco de laranja que sobrou do almoço e despejei. Desliguei o fogo, tirando a pipoca e colocando-a na vasilha da Aria.

— Papai, vamos assistir Barbie?

— Claro, amor. — assenti. — Vá ligar a TV e colocar na Netflix...

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora