Capítulo 18

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JACK

Matthew abriu a garrafa de cerveja, enquanto rodeava o balcão de mármore da cozinha do meu apartamento, e bebeu o líquido. Ele chegou hoje de manhã, juntamente com sua namorada, a qual já estava no quarto com a Losa, e isso já faziam algumas horas. Fiz o mesmo que o homem e também comecei a beber.

Ele virou sua bebida mais uma vez, logo me olhando com uma expressão curiosa e intrigada no seu rosto. Peguei meu telefone, notando que já eram dez da noite. Estava tudo silencioso, exceto o local onde as duas mulheres estavam. O barulho das suas vozes era alto. Elas riam sem parar, provavelmente colocando os papos em dia. A Christiane, mãe da Losa, já estava dormindo no quarto em frente ao meu. Arthur no apartamento ao lado. O homem se sentia agoniado por não poderia ficar ao lado da Chris o tempo todo. Ele ainda a amava, mas também se ressentia pelos anos passados.

Suspirei e coloquei o telefone de volta no bolso da minha calça. Saí da cozinha, ao lado do loiro e fomos para sala, onde me sentei no sofá de couro e tirei um cigarro da carteira. Puxei a fumaça para dentro do meu corpo, me deixando calmo e menos estressado. Saber que o Robbins tinha aparecido e ameaçado a Davis ontem, me deixava ainda mais possesso e cheio de fúria. Aquele desgraçado destruiu a casa dela, e isso poderia ter matado sua família.

Grunhi, apertando o vidro da garrafa em minha mão e tragando mais uma vez. Encarei a vista do prédio e fiquei ali por muitos minutos.

— Você está pensando em algo... — o outro murmurou. — Se apresse e me fale o que está pensando...

— Estou pensando no Robbins. — eu disse.

Matthew já sabia da história. Ele sentia raiva por não perceber maldade no Dick, assim como todo mundo. Provavelmente a Danny já sabia também. Tenho certeza que Losa contou.

— Iremos pegá-lo, Hall. — continuou. — Ninguém foge da gente... — ele também puxou um cigarro. — Esqueceu de como éramos no nosso ensino médio?

Neguei. Eu não me esqueci. Todos nos temiam naquele tempo. Era até engraçado. Simon amava saber que as pessoas tinham medo dele.

— Sempre achamos e pegamos o que procuramos... — soltou e tragou. — Iremos achá-lo e pegá-lo.

Assenti e olhei para ele. Meu amigo estava com o semblante sério e bravo.

— Sempre achamos e pegamos o que procuramos... — repeti sua fala.

A risada da Davis ecoou do corredor, fazendo-me virar a cabeça para o lado e vê-la com sua amiga. Rosto avermelhado por conta da alegria que sentia, e observei cada traço. Losa tinha um sorriso lindo e vicioso de ver. Seus olhos eram pequenos e castanhos. O corte em sua sobrancelha estava limpo e criando a casca de proteção. Ela usava uma calça de moletom cinza e uma regata branca. Seus pés livres das pantufas que costumava usar. Continuei encarando seus movimentos, até ouvi meu velho amigo coçar a garganta.

— Achei que era exagero do Simon, mas... — murmurou, fazendo-me olhar para ele. — Você está mesmo apaixonado por ela.

Levei o rolo de nicotina nos lábios mais uma vez, tragando-o em seguida.

— Então aquelas suas olhadas nos corredores enquanto procurava a Davis, finalmente se transformou em alguma coisa no futuro... — continuou. — Bom, a Losa sempre andava te seguindo, e você sabia que eu e os caras ríamos de como ela ficava na sua presença.

Ri fraco enquanto lembrava de vê-la apertando suas coxas e esfregando uma na outra sempre que me via com os garotos. De notar sua pele se arrepiar e de como ela mexia no cabelo de um jeito estranho para tentar me seduzir. Era desajeitado, mas chegava a ser fofo.

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora