Capítulo 23

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LOSA

Quando acordei, Jack não estava na cama, mas ao ver sua mensagem de texto, avisando-me que estava na empresa, relaxei e assenti. Saí do quarto, logo me apressando para arrumar o apartamento. Não estava bagunçado, mas uma mínima sujeira, me irritava. Minha mãe não estava e isso já tinha virado um costume. Eu estava sozinha e entediada, então logo resolvi fazer um bolo. O Hall iria gostar.

Peguei os ingredientes para começar, mas suspirei frustrada ao perceber que não tinha leite, e ele era o principal. Coloquei uma calça e um moletom do moreno. Me apressei em sair antes que a chuva piorasse. Avistei a Silas, um dos seguranças no estacionamento, e logo pedi para ele me levar até o mercado mais próximo. O homem começou a dirigir na velocidade média, mas agradeci quando chegou no destino.

Peguei a caixa do leite integral e aproveitei para pegar também outras coisas. Barrinhas de cereal. Doces. Biscoitos. Quando eu estava prestes a sair, a chuva engrossou. Os pingos caíam freneticamente no chão, ensopando a rua pavimentada e as pessoas que corriam para se protegerem. Eu e o homem alto esperamos até que melhorasse para podermos voltar. Coloquei a mão no bolso, na tentativa de tirar o meu celular, mas a não achá-lo, percebi que esqueci de trazê-lo.

Que droga...

Os minutos se passavam como uma tortura. Eu havia saído às duas e dez, e pelo andar da carruagem, parecia já ser três da tarde. Eu já estava ficando irritada e impaciente. Por sorte, a natureza sentiu pena de mim, e então a chuva diminuiu. Me apressei para entrar no veículo, e Silas logo partiu, me levando embora, E dessa vez não demorou. Quando ele parou o veículo no estacionamento, eu agradeci e entrei no elevador.

Franzi a testa encarando a porta aberta. Caminhei em passos lentos até passar por ela e estranhar o chão molhado. Segui as pegadas grandes no piso liso e levantei a cabeça, percebendo Jack sentado no chão e uma bagunça ao seu lado. Vasos e garrafas quebradas, juntamente com o globo de vidro também. Quando ele ouviu a minha voz, levantou em um pulo, logo se aproximando e checando o meu corpo. Seus olhos estavam vermelhos e seu semblante preocupado. Hall estava desesperado e suas mãos tremiam.

Sua voz alta e grossa me assustou. Ele perguntou onde eu estava. Seu rosto estava doído e a boca seca, enquanto ainda procurava algum machucado em mim. O homem sentou no sofá com o whisky na mão e virou a garrafa, bebendo o líquido sem pausar, e isso me preocupou. Tranquei a porta, e logo sentei ao seu lado. Queria deixar claro que eu estava bem. Queria que ele soubesse que não estou machucada ou nada do tipo.

Seu tom agora baixo e falho me deixava ainda mais confusa e perdida, mas quando ele contou o que havia acontecido, tudo se encaixou. Dick o provocou, falando algo que deixasse ele vulnerável e isso era eu. Abracei o seu corpo para deixá-lo relaxado e sugeri que ele tomasse um banho. O homem limpou sua bagunça e entrou no quarto após muita insistência minha. Voltei para a cozinha, logo tirando as coisas da sacola branca e arrumando-as.

O Robbins sabia que eu tinha saído. Mas como? Como eu soube o horário exato que saí?

Isso é confuso.

Sei que ele está nos observando há dias, mas ele não saberia de todas às vezes que precisei sair para uma coisa rápida. Ainda mais nessa chuva. Isso está me deixando maluca.

Talvez ele tenha um espião? Seria alguém da polícia? Isso explicaria o motivo dele sempre conseguir fugir antes de chegarmos. Faz sentido. Mas e se não for nenhum policial?

Suspirei cansada. Essa história já estava me esgotando. O loiro está rindo da gente. Rindo de como sempre reagimos as suas provocações. Ele sabe exatamente o que falar para nos deixarmos desesperados. Sabe todas as nossas fraquezas.

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora