Capítulo 7

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LOSA

Respirei fundo, entrando no banheiro. Liguei o chuveiro, fazendo a água quente descer e relaxar a minha pele. Tomei um banho calmo e demorado, me deixando leve e limpa. Por um instante, esqueci os dias que passei presa naquele quarto. Já haviam se passado três dias, e a polícia ainda não havia encontrado o Dick.

Andei até a janela do meu quarto, vendo Stella e Rogger lá fora, na casa em frente a minha. São policiais disfarçados para ficar de olho e me vigiando, caso o Robbins resolvesse aparecer e me atacar. Ajeitei o roupão branco que usava, e molhei os lábios, voltando para o cômodo. Olhei para o relógio na parede, vendo que já eram quase cinco da tarde.

Suspirei, andando novamente e fechei a porta após sair. Andei o corredor, logo descendo as escadas e passando os olhos pela sala vazia. O Niko saiu. Ele estava perturbado com o sumiço do Dick. Não aguentava ficar em casa e me ver deprimida. Minha mãe provavelmente estaria dormindo. A mulher ultimamente andava muito cansada. Essa história a deixou mexida.

Entrei na cozinha, circulei o balcão e abri a geladeira. Peguei uma jarra de suco de laranja. Coloquei-a em cima da bancada, juntamente com um copo transparente, um pacote de pão de forma e um pote de doce. Passei um pouco do chocolate na fatia quadrada e logo me apressei em mordê-la. Bebi um pouco de suco.

Movi meus olhos até o meu dedo enfaixado, o qual já estava com a tala. Fui ao hospital na noite anterior, e lá, uma enfermeira muito simpática cuidou do polegar machucado.

O barulho de campainha me fez encarar a saída da cozinha. Era o Niko?

Deixei o copo no balcão, e caminhei até a sala, passando por ela e olhando pelo olho mágico. Era o Jack. O que ele queria?

Depois da sua confissão ontem, eu estava ansiosa e eufórica. Após tantos anos...

Levei minha mão até a fechadura e destranquei, abrindo a porta. O cheiro do seu perfume inundou meu nariz, me deixando bêbada e entorpecida. Ele sempre cheirava bem. Seus olhos castanhos percorreram o meu corpo, encarando o roupão e o nó feito por mim. Olhar intenso enquanto fitava o pano grosso que me cobria. O homem que agora estava muito mais musculoso não disfarçava ou tentava parar, me deixando quente e nostálgica. Aquela noite não saía da minha cabeça.

Seus toques. Beijos. Sussurros. Ofegos e gemidos. Era muito melhor do que eu imaginava. As fantasias em minha cabeça não chegavam nem perto de como ele era na cama. Suas mãos fortes e grandes me pegavam forte, enquanto sua boca sugava a pele do meu pescoço, deixando mordidas deliciosas. E não demorou para que eu suspirasse pesado, encarando seu corpo bronzeado e brilhoso. Os gominhos da sua barriga estavam expostos e bem desenhados na sua regata branca.

Qualquer uma ficaria louca por ele. Cinco anos atrás e agora.

Cocei a garganta, saindo do transe e arrancando sua atenção para mim. Ele me encarava com a pupila dilatada.

Jesus Cristo...

— Entre! — eu disse, após alguns segundos.

Ele deu um passo sem demora, e então fechei a porta.

— Como está? — murmurou, com a voz arrastada e firme.

— Estou bem. — passei em sua frente, caminhando novamente até a cozinha.

Senti minha nuca queimar. Com certeza ele estaria encarando meu pescoço, e meu cabelo no ombro direito só deixava a pele mais visível.

Jack passou pela entrada e colocou as mãos no bolso da sua calça de moletom. Sua barba estava crescendo e seu cabelo médio estava na mesma, bem alinhado.

Um Amor Inesperado (Livro Final)Onde histórias criam vida. Descubra agora