Desde pequena eu me considerava uma pessoa órfã de mãe, mas nunca, em momento algum, pensei que me tornaria órfã de pai tão...cedo.
Eu nunca cogitei a possibilidade do meu pai partir, por mais que eu saiba e entenda que este é o ciclo da vida.
As pessoas nascem e depois morrem, é inevitável! E é a única certeza que temos.
É cruel, doloroso demais...
Não é justo... eu não pude ao menos me despedir, dizer o quanto eu o amo e como sou grata por ele ter feito o possível e o impossível para que eu pudesse ter uma vida boa e uma ótima educação.
Ele foi meu herói, a pessoa mais importante da minha vida. Céus, a dor que estou sentindo é surreal, o vazio em meu peito queima, estou sem chão, desamparada.
Meu pai não merecia isso, ele merecia ter vivido mais, amado mais. A vida é literalmente muito curta, quando menos esperamos, ela nos toma o que temos de mais precioso. Ouvimos tanto os outros falarem para demonstrarmos mais afeto, falarmos o quanto amamos tal pessoa e o quanto ela é importante, não damos a devida atenção.
Por mais que eu tenha feito tudo isso com meu pai ainda em vida, eu me pego pensando se poderia ter feito mais, falado, cuidado, ter lhe dado mais suporte.
E agora, não tem mais volta.
Porquê?
Esta é a pergunta que me domina, é um simples porquê, sem resposta. Exatamente como eu me sinto neste momento, vazia.
Toda vez em que fecho meus olhos vejo aquele sorriso, a sintonia de suas pintinhas em seu rosto redondo, seus olhos piedosos e cheios de ternura.
Encostada na janela da minha antiga casa, observo as gotas que começaram cair, os céus choravam, igual a mim. As lágrimas não pararam de escorrer desde o momento que eu recebi aquela noticia, chorei a noite inteira, sem cessar.
Assim que comuniquei meus amigos sobre o ocorrido, eles vieram imediatamente para
Canterbury sem hesitar. Os dois e Abigail me ajudaram com toda burocracia referente ao sepultamento.O corpo do meu pai foi liberado hoje, no dia seguinte do seu falecimento. E quanto ao seu enterro, será no final desta tarde.
Vestida em um vestido preto, levo um guarda-chuva da mesma cor. Dylan me guia com cuidado para fora da minha casa a caminho do local onde o corpo será enterrado. Passamos em uma floricultura para pegar flor de cerejeira, sua preferida. O cheiro da mesma é bom, mas nada naquele momento me alegra.
Chegamos no local.
Alguns vizinhos da vila estão presente, Carly colocou seu braço entre o meu, observo sua luva preta, tudo era muito funebre, triste.
Caminho em silêncio, sentindo lágrimas brotarem em meus olhos e molharem minhas bochechas quando avisto o caixão de madeira no tom amadeirado, com algumas pessoas ao redor.
Dylan apertar minha mão levemente, me incentivando a caminhar. Respiro fundo e assim eu faço, caminho lentamente, sentindo olhares profundos em mim.
Passo meus olhos no local e encaro algumas pessoas desconhecidas, encontrando Noah um pouco distante dos outros, acompanhado do segurança John.
Mesmo sabendo que Hector não estaria presente, meus olhos vagam pelo local. Eu o queria aqui comigo, mas não me sinto no direito ficar chateada com sua ausência. Entendo que ele é um homem cheio de trabalhos e que não pode simplesmente abandona-lo assim, até porque o mesmo se encontra preso em outra cidade, a trabalho.
Quando Hector soube, imediatamente ele me ligou, confortou-me e disse que faria o impossível para estar aqui comigo, mas...
Suspiro.
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Estupidamente Arrogante
RomanceHannah é uma jovem linda, divertida e de bem com a vida. Vira e meche, vive se metendo em confusões. Sem sorte, nunca chegou nem perto de encontrar seu verdadeiro amor, embora acredita que um dia irá. Hector Thompson, famoso multimilionário, ele é o...