Estupidamente Arrogante

Capitulo dez (BÔNUS)

*Hector*

Minha cabeça latejava.

Merda!

Não estou aguentando aquelas crianças, eu não entendo o motivo deles serem assim. Eles sempre tiveram tudo, nunca deixei que nada os faltassem. Nunca. Ao contrário, eles tem muito mais que deveria ter.

Mas...porra!

Não aguento mais as palhaçadas que eles fazem, sempre aprontando com as babás, todas, sem excessão.

A maneira que eles me tiram do sério é surreal, e olha que são meus filhos! Eu não irei me preocupar mais, cansei! Se Hannah se demitir, eles vão para um internato sim, não pensarei duas vezes para enviá-los.

Katherine é mais fácil de lidar, não aprontam igual os irmãos. A questão é que ela não gosta de falar com ninguém, as vezes até acho que ela tem medo de mim. Acho não, ela tem, todos tem.

Tem dias que me pergunto se sou duro demais, se sou um péssimo pai. Mas a real é que não sei mais ser bom, esse meu lado foi arrancado bruscamente de mim quando a mulher que mais amei, se foi.

Se foi para conceber Katherine.

Ela preferiu a vida da filha do que a dela. As vezes isso me faz culpar minha própria filha, que na verdade, não tem culpa alguma pela decisão que foi tomada pela sua mãe.

Mas quando vejo, estou afastado de todos eles. Eu não consigo ser bom para meus filhos, ser bom para absolutamente ninguém, e eu também não tento ser, e as vezes acho que nem quero.

Eu me fecho no meu mundo, trabalho exaustivamente para não ter que lidar com problemas familiares. Para não ter que lidar com meus filhos.

Rebecca se decepcionaria com o homem e pai que me tornei.

Não estávamos em um momento bom em nosso casamento, brigávamos com frequência, incansavelmente. E o motivo, trabalhava demais, não tinha tempo necessário para eles. Era trabalho e trabalho.

Quando Rebecca engravidou de Noah, tínhamos vinte anos. Foi uma época bastante difícil depois que Noah nasceu, tivemos que conciliar estudos e cuidados do nosso recém nascido. Não tivemos ajuda dos nossos pais, também não queríamos, a responsabilidade era somente nossa. Rebecca, meses depois abandonou a faculdade, mas ela não quis que fizesse a mesma coisa. Ela se dedicou a cuidar de Noah enquanto estudava, e eu estudei. Pouco antes de me formar, decidi abrir meu próprio negócio. Tinha feito muitos contatos com meus trabalhos e estágios.

As coisas estava melhorando, com o passar dos anos, minha empresa alavancou. Estávamos feliz, no meio dessa felicidade, Nicolas nasceu quando tinha vinte e nove anos. Éramos uma família feliz, porém, com os trabalhos no auge, fui me ausentando cada vez mais em casa.

Três anos depois do nascimento de Nicolas, em uma de nossas comemorações, descobrimos que seríamos pais novamente. Com trinta e dois anos, seria pai outra vez. Porém, as coisas já estavam mudadas, não parava em casa, o trabalho me já consumia. Rebecca teve complicações durante sua gestação, mas eu não ao seu lado. Quando chegou o dia do parto de Katherine, sabíamos que seria difícil, e foi.

Foi o dia mais difícil da minha vida. Sua perda me doeu. A culpa me corroeu, ainda corrói, até hoje.

Passo as mãos pelo rosto e bufo exausto. Não era hora para esses pensamentos invadirem minha mente.

Foco Hector, porra!

Tiro meus olhos da porta e encaro fixamente a tela do meu computador, tentando analisar alguns casos que eu estou à frente.