Capítulo cinquenta e quatro (BÔNUS)

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Hector narrando:

O ano letivo na Inglaterra se iniciou novamente, meus filhos estavam na escola e não demorou muito para chegarem em casa.

Recebo Noah, Nicolas e Katherine com um abraço apertado. Os três estavam com um sorriso aberto ao me ver e, com isso, deixou meu dia um pouco mais feliz.

Idiota era eu ao achar que aqueles três sorrisos não valiam de nada... eles valiam muito, eu fui burro por demorar tanto tempo para perceber isso.

-Papai!_dizem juntos.

Eu me agacho e beijo a testa de cada um.

-Estava com saudade._confesso.

Ultimamente tenho dormido com eles, não conseguia dormir sozinho. E a falta de Hannah é o motivo. Tenho tido pesadelos, insônias...

-Nós também estávamos._Noah diz gentil.

-Vamos almoçar?_eles concordam.

Eu e meus filhos caminhamos em silêncio para cozinha. Beth preparou um banquete tipico da Inglaterra. Nós conversamos, houve um pequeno entretenimento, mas não demorou muito para o clima pesar e as crianças comentarem que sente falta de Hannah.

Elas lembram dela em tudo, sempre comentam: "Se Hannah estivesse aqui..". ou então: "Ela iria amar isso...". Aquilo dói, pois não sei quando eles a veriam novamente.

Hannah é a segunda mãe deles, a mãe de criação, do coração. Ela mudou nossas vidas de uma forma inexplicável, fez de meus filhos pessoas melhores e tirou de mim toda a raiva que eu enxergava no mundo.

Eles perguntaram novamente por ela, eu não soube responder, não tenho mais mentiras para contar e acabou que toda aquela súbita e passageira felicidade se dissipou no ar.

Os três subiram para seus quartos e eu fui para meu escritório. Não quero meus filhos numa depressão, não quero vê-los tristes, mas se eu contar a verdade, será bem pior.

Noah é esperto, me olha como se soubesse de tudo que está acontecendo, mas não diz absolutamente nada, as vezes ele até tenta tranquilizar e confortar seus irmãos.

Entro no meu escritório e sento-me em minha poltrona, não aguentando de dor de cabeça, peço um remédio para Beth. Estou exausto, mas não consigo ter descanso.

Não por enquanto.

******

Já se faz uma semana que Hannah está desaparecida.

Os dias se arrasta em completa lentidão, as crianças vivem perguntado por ela e eu sempre fico sem saber o que dizer, não tenho mais mentiras para inventar para meus filhos.

Eu estou enlouquecendo.

Não trabalho, não durmo e pra comer é uma verdadeira luta. JP fica no meu pé, me dando força e pedindo para ter foco e paciência.

Eu tenho esperança de que Hannah está bem, na medida do possível, e sei que ela está viva.

Eu sinto isso.

Eu não posso perde-la. Demorei tanto tempo para confiar em alguém, para amar novamente. Mas o que eu faço? Eu deixo que essa pessoa que me cativou como ninguém, escape entre meus dedos.

Estupidamente ArroganteOnde histórias criam vida. Descubra agora