Estupidamente Arrogante

Capitulo cinco

Acordo com o som irritante do despertador. Minha vontade era de joga-lo contra a parede e depois voltar dormir.

Só que ai, me lembrei de que não estava em casa, e sim no trabalho. E como Beth havia me dito ontem que precisaria sair mais cedo, ela pediu para que eu fizesse o café da manhã de Hector, e eu não podia negar esse pedido no meu segundo dia. Por esse motivo, forço meu corpo a se levantar.

Depois do episódio chato de ontem, não vi mais aquele homem extremamente grosso e assustador.

As crianças jantaram a contra gosto. Depois dei banho em Katherine, coloquei ela e Nicolas para dormir, enquanto Noah trancou-se em seu quarto e não saiu mais, eu também não ousei ir atrás.

Tiro esses pensamentos da cabeça e me arrasto até o banheiro, tomo um banho rápido, faço minha higiene matinal, coloco meu uniforme, prendo meus cabelos no alto em um rabo de cavalo, coloco a sapatilha e saio do quarto depois de responder brevemente a mensagem de Carly perguntando como está sendo.

Ainda está amanhecendo, o que só me deixa ainda mais mau humorada, odeio acordar muito cedo.

Entro na cozinha e começo a preparar o café da manhã. Preparo tudo conforme Beth tinha me explicafo, ontem fiquei observando e aprendendo, ainda não tive muito contato com as crianças.

Na mesa, coloco todos os tipos de coisas sobre ela, preparo rapidamente o café do jeito que ele gosta, amargo, talvez seja por isso que ele é tão azedo.

Quando termino tudo, ele aparece as 6:30 em ponto na cozinha. Senta-se na mesa e começa a servir-se.

Simples assim, sem nenhum bom dia ou como você está... Não sei como ainda espero um gesto de gentileza, ser gentil não é do seu feitio.

-Bom dia, senhor._atrevo-me a falar.

-Bom dia._responde seco.

Né afasto dele e me posiciono distante da mesa, encarando-o. Vejo pegar um pão integral e coloca-lo em seu prato, passou geleia e depois se serviu o café.

Observo cada um dos seus movimentos, eu não sabia se poderia me retirar, ou se tenho que ficar parada esperando ele terminar seu desjejum. Hector leva um pedaço de pão até sua boca e fala, chamando minha atenção:

-Vai ficar me encarando, Hannah?_pergunta mastigando lentamente.

-De...esculpe senhor._abaixo a cabeça e sinto a droga do meu rosto queimar de vergonha.

-Onde está Beth?_pergunta rude.

-Ela precisou sair.

Hector não fala mais nada e eu também não. Quando ele termina seu café, saí da cozinha sem dizer nenhuma palavra, me deixando sozinha. Eu não entendo qual é a desse homem, o por que dele ser tão grosseiro, tão estupidamente arrogante.

Mas eu não estou aqui para entende-lo e sim para trabalhar.

*********

Noah entra na cozinha cabisbaixo, ele estava de uniforme e mochila nos ombros. Quando ele percebe minha presença, assume uma postura totalmente arrogante, é mesmo muito parecido com o pai.

-Olha babá, não pense que irei te dá trégua por que me defendeu ontem._ele senta-se e começa a se servir.

-Olha Noah, não pense que eu te defendi para que me desse trégua._ele olha para mim de canto de olho e não diz nada.-Eu fiz um lanche para você e seus irmãos levarem para a escola._vou até o balcão e pego o dele.-Esse é o seu.

-Não sou mais criança babá, agora se me der licença, me deixe tomar meu café em paz enquanto você arrumar meus irmãos.

Estava tão entretida que acabei esquecendo que tenho que arrumar as crianças, já já Anthony os levará para a escola.

Ignoro Noah e saio da cozinha, subindo as escadas correndo. Entro no quarto de Nicolas primeiro, o mesmo já estavam acordado.

-Para o banho._ele me olhou sem jeito e revirou os olhos.

-Você não vai me dá banho.

-Porque não?_cruzo os braços.

-Eu não preciso de ajuda para tomar banho.

-Tudo bem._levanto minha mão em sinal de rendição.-Eu irei ir arrumar sua irmã, mas se você não estiver pronto quando eu terminar, vou ser obrigada a te dá banho

Me aproximo de sua cama e bagunço seus cabelos, sorrindo para ele.

-Se apresse._digo.

-Tchau babá.

Saio do quarto dele e entro no de Katherine. Ela estava sentada em sua cama, coçando os olhinhos por conta da forte claridade. A mesma me encarou sonolenta.

-Oi pequena._digo e ela sorri tímida.-Vamos tomar banho?_ela faz que não.-Vamos sim senhorita, você não quer ficar cheirando mal, quer?_Kat rapidamente nega com a cabeça.

Solto uma risadinha e pego-a em meu colo, caminhando para o banheiro. Encho a banheira, checo a temperatura e tiro as roupas dela, colocando-a lá dentro.

Resolvo não lavar seus cabelos, aproveitando que Katherine estava distraída com a água, faço um penteado simples.

Depois que terminei, pego ela em meus braços e enrolo seu corpo em uma toalha, colocando-a deitada no trocador. Sequei seu corpinho, coloquei sua fralda e vesti seu uniforme, calcei seus sapatos. Peguei sua lancheira e saímos do seu quarto, descendo para cozinha, para ela tomar café.

Na apostila, Hector deixou claro que não gosta que seus filhos comam doce. Bolo sem açúcar, suco sem açúcar, tudo sem açúcar. Por isso, cortei as frutas em cubinhos e coloquei suco natural em sua mamadeira.

Depois que todos havia tomado seu respectivo desjejum e escovado os dentes, Anthony aparece chamando para eles poderem ir.

Eu havia guardado o lanche que preparei na lancheira de Nicolas e de Katherine, mas Noah se rejeitou a pegar o seu.

Vejo Anthony com uma certa dificuldade em colocar Katherine na cadeirinha no carro, por isso caminho até lá e o ajudo.

Katherine sorrir para mim. Ela, dos irmãos, é a que não me deu nenhum trabalho, até agora. Acho que talvez por ser a mais nova entre eles e não entender muito bem o que acontece ao seu redor.

Nicolas entrou correndo e sentou-se ao lado da irmã, puxando o cinto de segurança. Para uma criança de 5 anos, ele é um garoto extremamente inteligente. Nunca vi uma criança fazer quase tudo sozinho sem precisar de ajuda de ninguém.

Olhei para Noah saindo da casa, a caminho do carro. Me aproximo e estendo a mão oferecendo-o novamente o lanche que tinha preparado e que ele havia rejeitado ainda a pouco.

Tive esperança que ele pegasse, mas Noah olhou para mim com desdém e entrou no carro logo em seguida.

Tudo bem, talvez ele tenha razão, ele não é mais criança para ser tratado assim. Mas sei lá, achei que ele pudesse ter gostado.

Anthony deu partida no carro, em seguida, sumindo do meu campo de vista.

Respiro fundo olhando para meus pés.

Talvez ainda seja cedo para dizer isso, mas eu vou conquistar essas crianças por mais difícil que seja.

Afinal, esse é o meu novo ambiente de trabalho e se eu não conquistar a confiança deles, sei que trabalhar aqui vai ser em vão.

Eu vou fazer de tudo para que não seja.