Capítulo quarenta e um

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Mais um mês se passou.

Mais um mês trabalhando na mansão se completa.

As coisas na casa Thompson estão estranhamente pacífica, tudo vai muito bem. Minha relação com as crianças melhora dia após dia, e com Hector, também.

Apesar de sentir ele meio distante desde que uma antiga amiga sua veio para Londres a trabalho.

Mesmo assim, nossa "relação" não mudou em absolutamente nada. Sempre que ele chega de sua empresa e tem uma oportunidade, Hector me puxa para dentro de um cômodo da mansão e me faz dele, ali mesmo.

Hector me trata extremamente bem, ele tem todo um carinho e cuidado comigo. As vezes me pego pensando na possibilidade dele estar se apaixonando por mim, mas rapidamente tento espantar esses pensamentos, eu não quero me iludir quanto a isso, apesar de sentir que estou me aprofundando nessa relação cada vez mais.

O frio em minha barriga são constantemente, as borboletas em meu estômago não me dão sequer uma trégua quando estamos próximos. Minhas mãos ficam trêmulas, minhas pernas bambas, e um nervosismo absurdo se instala em meu corpo.

No fundo, eu sei que posso estar me apaixonando por meu chefe, mas não quero ter que admitir isso em voz alta.

Eu não quero estragar as coisas entre nós dois, porque eu sei que se eu dizer isso a ele e admitir para mim mesma, tudo o que temos até agora irá por água abaixo.

Hector irá se fechar, fugir.

E eu não quero isso.

Ultimamente ele esta sendo meu porto seguro, a pessoa em que posso contar e confiar de olhos fechados. Hector tem sido tão compreensivo e legal comigo que eu não consigo acreditar que este homem um dia já foi completamente arrogante e estúpido com todos ao seu redor.

Apesar da calmaria no meu trabalho, venho vivendo dias de horrores nesta última semana que se passou. Precisei voltar para casa do meu pai, pois há alguns dias o mesmo precisou ser internado com uma certa urgência pelo fato das complicações em sua saúde está se agravando cada vez mais.

Meu pai, quase sempre apresentou uma quadro de saúde ruim, vivendo a mercê de remédios por conta de sua disfunção. Eu não me lembro exatamente quando, mas minha mãe já tinha nós deixado quando ele foi diagnosticado com insuficiência cardíaca diastólica, isto é, quando os músculos do coração ficam rígidos e não se enchem de sangue facilmente.

E recentemente, essa sua doença crônica está indo de mal por conta de uma gripe que infelizmente ele contraiu, agravando assim, um quadro de pneumonia.

O que me deixa aflita e apreensiva é saber que esta infecção pode ser fatal para qualquer pessoa, mas particularmente pessoas com uma idade mais avançada e com um histórico de saúde ruim, como o caso do meu pai.

Respiro fundo, me sentindo desolada. Encosto minha cabeça na janela do ônibus torcendo que a viagem até a casa dele não seja demorada.

Acabei de sair do hospital, uma vizinha e amiga do meu pai ofereceu ficar com ele para que eu fosse até nossa casa tomar banho e comer algo.

Apesar de não querer me afastar e tirar os pés daquele lugar, sei que é necessário, preciso estar bem e saudável para estar com meu pai.

Fecho meus olhos por um momento quando sinto meu celular vibrar no meu bolso traseiro. Saco o aparelho e vejo um número desconhecido piscar repetitiva vezes no visor, receosa, resolvo atender.

-Hannah?_ouço uma voz conhecida me chamar.-Hannah, sou eu, Noah.

-Oi meu amor._saúdo.-Como você está? De quem é esse número?

Estupidamente ArroganteOnde histórias criam vida. Descubra agora