BÔNUS

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-...Hector e a polícia encontrará os dois, e isso terá válido a pena? Quando vocês estiverem presos, meu sofrimento terá válido a pena?

A pergunta de Hannah martela insistentemente em minha cabeça, incansáveis vezes, sem cessar.

Terá válido a pena?

Meu subconsciente refaz novamente aquela pergunta, obrigando-me a responder.

A verdade, é que sim, talvez terá válido a pena.

Agora, Hector saberá o que é perder alguém que realmente ama, ele conhecerá a dor pela pior maneira possível, ele sentirá na pele como é sentir uma pessoa sendo arrancada brutalmente da sua vida, sem nenhum aviso prévio.

Ele sofrerá, isto é o suficiente.

Aquele desgraçado, ele não amava Rebecca verdadeiramente, ele a tirou de mim por puro egoísmo, para inflar seu ego...casou-se com a mulher da minha vida e no final, o que ele faz? a matou.

Então quer saber? Talvez todo esse sofrimento causado em Hannah, valha a pena sim.

Eu tenho dinheiro. Dolores tem dinheiro. Se nos acharem, facilmente saímos da prisão e poderemos recomeçar nossa vida do zero em outro lugar facilmente.

Dinheiro move tudo, compra tudo.

Hector com toda certeza já havia acionado a polícia, procurando desesperadamente por sua amada, afinal, já se passaram treze horas desde que a sequestramos.

Neste momento, todos já sabem quem está por trás disso, e tudo por culpa de Dolores, que agiu sem pensar, impulsivamente.

Nosso plano é somente sequestra-la, Dolores não me disse nada alem disso, e eu também não questionei a respeito do que iremos fazer com Hannah.

Eu poderia simplesmente fugir, pedir algo em troca...mais dinheiro, pedi que liberassem e limpassem minha ficha, assim eu poderia fugir para outro país, sem me importar se viriam atrás de mim depois.

Mas agora já é tarde, e eu irei até o fim.

Não irei fugir.

-Erick, estou falando com você!_levanto meus olhos e encontro Dolores me encarando.

-O que?_pergunto indiferente.

Ela dá a volta na mesa velha e arrasta uma cadeira, sentando-se ao meu lado graciosamente.

-Pensativo?_ela passa sua língua em seu lábio superior, lentamente.-Não vai me dizer que ficou com medinho...

-Claro que não, agora eu vou até o fim.

-Ótimo._Dolores coloca suas mãos sobre mesa e se levanta.-Não vai amarelar, como Abby fez._nego com a cabeça.-Precisamos ir, amanhã voltamos para esse muquifo.

Aceno positivamente e a acompanho.

Estamos na floresta de Screaming Woods, um lugar bem afastado e sombrio. Dolores procurou árduadamente por um local o mais escondido possível.

Quase ninguém anda por essa região.

Inúmeras pessoas dizem que testemunharam muitos gritos emanados da floresta, afirmando que são causados por fantasmas de pessoas que se perderam e acabaram morrendo por aqui, isto já é motivo o suficiente para não virem fuxicar nessas bandas.

É um lugar perfeito!

E quando estávamos na estrada, paramos em um ponto onde havíamos deixado outro carro escondido, justamente para não nos perseguirem e nos procurarem pela placa.

Assim que trocamos de veículo, colocamos fogo no mesmo, com todos pertences de Hannah e Abby.

Sem rastreio, sem pistas.

-O que iremos fazer com Abby?_pergunto, seguindo seus passos.

-Jogue ela no quarto com Hannah, por enquanto._aceno.-Vou te esperar no carro.

Dolores sai da pequena casa rebolando, joga um beijinho no ar, me dá um tchauzinho e passa pela porta. Essa mulher é uma verdadeira cretina, não vale absolutamente nada!

Todo trabalho pesado deixa comigo.

Bufo. Caminho em direção ao outro pequeno cômodo. Retiro a chave do meu bolso, abro a porta e encontro Abby sentada em um canto, extremamente pálida.

-Venha comigo._ela nega com a cabeça.-Agora!

Em passos largos, caminho até onde ela está, seguro seus braços e a levanto com brutalidade.

-O que vai fazer comigo?_sua voz trêmula denuncia o quão nervosa ela está.

-Não me dirige a palavra, sua traidora._a empurro, obrigando ela caminhar.-Você é mesmo muito burra, Abby._olho para suas mãos amarradas e lamento por sua situação.-Olha onde está agora.

-Eu estava com raiva por ter sido expulsa da mansão, eu tive inveja de Hannah ser amada por todos...eu só queria separar ela e Hector...mas, isso tudo é demais para mim._choraminga.-Olha quanta ruindade Erick, vocês a machucaram, eu ouvi os gritos dela.

Ignoro-a, destranco a porta do cômodo em que Hannah está, e direciono Abby para o mesmo.

Hannah está deitada, com cabelo preso para trás, fio por fio, alinhado num coque.

Ela levanta sua cabeça levemente e nos encara, sem expressão alguma.

Seu rosto é uma coisa divina: fino, com traços prefeitos. A mesma coisa se podia dizer do pescoço, dos braços, da cintura, das pernas...tudo lindo, delicado demais, como se pudesse quebrar.

Ela se parece com um anjo, com um cisne branco, com uma verdade princesa...Ou talvez uma mistura de tudo isso, condensada ali, em uma só criatura.

Ela literalmente é linda com suavidade, tão graciosa...entendo porque Hector está aos seus pés, Hannah é uma beldade.

-Trouxe companhia.

Empurro Abby para o centro do quarto, a mesma se desequilibra e cai de joelhos sobre a madeira.

Bufo.

Reviro meus olhos e balanço a cabeça negativamente, caminhando em direção a saída.

Antes de fechar a porta e tranca-la, observo Hannah levantar-se com uma certa dificuldade, caminhando até Abby, com intenção de ajuda-la a se erguer.

É inacreditável como Hannah consegue ser bondosa até com a pessoa que ajudou coloca-la nesta situação.

Mas lamento dizer, sua bondade e sororidade não irá fazer com que ela escape deste lugar.

Hannah agora está em minhas mãos.

Hannah agora está em minhas mãos

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Estupidamente ArroganteOnde histórias criam vida. Descubra agora