Capítulo vinte e oito

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Uma brisa calma me envolve por completo, me sinto leve como o ar. Fecho meus olhos e absorvo toda a paz que aquele lugar desconhecido me oferece.

Sinto que estou sendo sugada e levada cada vez mais para longe, um lugar muito distante. Tento abrir meus olhos, mas agora é impossível, sinto que estou fraca e completamente sem forças para mexer um músculo sequer.

Por um lado, eu queria lutar, abrir meus olhos, porém aquela paz me consome cada vez mais e mais. Eu gosto da sensação, me sinto tranquila, mas também me sinto um pouco frustada.

-Acorde, Hannah._ouço uma voz apavorada.-Por favor.

Aquela voz não é estranha, eu a reconhecerua em qualquer lugar. O seu timbre grosso e rouco parecia assustado, porque? Eu não entendo.

Tentei abrir meus olhos, em vão. A voz estava ficando cada vez mais longe, mas ainda é possível ouvi-lo.

-Vai Hannah, acorde._novamente o ouço.

Céus! Eu quero acordar, mas meus olhos estão pesados demais, eu não consigo abri-los. Suspirei pesadamente, e quando ouvir choros baixinho, choro de criança, meu coração ardeu.

-Vamos lá Hannah, por favor, acorde._mais uma vez ouço a voz, agora fraca, me chamar.-Por favor, por favor.

Respiro fundo e tento lutar uma última vez. Por fim consigo abrir meus olhos e em seguida ouço suspiros aliviados. Enxergo as pessoas ao meu redor completamente embaçadas, pisco para tentar enxerga-los melhor e logo reconheço os rostos apavorados, com expressões agoniadas.

-Graças a Deus._Margot sussurra.-Está me ouvindo, querida?

Tento formular alguma palavra, mas nada sai da minha boca. Sinto uma pontada forte em minha cabeça, fecho meus olhos e apenas aceno positivamente. Flashes invadem minha mente.

Dolores, maldita!

Ainda tonta, abro meus olhos e procuro por ela. A mesma me observa com uma falsa e cínica preocupação no rosto, aquela mulher não presta, como pode?

-Tire Dolores daqui, agora._ouço a voz Hector dizer no modo autoritário.

O frio de meu corpo molhado fez meus pelos eriçarem, me encolho. Hector parece estar no modo automático, ele estica os braços e me pega no colo, me tirando do chão frio.

Só então olho para seu rosto. Pingos de água escorrem de sua face. Foi ele. Era a sua voz que estava me chamando, ele quem me salvou e me tirou do fundo daquela piscina.

Olho em seus olhos e os mesmos tinham um misto de medo. Mas por que ele teria medo?

Fecho minhas pálpebras e apoio minha cabeça em seu peito, ouvindo as batidas do seu coração acelerado. Tento respirar calmamente, o pior já havia passado, eu estou bem agora.

Sinto meu corpo ser depositado com cuidado em algo, abro meus olhos e vejo que estou no sofá da sala.

-Você nos assustou._Hector fala me avaliando.

Sem saber o que falar, abro um sorriso amarelo.

-Hannah._desvio meus olhos de Hector com muita dificuldade e encaro as três crianças correndo em minha direção, completamente assustados.

Eles estão com os olhos vermelhos e seus rostos estão inundados por lágrimas. Tento me sentar no sofá, mas Hector me impede delicadamente.

-Tudo bem._digo para Hector, e então me sento com cuidado.-Ei venham aqui._chamo os três, com o coração na mão.-Estou bem, meus amores._eles se jogam em mim e me apertam em um abraço.

Estupidamente ArroganteOnde histórias criam vida. Descubra agora