Desde a morte do meu pai, se passaram dois meses. Confesso que não está sendo fácil, a dor ainda está presente, está tudo muito recente.
Tem noites que eu sonho com ele, outras não consigo nem pregar os olhos. Tem dias que eu não sinto vontade de comer, penso em desistir de tudo. Mas aí, encontro forças nas pessoas ao meu redor, então tudo fica menos difícil.
Meu laço com as crianças está cada dia mais firme. Margot está sendo uma pessoa incrível, como uma mãe. John e eu criamos uma amizade bacana, ele tem sido muito legal comigo, um verdadeiro amigo, como Carly e Dylan.
E Hector, estamos bem.
Ele me ajudou com a venda da casa do meu pai, tem me dado forças e um apoio surreal. Hector tem sido incrível para mim, meus sentimentos por ele estão cada vez mais forte.
É impossível negar, estou me apaixonando por ele. Na verdade, não é de agora, acho desde que coloquei meus olhos naquele homem, soube que ele iria ferrar com minha vida.
Neste meio tempo, já pensei em me abrir para ele, mas não quero que Hector pense que estou dizendo isto em um momento de fragilidade meu, ou apenas por gratidão, pois não é.
É certo, eu estou apaixonada por Hector.
Mas ele...não posso dizer o mesmo. Ele nunca me deu indícios de estar sentindo o mesmo por mim. Além do mais, sinto que Hector está um pouco distante nestes últimos dias. Ele não tem almoçado em casa com as crianças, as vezes chega tarde e vive no telefone.
Eu finjo não ligar, não temos nada, mas de fato, algo está me incomodando.
Respiro fundo e encaro a enorme tela em minha frente. Já retornei ao trabalho e estou no cinema da mansão com as crianças, assistindo a um filme qualquer, no qual eu não estou prestando atenção.
Apoio minha cabeça na palma da minha mão e suspiro, um suspiro profundo.
Tento manter minha mente ocupada na maior parte do tempo, as vezes não é fácil, mas estou conseguindo. Estou até pensando em iniciar uma graduação, além de ser algo que sempre desejei, vai me manter bastante ocupada.
Com a venda da casa, irei investir o dinheiro em meus estudos. Tenho uma quantia simbólica guardada, que vinha juntando a algum tempo, então para início, conseguiria pagar minhas mensalidades tranquilamente, sem precisar me preocupar com dinheiro.
Meu único receio, é de me afastar das crianças. Eu não quero isso, eles me consideram como mãe deles, e eu os considero meus filhos.
Trabalhar aqui não faz mais sentindo, já que uma mãe não recebe para cuidar de suas crianças, ela não recebe para exercer está função tão pura, doce e genuína.
E ser babá deles, já não faz mais sentindo algum.
Porém, se eu desistir deste trabalho... Hector deixará eu vê-los? Nossa relação será a mesma? Ou ela irá se desgastar?
São tantas perguntas sem respostas, eu não sei mais o que eu faço.
Um bocejo escapa da minha boca. Endireito minha postura e espreguiço-me no puff. Encaro as crianças olhando vidradas para a tela do cinema, sorrio levemente.
Eu não quero que o laço que criamos se desfaça, os três são extremamente importantes para mim.
Sinto meu celular vibrar no bolso do meu uniforme, trazendo-me de volta a realidade. Meus olhos se desviam das crianças e caem sobre o meu bolso, saco meu aparelho e olho no visor um número desconhecido. Arqueio minhas sombrancelhas e franzi o cenho, um pouco desconfiada.
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Estupidamente Arrogante
RomanceHannah é uma jovem linda, divertida e de bem com a vida. Vira e meche, vive se metendo em confusões. Sem sorte, nunca chegou nem perto de encontrar seu verdadeiro amor, embora acredita que um dia irá. Hector Thompson, famoso multimilionário, ele é o...