"Sem máscaras e Sem disfarces."

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Alicia P.O.V.

Depois de tais palavras ditas pela Raquel, eu estou completamente em choque. Não sei como agir, o que dizer... Eu não sei nem o que estou sentindo. Puta merda. Está tudo tão confuso.

-Raquel?-Desencostei as nossas mãos.-O qu...

-É confuso, eu sei! Mas é a verdade e eu não aguentava mais guardar isso para mim. Porque isso vem acontecendo e se expandindo aqui dentro há muito tempo, Alicia. Não foi do dia pra noite. Não foi. E, mesmo com tantos impasses e essa estrada torta me direcionando para o lado oposto, aqui estou eu, finalmente, te confessando tudo que eu guardei por tanto tempo.-Eu estava levemente boquiaberta e a cada palavra eu sentia fortes correntes elétricas pelo meu corpo inteiro.-Olha, eu não vou esperar que corresponda da mesma forma mas eu precisava te dizer isso, se vai estragar tudo daqui para a frente eu não sei, mas precisava correr esse risco.- Fiquei em silêncio a olhando.- Alicia, fala alguma coisa. Nem que seja um "Dane-se".

-Raquel, eu...-Segurei suas mãos firmemente, enquanto ela acompanhava cada movimento com o olhar com um pequeno sorriso no rosto.-Raquel...-Tentei falar mas não saia som algum, Respirei fundo e me levantei, vendo sua expressão mudar.-Não dá para eu fazer isso... Eu- Seus olhos começaram a adquirir um brilho, mas não era de satisfação, era de decepção.-Eu sinto muito!- No impulso sai do quarto. Ouvi Paulinha me chamando algumas vezes, mas eu não dei muita bola porque estava desesperada.

Já do lado de fora da casa, eu entrei no carro, mas não liguei-o, apenas me isolei dentro do veículo, enquanto tentava respirar normalmente, mas havia uma forte pressão no meu peito impedindo. Estou muito nervosa. Comecei a roer as unhas enquanto encarava a casa na minha frente pensando em voltar lá, mas seria uma tamanha imbecilidade da minha parte, já que estou agindo feito uma completa idiota. Eu não consegui nem completar uma frase direito. Nem me reconheço. Olhei no porta luvas e encontrei os meus doces preferidos que a Raquel sempre tinha em mãos nos momentos certos, sorri boba pensando nela mas logo sacudi a cabeça em negação tentando limpá-la dos meus pensamentos. Comecei a abrir algumas embalagens e só depois de pôr aquelas balinhas deliciosas na minha boca, eu consegui me acalmar um pouco. Procurei mais, mas havia acabado, então peguei um cigarro que estava alí e o encarei pensando se valia a pena fumar depois de  meses.

Raquel P.O.V.

Eu sou uma idiota! Eu guardei tudo isso por tanto tempo, e tudo só parecia melhorar entre a gente, agora eu abri a boca para me sentir mais leve, por querer me sentir melhor, por puro egoísmo e olha só o que aconteceu. Óbvio que Alicia nunca iria corresponder. Somos pessoas completamente diferente, somos quase opostas, e não é porque eu estava apaixonada que ela também deveria. No que eu estava pensando? Raquel você é uma completa imbecil!

Fui até uma gaveta que eu quase não abria e peguei um cigarro, pensando se fumava ou não, se valeria ou não trocar o meu vício por ela, em outro. Sinceramente, eu não sei qual mata mais rápido.

Peguei o isqueiro e quando tentei acender, aparentemente o gás do objeto tinha acabado. Que sorte, hein! Procurei outro e quando ia levando até a boca, ouvi o barulho da maçaneta e logo joguei tudo dentro da gaveta e fechei rapidamente. Não sei como fui tão ágil.

-Mamãe?-Era a Paulinha que estava com o Léo no colo, completamente desajeitada.-Ele está fedendo. Toma!-Sorri e o peguei rapidamente.-Ufa! Ele é muito pesado.-Falava fazendo alguns "alongamentos" enquanto eu já estava trocando o garoto.-Mãe, estava chorando?

-Eu? Não, não.-Peguei o Léo no colo e sentei na cama.-Bem melhor!

-Vocês brigaram não foi? É por isso que ela saiu daquele jeito me ignorando, não é?

RALICIA: Rivais por opção.Onde histórias criam vida. Descubra agora