Capítulo 13

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Toni chutou a cadeira que antes seu pai estava sentado, furiosa. Como ele pôde ser tão indiferente com a própria filha esse tempo todo? Como pôde privilegiar apenas uma abandonando a outra?

- Droga! Droga! Droga! - Praguejou tendo vontade de quebrar tudo.

Direcionou-se até o banheiro entrando desesperadamente debaixo do chuveiro. Lembrou-se de ter bebido, de ter falado mais do que devia e... Elizabeth!

Após vestir-se, saiu do quarto indo até a cozinha. Encontrou sua mãe e sua irmã na sala.

- Cadê o Thomas? - Perguntou encolerizada.

- Chame-o de pai, Toni. - Suplicou Katy.  - Ele saiu para cuidar dos preparativos do seu casamento com a Cheryl. Precisamos conversar, minha filha.

- Não, não precisamos. Eu já sei que vocês ouviram a conversa toda. - Aproximou-se até perto da irmã. - Eu tenho sim, inveja do amor que o Thomas sente por você. E isso não me faz a pior das mulheres.

- Não adianta conversar quando você está possuída pela raiva, irmã. - Veronica diz calmamente.

Toni bufou e saiu indo até a cozinha. As panelas estavam no fogo, mas não tinha ninguém olhando-as. Lembrou-se de Elizabeth e foi até o quarto das empregadas. Dormira com ela sem nem ao menos lembrar o que houve ao certo.

Aproximou-se da porta ouvindo o choro de Elizabeth. Não hesitou ao abri-la de uma vez.

- Ágata, saia. Eu preciso falar com Betty, por favor.

Ágata até tentou argumentar, mas Toni insistiu em falar com Betty. Saiu antes que sobrasse pra ela. Betty estava acuada, chorando.

- Betty... - Tentou aproximar-se da garota, mas ela a afastou.

- Não se aproxime, Sra. Toni. - Sua voz trêmula causou remorso em Toni. - Não me toque, por favor.

- Não a tocarei, Betty. - Toni afastou-se. - Gostaria de saber o que exatamente aconteceu ontem.

A pobre garota enxugou suas lágrimas, respirou fundo e encarou Toni como se encara um inseto asqueroso.

- Você me elogiou, disse coisas lindas, coisas que qualquer mulher adoraria ouvir...- Ela gesticulava tentando segurar o choro. - Eu era virgem, Toni! Eu me entreguei a você ouvindo suas juras e promessas de amor. - Ela desaba. - Você disse que deixava esse casamento pra lá, que eu era muito melhor que qualquer outra mulher...e olha onde eu fui parar? Estou sendo obrigada a aceitar dinheiro pra poder esquecer tudo que aconteceu, Toni.

Toni encara Betty totalmente atormentada pelas palavras que ouviu dela. Ela não se lembrava de nada, nenhuma palavra.

Sentiu-se mal pela primeira vez depois de dormir com uma mulher pois era a primeira vez que escutava algo do tipo.

Bufou admitindo ser uma covarde, mas não poderia fazer mais nada.

- Betty, eu estava bêbada, me perdoe. _Sua voz sai baixa. - Admito ter sido covarde, mas eu não estava respondendo muito bem pelos meus atos. Não quero dizer que a culpa é sua, mas sim que devemos assumir a culpa, nós as duas.

- Sai daqui, Toni. - A jovem diz de coração partido. - Saiba que desde o momento que eu a vi, eu a amei...

- Betty...

- Adeus, Sra. Toni.

Nada mais Toni tinha pra falar e mesmo se falasse, não iria ser ouvida. Saiu do quarto afim de não piorar a situação. Que droga tinha feito! No dia do seu noivado, dormiu com outra mulher. O mais estranho é: por que isso estava lhe afetando tanto?

                                 ...

Cheryl custou a dormir e ao acordar encontrou-se com o corpo dorido. Provavelmente por ter rolado na cama antes de finalmente adormecer.

Espreguiçou-se antes de levantar-se e fazer suas higienes matinais. Desceu as escadas encontrando Elisa terminando de arrumar a sala que ontem foi cenário para seu noivado. Cumprimentou-a e seguiu para tomar café.

- Bom dia. - Disse ao aproximar-se da mesa.

- Bom dia, Cher. - Anne lhe dá um sorriso calmo.

- Bom dia, filha. Dormiu bem?- Clifford bebericava seu café forte e sem açúcar.

- Não, nada bem.

Cliffor calou-se ao ouvir a resposta de Cheryl. A jovem logo foi servida e resumiu-se a suco com pães de queijo.

- Bom, precisarei sair e provavelmente só volto depois do almoço. - Clifford levanta-se. - Cheryl, não saia desacompanhada. Os tempos não estão bons, filha. E Anne, cuide de tudo na minha ausência. Até mais tarde.

Saiu sem nem ouvir mais nada. Anne encara Cheryl e sorri novamente.

- Não se preocupe, não colocarei babá pra cuidar de você. - Ela morde um pão. - Apenas cuide-se e se quiser, vá com Nick para o centro do vilarejo.

Cheryl assentiu estranhando todo esse bom humor de Anne. Fazia tempo que ela não sorria ou trocava mais de três palavras com ela e de repente parece ter mudado. Quem sabe ela tem pena de mim, pensou ela.

Terminou de comer, escovou os dentes, pegou sua bolsinha e saiu em rumo ao vilarejo.

Precisava saber se seu aluno mais aplicado já voltou de sua viagem. Chegou na frente da casa sentindo um cheiro característico da comida da mãe de Louis. Sorriu antes de bater na porta aguardando ser atendida.

- Oi, professora Cheryl. - Louis cumprimenta a jovem com um sorriso no rosto. - Pode entrar.

- Oi, Louis. - Cheryl entra na casa encarando algo no garoto que lhe deixou preocupada. - O que aconteceu com seu pescoço?

Nesse exato momento, a mãe de Louis aparece na sala cumprimentando a jovem.

- Olá, Maura. O que aconteceu com Louis?

- Vampiros, Cheryl. - A voz da mulher saiu embargada. - Eu, Bobby e Louis fomos parados por um bom número deles na volta. Ameaçaram matar Louis se não fizéssemos o que eles queriam, ou seja, dizer coisas sobre a alcatéia.

- E o que exatamente eles queriam saber?

- Cheryl demonstrava medo em sua expressão facial.

- Queriam saber mais ou menos quantos lobos faziam parte da alcatéia, se seu pai ainda era líder dela e... - Maura engole seco. - Seu nome, Cheryl. Me perdoe, por favor. Era a vida de Louis que estava em jogo.

Cheryl abraçou Maura rapidamente acalentando o choro da mulher. Não era culpa dela, jamais. Ela foi obrigada a escolher entre a vida do seu filho e uma informação. E claro que a escolha dela foi certa. Mas Cheryl estava assombrada... O que eles querem com ela?

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora