Clifford não estava acreditando que Cheryl teimava em querer proteger o moleque. Todos cochichavam dando razão às palavras da garota.
- Com certeza você está louca, filha. - Clifford brada fazendo todos calarem-se.
- Não estou louca coisa nenhuma, Sr. Clifford Blossom. - Cheryl não quis chamá-lo de pai, estava extremamente magoada. - Já sabemos que louis será expulso, então pulem o julgamento dele. Foquem no meu agora.
- Você não vai ser expulsa coisa nenhuma, Cher. Pare de loucura, agora! - Anne segura nos braços da irmã. - Você não poderá ser absorvida nem pela Toni, desista disso agora.
Cheryl se soltou encarando cada um ali presente, todos a encaravam com admiração pela coragem. Mas sabiam que ela não seria inocentada pelo crime.
- Vamos simplificar tudo. - Ela aumenta o tom de voz. - Mesmo gostando e tendo simpatia por mim, quem aqui me acha culpada por acobertar o crime cometido inocentemente pelo louis?
Aos poucos, um a um foi levantando a mão fazendo a ruiva engolir seco. Eles estavam cobertos de razão em opinar o que achavam, Cheryl entendia.
- A maioria me acha culpada, sendo assim, não sou mais parte da alcatéia Nascente e nem da Crescente pelo ato de acobertar um crime cometido pelo louis, uma criança vítima do vampirismo. - Lágrimas vem aos seus olhos. - Eu prometo a todos que provarei o quanto estão errados em condenar uma criança e a mim por protegê-la. E agradeço pela sinceridade em expor suas opiniões. Irei apenas despedir-me dos mais próximos.
Clifford deixou que suas lágrimas caíssem pesadas dos seus olhos, correu até sua filha na tentativa de abraçá-la, mas foi rejeitado.
- Não, eu estou profundamente magoada com suas atitudes. Você poderia investigar e descobrir que ele virou um vampiro à força. Eu estava indo atrás de solução, você destruiu tudo. - Ela enxuga suas lágrimas. - Não irei me despedir adequadamente do senhor. Fique bem.
Cheryl virou as costas e foi pega de surpresa ao sentir o olhar de Toni queimando em sua pele. Ela tinha um misto de raiva, decepção e dor.
- Por que você fez isso? - Ela cruza os braços aproximando-se dela. - Você não vai embora, ouviu?
- Eu voltarei, prometo. Preciso encontrar louis, provar que ele não merece ser expulso do lugar onde nasceu e matar Hal. - O nome dele em sua boca saiu repleto de ódio. _Irá me esperar?
- Cheryl, tem uma guerra entre vampiros e lobisomens acontecendo aí fora. Você acha que vai matar o homem que está por trás disso sozinha? E você acha que vai encontrar o louis e matar Hal em um dia?
Cheryl engoliu seco encarando o chão, Toni tinha razão. Mas ela não podia voltar atrás, já estava expulsa, ergueu o olhar novamente encarando os olhos marejados da sua esposa.
- Você não imagina a dor que estou sentindo, é dilacerante. - Ela toca o rosto da sua amada com ternura. - Nossa ligação nem se firmou por completo e você já quer me deixar, Cherry. Meu pai tinha planos de passar o poder da alcatéia para mim, como serei apresentado sem a Selene? Não existe eu sem você, amor.
Cheryl teve vontade de agarrá-la e beija-la ali mesmo ao ouvir tais coisas vindas de Toni, era lindo vê-la tão aberta aos seus sentimentos. Cheryl abriu a boca pra falar algo bonito em retribuição, mas foi interrompida pela voz de Nick.
- Eu vou com você, Cher. - Nick diz encarando Cheryl. - Você não vai sozinha.
- E quem disse que você vai com a minha esposa? - Toni afasta Nick com um mão. - Eu acorrento Cheryl se preciso for, mas com você ela não vai.
- E você quer arriscar deixá-la ir sozinha? Com os malditos vampiros soltos por aí? - Nick diz com voz firme, ele só queria o bem da garota. - Eu irei com ela. Tenho interesse em solucionar esse crime e trazer o louis de volta.
- Você tem interesse é na Cheryl, mas tudo bem. Ficarei melhor sabendo que ela está com alguém. - Toni volta sua atenção para Cheryl. - Eu não vou conseguir dormir a noite sem você, eu não vou saber fazer nada sabendo que você está tão longe. Promete pra mim que qualquer coisa que acontecer você virá até mim correndo?
Cheryl assentiu deixando-se ser levada pela emoção, não tinha muito tempo no vilarejo. Toni controlava-se pra não chorar, Cheryl tornou-se tudo pra ela. Toni tinha medo do que se tornaria estando tão longe dela.
- Sempre que puder, mande notícias. - Ela sela os lábios da sua esposa depois de um abraço. - Se não mandar, abandonarei tudo e irei atrás de você, entendeu?
- Sim, entendi. - Cheryl a abraça. - Só quero que arrume umas roupas minhas dentro de uma bolsa, depois eu me viro. Sei que não vai ser difícil.
Cheryl disse essas palavras com muito incerteza, sabia que Nick a acompanharia, mas não sabia o quão difícil tudo isso irá ser. Toni pediu pra ela esperar e então transformou-se indo até o Casarão Topaz, onde as coisas da garota estavam. Anne aproxima-se com o olhar angustiado, pesado.
- Cher...
Ela abraça sua irmã sentindo-se impotente em seus braços, perdida. Todos sabiam que essa missão era muito suicida, Cheryl nunca foi especialista em luta, transformou-se apenas uma vez em loba. Mas Cheryl contava com toda energia acumulada em seu ser, jamais desperdiçaria isso na hora errada. Ela estava guardada pra o momento certo, ou melhor, pra um alguém certo.
- Eu vou usar toda a minha raiva e despeja-la nesses vampiros, quando isso acabar irei atrás de você. - Ela beija a testa de Cheryl tremendo o lábio inferior. - Eu amo você, Cher. Matarei o Nick se algo acontecer com você.
- Cuide-se, Anne. - Ela alisa o rosto da irmã. - Sei que voltarei cheia de notícias boas e feliz por conseguir o que almejo.
Anne assentiu e então Cheryl girou o olhar em todas as pessoas que assistiam a sua despedida. Pela primeira vez Cheryl arriscou tudo por algo maior, sempre reprimiu o desejo de vingar-se do assassino da sua mãe. Mas não era por isso que ela estava dando adeus ao seu local de origem, era por uma inocente criança que carrega o peso da morte da sua mãe. Sentiu orgulho de si própria ao ver que não era só o desejo de vingança que estava movendo-a, mas sim o desejo de justiça.
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Prometida à Alfa - Choni
Fanfiction[Finalizada] Filha do líder de uma alcatéia forte, Cheryl sempre dedicou-se a assuntos que não se referiam a lobos. Sabia que o que estava em seu DNA não podia ser mudado, mas preferia negar. Gostava de ensinar as crianças do vilarejo e ajudar quem...