Clarke point of view
Estou observando o dia lá fora faz bastante tempo. Ultimamente tenho estado assim, pensativa e distraída. Minha mãe entra no meu quarto, como sempre sem bater, e eu já me estresso.
- Não sabe mais bater? Meu Deus, eu digo isso o tempo inteiro. - Gesticulo vendo um sorriso brincando em seus lábios. - Por que a senhora está rindo?
- Você é uma jovem muito estressada, Clarke. Entendo porque a Lexa te chama de peste ou coisa parecida. - Ela continuava sorrindo. - Você extrapola no mau humor, filha.
- A Lexa é uma idiota. Uma... Uma ridícula! - Bufo chateada. - Ai, que droga! Não quero falar dela. A senhora a viu?
Ela sorri, dá meia volta e vai embora balançando a cabeça em negação. Em poucos meses irei me casar com a idiota da Lexa. Já chorei o que tinha pra chorar para que meu pai me liberasse desse compromisso, mas é impossível. Eu terei que casar com ela. Para minha desgraça, ressalto. Tomo um banho e vou atrás do meu pai. Ele pediu para procurá-lo assim que der. Entro no seu escritório sentando em uma cadeira em sua frente.
- Aprendeu com sua mãe essa impulsividade toda? Não avisa ou bate mais antes de entrar? - Sua voz grave não me aterroriza.
- Eu tinha que aprender alguma coisa da minha mãe. - Reviro os olhos. - Ela é toda doce, meiga e amável... Eu só podia puxar a impulsividade mesmo. Enfim, o que o senhor quer falar comigo?
- Você está com seu péssimo humor novamente. Isso não melhora, bebê? - Ele sorri e eu fico fumaçando. Ele sabe que odeio apelidos. - Você precisa organizar o quarto onde você e sua esposa vão dormir. Tudo vai ser passado para ela no dia do casamento. Ela vai ficar bastante aterefada, por isso você pode cuidar da decoração?
- Eu odeio essa história de decorar. Isso é a maior chatice. Vou pedir pra mamãe cuidar disso. - Me levanto. - Só isso? Estou com pressa e...
- Senta agora, Clarke! - Ele brada fazendo meu corpo obedecer no automático. - Espero humildemente que você leve esse casamento a sério. Deixe de ser mimada, filha. Você vai casar, isso exige amadurecimento. Outra coisa, através da troca de sangue que haverá entre vocês as duas a Lexa começará a se transfomar em vampira. No caso ela será uma híbrida, então você terá que ajudá-la nesse processo. Entendeu?
- Sendo híbrida ela poderá fazer filhos? - Juro que a pergunta saiu sem filtro e sem pensar antes.
- Sim, ela terá seu lado lobo ainda. - Ele alisa meu rosto. - Filha, por favor, faça tudo isso dar certo. Não é sobre você ou a Lexa, mas sobre duas espécies que anseiam por paz definitiva. Respeito, tolerância com as diferenças, etc. Ajude a sua futura esposa a ser a líder que todos merecem. Uma grande líder sempre tem uma grande mulher ao lado.
Assenti e saí da sua presença. Se eu esboçar minhas opiniões sei que ele não me deixaria sair do escritório. Todos acham que é fácil casar com alguém, sem ter amor no meio e ainda ter que fazer durar pra sempre. É uma responsabilidade muito grande. Não estou preparada. Nem quero estar. Mas tenho que aceitar.
Depois do almoço, recebi a costureira para poder tirar as minhas medidas. Minha mãe é calma, serena, rara as vezes que ela saiu do controle. Mas sei que nesse exato momento ela está ansiosa, ansiosa pro dia do casamento. Só não sei se é pra me ver surtando ou pra realizar o sonho da maioria das mães que é ver a filha casar.
- Você é muito perfeita de corpo, Alteza. - A costureira diz contida.
- Ande! Vá logo com isso! -Suspiro pesadamente. - Estou me vestindo pra ir pro matadouro. Tem coisa pior?
- Quero ver quando você vai deixar de ser assim, Clarke... - Minha mãe ajuda a costureira a medir meu corpo. - Está para casar e não abandonou esse jeito.
- Que jeito? - Berro. - A senhora está me chamando de infantil? Mimada? Fique a senhora sabendo que...
Minha mãe ergue o rosto e me lança um olhar gélido. Me calo no mesmo instante. Odeio esse poder que ela e meu pai tem sobre mim. Isso que dá ser filha de vampiros poderosos. Não tenho controle em nada, nem no que posso falar. A costureira vai embora e eu subo pro quarto. Sempre me sinto muito sozinha. Se não fosse a Octavia não sei com quem conversaria além dos meus pais e dos serviçais da casa. Uma coisa boa que esse casamento vai me trazer é a Octavia como cunhada. Ainda bem.
- Trouxe um lanche, Alteza. - Madelyn entra com uma bandeja. - Precisa comer.
- Estou sem fome, Madelyn. - Afundo na cama. - Quero só uma taça de sangue.
Depois de servida, pedi pra Madelyn sentar perto de mim. Ela é uma humana que vive amigavelmente como nossa empregada. Ao contrário do que dizem, não somos seres descontrolados por sangue. Nossa sociedade evoluiu muito. Sangue nos é necessário, mas não ao ponto de sair por aí mordendo pescoços alheios. Isso pra nós é sinônimo de descontrole e maldade.
- Madelyn, como é a sua vida de casada?
- Por que está querendo saber disso, menina? - Ela franze o cenho.
- Estou prestes a casar, né? - Tenho vontade de enfiar o rosto no travesseiro, mas me contenho. - É difícil conviver com uma estranha?
- Olha, não é extremamente difícil quando se tem amor e paciência. Coisa que lhe falta no momento, se me permite opinar. - Ela levanta. - Mas o tempo talvez lhe ajude muito. Soube que sua futura esposa é uma mulher bonita, charmosa e de bom caráter. Não vai ser tão difícil se você não dificultar. Com licença.
Ela vai embora e me deixa ainda mais perdida. Isso tudo tá sendo tão difícil pra mim. Eu tenho uma louca vontade de fugir e virar as costas pra tudo isso, mas o que será que essa minha atitude inconsequente traria? Com certeza meu pai colocaria o mundo atrás de mim e eu não conseguiria ir até a esquina. O jeito é tentar ser pelo menos amiga da idiota da Lexa. Idiota não, tenho que parar de chamá-la assim ou não vai funcionar. Ai, é muito difícil.
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Prometida à Alfa - Choni
Fiksi Penggemar[Finalizada] Filha do líder de uma alcatéia forte, Cheryl sempre dedicou-se a assuntos que não se referiam a lobos. Sabia que o que estava em seu DNA não podia ser mudado, mas preferia negar. Gostava de ensinar as crianças do vilarejo e ajudar quem...