2 temporada - Capítulo 05

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Lexa point of view

Meu corpo ainda queima muito. MUITO. É um queimor estranho. Várias pessoas vieram me parabenizar pelo casamento. Eu já estava cansada de escutar as pessoas me desejando felicidades e sucesso na missão de fazer a paz se estabelecer. Sinto uma mão no meu ombro e me viro para ver de quem era.

- Acho que isso vai te ajudar a aliviar um pouco o queimor. - Austin me estende uma taça cheia de sangue. - E pensar que eu praticamente te vi nascer... E hoje você está casando com a minha filha e fazendo valer um acordo de paz entre as duas espécies que já foram tão rivais.

- Pois é... - Bebo tudo da taça em um gole. - Onde tem mais disso?

- Aqui também é uma festa pra vampiros, Lexa. Existe pessoas servindo isso a todo instante. Sirva-se e não exagere. Sangue em excesso poderá ter outros efeitos. Parabéns!

Assinto e ele vai embora. Procuro essas taças e saio tomando com rapidez. O queimor diminui a cada gole que dou. É uma sensação de alívio inacreditável.

- Filha? - Ouço a voz da minha mãe Toni e me viro. - Você está tomando sangue?

- Sim, alivia muito o queimor que estou sentindo. Uma sensação estranha de descontrole. - Termino de tomar o líquido da minha taça. - Mas tudo está sob controle, mãe.

- Estou tão orgulhosa de você, filha. Está passando por tudo isso que eu sei que não é fácil e ainda diz que tudo está sob controle. - Ela me abraça. - Eu te amo, Lexa.

- Obrigado, mãe. Eu tenho as mães mais fortes do mundo, só podia ser forte também.

Vi que a minha esposinha me observava de longe. Peguei mais algumas taças e andei pela festa. Minha mãe Cheryl se aproxima juntamente com minha avó Katy.

- Ela está a coisa mais linda do mundo não é, sogra? - Lá vem minha mãe e seus paparicos. - Minha filha agora é uma mulher casada. Estou feliz, Lexa. Muito feliz. Todos nós estamos.

- Obrigado, mãe. Vou me esforçar pra que dê tudo certo. - Beijo sua testa.

Abraço a minha avó e sigo atrás de mais taças de sangue. Quando vou pegar mais uma, sinto uma mão me impedindo de terminar o ato.

- Você está exagerando, Lexa. É o meu sangue que vai te saciar. Esses daí só vão aliviar seu queimor. Controle-se! - Clarke praticamente rosna.

- Eu estou queimando por dentro, me ajuda. Eu não quis isso, eu não queria estar casada com você e muito menos ser uma vampira. Mas já que nós duas temos que fazer isso, você pode me ajudar.

Ela revira os olhos e sai de perto de mim. Vi que a mesma foi falar algo com seus pais e uns outros convidados. Por enquanto tomei mais duas taças. Minha vista estava rodando, tudo balançando.

- Eu falei pra você se controlar. - Ela segura em meu braço e sai me puxando. - Pedi pra meus pais cuidarem da recepção dos convidados por enquanto que conversamos.

Assinto e me deixo ser conduzida até o quarto onde antes eu a mordi e ela fez o mesmo comigo. Ela fecha a porta e me encara por um tempo.

- Você está me testando... Só pode. - Resmungo. - Eu vou atacar você.

- Vem! - Ouço seu pedido misturado com uma risada de divertimento.

Corri depressa até ela e a mesma desviou. Em perseguir presa em pequenos espaços eu sou ótima, mas parece que hoje não é o meu dia. Me sinto bêbada e queimando.

- Está precisando entrar em forma. - Ouço seu deboche. - Está meia gorda e pesada. Ah, fraca também. Eu estou com um vestido de dez quilos e mesmo assim eu...

Não deixei ela terminar e a agarrei sem dar chance de fuga. Ela ficou surpresa pela forma que seus olhos arregalaram. Sua risada sumiu dando lugar a uma expressão séria. Apertei seu corpo ao meu e mordi seu pescoço. Ela ofegou e sussurrou o meu nome. Não sei que droga eu tinha, mas eu gostei. Seu sangue acalmou todo ardor que meu corpo estava. Só precisou uma gota dele no meu organismo. Solto seu pescoço e ela morde o meu. É uma dorzinha bem-vinda.

- Você também tem necessidade de tomar meu sangue, esposa trevosa? - Sussurro e ela solta do meu pescoço pra sorrir.

- Não, mas ele é muito bom. - Ela continua sorrindo. - O queimor parou?

Assinto enxugando o canto dos seus lábios sujos de sangue. Ela fecha os olhos por poucos segundos e parece apreciar o gesto. O que essa diaba tem que me induz a fazer essas coisas?

- Eu vou tomar um banho. - Declaro me afastando. - Você vai voltar pra festa?

- Estou com sangue no rosto, descabelada, com a roupa amassada e você ainda me pergunta se vou voltar pra festa? - Ela caminha em direção da porta. - Meu quarto é ao lado do seu caso precise de mim. Dorme, você vai sentir falta de todo o sono que antes você tinha. Tchau.

Assinto e ela vai embora deixando um vazio estranho. Isso não é bom...
Tomo um banho e deito na cama pra descansar. Acabo dormindo.

...

Abro os olhos com dificuldade por culpa da claridade. Ok, nunca me incomodei com a claridade, mas acho que isso vai mudar um pouco. Preciso me acostumar logo. Sinto minha garganta um pouco seca e logo sinto um cheiro de sangue delicioso. Ao meu lado, em cima de uma mesinha, tem uma taça enorme dourada com sangue dentro. Ao lado tem um cartão.

"Até que enfim a bela adormecida acordou. Aproveite meu surto de bondade repentina."

Sorrio e amasso o bilhete. Bebo tudo e já não sinto mais a claridade me incomodando. Escovo os dentes, lavo o rosto e saio do quarto. Encontro Austin andando de um lado para o outro no centro da sala.

- Bom dia ou boa tarde? - Pergunto ao chegar perto.

- Bom dia, Lexa. Você dormiu bastante, tem noção disso? - Ele ergue a sobrancelha.

- Acho que nem tanto como queria. Mas me diz uma coisa, como isso tudo aqui está arrumado em tão pouco tempo?

- Você dormiu por três dias. Hoje é quarta-feira, Lexa. - Ele sorri. - Oficialmente seu terceiro dia de casada.

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora