2 temporada - Capítulo 07

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Lexa point of view

Eu pensava que as ofensas gratuitas e o modo ridículo que nos tratávamos tivesse ficado no passado. Pensei que ela estava sendo sincera quando disse querer ser minha amiga em nome de um bom convívio. Mas era teatro. Essa peste não muda e parece estar jogando comigo.

- Não ligue para a Clarke, Sra. Lexa. - Benício diz. - Ela é assim mesmo, tem um péssimo gênio, mas é do bem. Não faz mal por querer.

- Vi que ela quis e muito me ofender agora. Obrigado, Benício. Com licença.

Saio da cozinha e sigo para fora do castelo. Resolvo ir visitar minhas mães já que o clima aqui está nada bem. Acho que uma boa saída vai ser viver na casa das minhas mães. Vejo Octavia de longe treinando com minha mãe lauren no jardim do casarão. Ela para, e vem me abraçar.

- Pensei que demoraria pra vir aqui, Lexa. Vou chamar a mamãe.

Beijo sua testa e ela corre pra chamar dona Cheryl. Minha mãe Toni se aproxima e me abraça também. Me entrega o bastão e começa a me golpear.

- Fala, o que aconteceu? - Ela me golpea forte no braço direito. - Está preocupada ou aborrecida.

- Um pouco dos dois. - Bato em sua barriga. - Acho que vou passar uma temporada aqui com vocês. Já estou com saudades e...

- Quer fugir da sua esposa. - Ela me bate na cabeça. - Você pode vir aqui todos os dias, Lexa, só não pode deixar sua esposa e seus compromissos para outro cuidar. Você é responsável por tudo agora. Principalmente pela paz.

- Mal casei e já quero separar. É normal?

Ela gargalha e eu acabo a derrubando. Minha mãe surge e me arrasta pra comer alguma coisa. Estávamos todos à mesa, menos o Louis. O mesmo foi verificar se está havendo o cumprimento do acordo de paz entre as espécies em outros vilarejos. A mulher dele, Hailee, está quase tendo bebê. Em breve estarei sendo tia de um garotão.

- Quando você vai me dar um netinho, filha? - Lá vem dona Cheryl...

- Nunca, se a Deusa quiser. - Resmungo. - Tem como pedir pra fazer cervo pro jantar? Não comerei essas coisas no castelo porque, segundo a minha esposa, não é comida de vampiro.

Vi que todos se entreolharam e minha mãe assentiu. Espero que elas saibam que não tá nada fácil pra mim. Mas uma coisa que minha mãe falou e que não sai da minha cabeça é que eu só não posso deixar minha esposa e meus compromissos pra outro cuidar. Dos compromissos eu cuido, mas eu gostaria da Clarke ocupada com alguém. Um alguém que ela ame e que lhe dê bom humor porque a garota é uma praga. Vou amadurecer a ideia, mas acho que ninguém vai ser corajoso o suficiente pra se aproximar dela.

...

Já é quase 21hrs quando estou voltando pro castelo. Ao pisar meus pés dentro de casa, Clarke desce a escada. Seu olhar se direciona até mim, mas eu desvio o meu. Subo pela outra escada para evitar contato.

- Lexa? - Paro assim que ouço meu nome, mas não me viro. - Olha, eu não sei o que... É que... Vou mandar fazer cervo pra você.

- Não precisa. - Minha voz sai tão grave. - Eu já comi numa casa onde não importa se você é vampiro, lobo ou os dois, sempre serei bem tratada e sem distinção de comida pra vampiro ou pra cachorrinho, como você mesma disse. Boa noite.

Terminei de subir e me direcionei pro meu quarto. Amizade com ela não funciona, vai ser na base da frieza assim como ela foi comigo. Até ela conseguir se ocupar com alguma coisa ou com alguém. Tomo um banho e procuro Austin pelo castelo. O encontro na biblioteca do topo.

- Austin? Com licença. - Entro no ambiente.

- Oi, Lexa. - Ele fecha um livro. - Já vi que os ânimos entre você e Clarke não estão nada bons. Isso vai passar, acredite.

- Creio que sim, uma hora ou outra. - Sento numa poltrona perto dele. - Vim aqui conversar sobre qual serão minhas funções no castelo. Terei que viajar? Andar entre a sociedade? Ser apresentada como alguma coisa?

Ele ri e até parece que falei algo engraçado. Será que ele é tão louco como a filha?

- Não se preocupe, Lexa. Seu maior papel nisso tudo é manter-se casada com a minha filha porque isso nos assegura a paz. - Seu sorriso desaparece. - Mas já vi que vocês andam se estranhando.

- Sua filha é uma peste, se me permite. - Afirmo e ele sorri contido. - Acho que você sabe bem disso. E também sabe que não comecei nada disso.

- Eu sei, eu sei. - Sua calmaria me assusta. - Sabe, Lexa, lembro-me que suas mães também tiveram esses tipos de problemas no início do casamento. Elas também não queriam casar, mas seguiram o que lhes foi imposto. A diferença é que elas poderiam se separar depois de um ano, algo assim. E o amor acabou surgindo nos corações das duas.

- Eu sei disso tudo. Mas vale ressaltar que o ócsio surgiu entre elas. Tiveram uma ajuda da Deusa. - Levanto da poltrona. - Austin, não quero amar a sua filha, longe de mim. Eu só gostaria de ser respeitada por ela. Caso contrário, não me responsabilizo do clima pesado que vai ficar nesse castelo.

Peço licença e saio da presença dele. Ao virar no corredor, dou de frente com Clarke. Ela está me olhando fixa, em um tom de tristeza esquisito.

- Eu ouvi. - Ela sussurra e eu engulo seco. - Eu não quero clima pesado, Lexa.

- Pensasse nisso quando falou que...

- Lexa! - Ela exclama exaltada. - Trégua... Entendeu? Eu agi por impulso, fui uma idiota, eu sei. Mas não precisamos ser inimigas por isso. Eu estou pedindo desculpas. Pode aceitar, por favor?

Ela soou tão mandona que foi engraçado. Acabei soltando uma risada e ela veio me batendo raivosa.

- Eu pedindo desculpas e você rindo de mim? Sua... Sua ridícula! - Ela continua me estapeando.

- Ei, calma. - Seguro em seu pulso e a agarro. -. Eu aceito sua desculpa, esposa das trevas.

Ela me encara e alterna o olhar entre meus lábios e meus olhos. Isso surte um efeito intenso em meu corpo. Minha garganta seca e eu obedeço a voz que grita dentro de mim. Eu beijo seus lábios. Ela retribui.

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora