Capítulo 07

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Toni finalizava seu cabelo por enquanto que ouvia seu pai avisando que ela já deveria ter saído de casa.

- Calma, pai. Eles irão me esperar, tenho certeza.

Veronica observava da porta a irmã olhar milhares de vezes o cabelo e o corpo.

- Até parece que vai casar hoje. - Veronica debochava. - Você está ótima, vai embora.

- Não quero aparecer parecendo uma mendiga. - Toni alisa mais uma vez seu cabelo. - Acho que está bom. Até a volta, molenga.

Toni foi até a carruagem que a levaria pedindo para o cocheiro não correr muito por causa do seu cabelo. Prefiriu não transformar-se para não bagunçar seu traje. No meio do caminho, exatamente como combinaram, encontra Keane a esperando.

- Você realmente está deslumbrante, Kea. - Ela estende a mão ajudando-a a subir.

- Eu te elogiaria se você parasse de me chamar assim. Odeio esse apelido.

O cocheiro olhou de relance quando Keane beija Toni alvoroçadamente. Ele ainda não se acostumou com esse comportamento do futuro líder da alcatéia.

Chegaram à Mansão Blossom em pouco mais que 50 minutos. Toni fez Keane prometer que iria se comportar pois mesmo contra sua vontade, esse casamento vai ser benéfico para as duas famílias.

A morena entendeu e prometeu tal coisa.

Ao saírem da carruagem, um homem aproxima-se das duas pedindo para o seguirem.

                                   ...

Cheryl encarava uma estátua que enfeitava a sala tentando conter o nervosismo. Clifford e Anne bebiam algo aguardando a visitante da noite.

Logo ouvem as rodas de uma carruagem parando ao longe.

- Ela chegou. - Clifford levanta-se assumindo uma postura ereta. - Até que enfim.

A garota engoliu seco quando Nick entra na sala anunciando as convidadas da noite. Cheryl estranhou pois pelo que sabia era só a filha mais velha que viria.

- Sejam bem vindas. - Clifford as saúdam.

Cheryl encara a mulher mais corpulenta que entra acompanhado de uma outra mulher bastante bonita. Por poucos segundos, os olhos das duas se cruzaram e permaneceram admirando-se. Cherul desvia o olhar ajeitando seu longo vestido azul escuro. Algo no olhar de Toni era familiar.

- Deixe-me apresentar-nos. - Toni toma a frente. - Sou Antoinette Topaz, futura líder da alcatéia Crescente. Essa é Keane Koule, amiga da família e futura membra da nossa alcatéia.

- Um prazer conhecê-las. - Clifford aperta a mão de Toni e beija a de Keane. - Esse é minha filha Anne Blossom e essa é a minha filha e sua noiva, Cheryl Blossom.

Cheryl os cumprimenta com uma reverência perfeita. Encara mais uma vez o castanhos hipnotizante dos olhos de Toni e dá um sorriso contido. Toni faz o mesmo reconhecendo a garota assustada que encontrou da última vez que esteve naquele lugar.

- Venha, vamos nos sentar à mesa.

Clifford e Anne vão na frente, Toni e Keane vão logo depois. Cheryl permaneceu parada tentando compreender tamanha beleza que sua futura esposa tem. Repreendeu-se por admira-la indo rapidamente até a sala de jantar. Sentou-se de frente para sua noiva tentando desviar de seu olhar.

- Como vai seu pai, Antoinette? Aguardávamos você aqui ontem mas seu pai nos explicou que você ficou ocupada.

Toni quase solta uma gargalhada ao lembrar que farrou a noite inteira e por não ter chegado em casa na hora certa, seu pai teve que inventar essa desculpa.

- Ele está bem, obrigado. E realmente eu fiquei ocupada tratando de uns assuntos da alcatéia.

Keane também ficou tentada a sorrir, então preferiu bebericar um pouco de água pra fazer a vontade passar.

Cheryl ficou pensando no quanto vai ser sozinha na futura casa que irão morar já que ela é bastante ocupada com negócios da alcatéia. Melhor assim, pensou ela.

- Bom, vamos jantar que já passou da hora. - Clifford ordena que comecem a serem servidos.

Por baixo da mesa, Keane apertava levemente a coxa direita de Toni. Ela tentava fazê-la parar, mas estava gostando dessas trocas de carícias às escondidas.

- Algum problema, Toni? - Alejandro perguntou estranhando as vezes que ela pareceu sussurrar algo.

- Não, não é nada demais. Só essa comida que está maravilhosa.

Cheryl sorriu pois ao voltar do vilarejo, se dispôs a ajudar Penélope com a comida. Temperou boa parte do que foi servido então aquele elogio era pra ela também.

Durante o jantar, Toni e Clifford eram os que mais conversavam. Keane ficava provocando Toni, Anne só comia calada e Cheryl estava imersa em seus pensamentos.

- Não é, filha? - Clifford parece fazer Cheryl tornar a si com a pergunta.

- Desculpe, não ouvi. - Ela diz totalmente sem graça.

- Estava dizendo o quanto você toca piano lindamente. É uma coisa maravilhosa de se ouvir.

- É, toco sim. Aprendi com a minha professora de música aos 11 anos.

A sobremesa foi servida arrancando elogios a toda hora. Toni já estava louca pelas provocações de Keane.

- Posso tomar um ar lá fora rapidinho?

- Keane faz uma cara de que está passando mal. - Não estou muito bem.

- Eu te acompanho. - Toni levanta amparando sua "amiga". - Voltamos logo.

Clifford assente concluindo sua sobremesa. Cheryl preocupa-se com Keane, será que foi a comida?

Ao pisar o pé fora da mansão, Keane arrasta Toni para um cantinho escuro e começa a beija-la. A troca de carinho entre as duas já estava tão intensa que gemidos involuntários saíam de suas bocas.

Cheryl, preocupada, vai até a cozinha preparar um chá para Keane. Ela era uma visita, então era dever dela trata-la bem. Depois de pronto colocou em uma xícara, pediu para seu pai aguardar e saiu em busca das duas.

Assim que passou pela porta, ouviu sussurros vindo de um canto perto das roseiras. Aproximou-se vagarosamente contemplando a cena de Toni mordendo o pescoço de Keane que estava com o vestido quase todo aberto.

- Oh. - A xícara escapa de suas mãos. - Perdoem-me, não quis bisbilhota-los. Eu... Eu... Desculpem-me.

- Cheryl. - O nome da jovem saiu como um sussurro da boca de Toni. - Não é nada do que...

- Não precisam se explicar. - Cheryl alivia sua expressão contemplando Keane ajeitar o vestido. - Eu já entendi que por causa desse casamento o namoro de vocês precisam ser às escondidas. Isso não é problema pra mim, Toni.

- Mas eu não...

- Devido ao casamento, não podemos viver o que sentimos uma pela outra em paz. - Keane começa a jogar de acordo com o que Cheryl fala. - Você entende, Cheryl?

Toni encara Keane com fúria não entendendo por que ela está dando corda aos pensamentos de Cheryl.

- Fique tranquila, Keane. Esse casamento é totalmente contra a minha vontade e provavelmente contra a da sua namorada também. - Cheryl começa a pegar os cacos da xícara do chão. - Vocês podem continuar. Direi que derrubei a xícara sem querer mas que você já está bem, Keane. Não precisa mais do chá.

Em passos rápidos e engolindo o choro, Cheryl entra na casa indo diretamente para a cozinha. Deposita os cacos no lixo e passa o dorso da mão no nariz, fungando.

- Onde fui me meter? - Perguntou limpando as lágrimas que insistiam em descer.

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora