Capítulo 31

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Cheryl suspirou lentamente antes de bater na porta da simples casinha na sua frente, estava claro seu nervosismo em ter que falar com uma bruxa. Quatro batidas depois a porta é aberta e uma jovem mulher sorri para Cheryl.

Assustada com sua aparência juvenil demais, Cheryl arregala os olhos.

- Pensou que veria uma velha rabugenta cheia de verrugas? - Hope sorri divertida. - Entre, Selene.

- Selene? - Cheryl entra na casa estranhando como foi chamada. - Meu nome é Che...

- Cheryl, futura Selene da alcatéia. - Hope pede para que ela sente. - Você é esposa da futura alfa, depois você se atualiza sobre essas coisas. E sobre minha aparência, magia também pode ser usada em benefício próprio.

- Sim, claro.

A jovem observou a casa de Hope e realmente ela não parecia uma bruxa daquelas dos contos. Sua sala era linda, organizada, nem uma teia de aranha era vista. Não tinha vidros de poções mágicas, nada de caldeirões e nenhuma vassoura por perto. Cheryl despertou do transe quando Hope estala os dedos.

- Desculpe, acabei me distraindo com sua casa. - Assumiu envergonhada. - Eu vim aqui pra saber se há cura para um filhote de lobo nunca transformado que foi mordido por um vampiro. Preciso de uma esperança, pode ser até 1% de chance, só me diga o que fazer.

Hope pediu pra Cheryl esperar e foi até um quarto escondido em sua casa, era um porão. Lá sim fazia jus a um ambiente que bruxas gostam, menos a parte das teias de aranha. Hope pega um objeto, um pote com algum pó e um livro. Coloca tudo em cima do centro da sala e observa Cheryl.

- Sinto o quanto você tem um carinho por esse filhote. - Ela encara a jovem que assente. - Esse sentimento pode ajudar a salva-lo.

Ela coloca o objeto na mesa, coloca um pouco do pó em cima dele e abre o livro. Cheryl fica impressionada com as coisas que ela faz, ela nunca esteve perante uma bruxa. Só sabia quem era a bruxa do seu vilarejo por que seu pai lhe mostrou na rua quando passeavam, nunca trocou palavras com ela.

- O que você está me pedindo é impossível de se fazer, Cheryl. Mas há uma maneira dele não ser expulso da alcatéia e ainda retomar sua personalidade anterior.

- O que devo fazer?

- Iremos torná-lo um híbrido, ele irá ser lobo e vampiro ao mesmo tempo. - Ela chacoalha uma miniatura de lobo na frente da garota, o tal objeto que ela pegou. - Primeiro temos que fazê-lo despertar o seu lobo, é algo muito difícil já que a toxina de vampiro está dominando seu corpo.

- Como é possível ele ser duas coisas? - A garota estava extremamente assustada com a opção dada por Hope .

- É possível sim, Cheryl. Mas é uma experiência arriscada, irei fazer por ter piedade do garoto. Ele não merece viver apenas pra usurpar sangue de inocentes, então ajudarei a despertar seu lobo que o ajudará a ter mais humanidade.

Hope começou a explicar o que Cheryl deveria fazer. Se fez necessário trazer Louis para Hope, ela precisava entender em que grau o vampirismo estava no garoto. E só tendo ele perto é que ela terá noção do quanto de magia precisará usar pra esse feito. Hope deu a Cheryl a miniatura de lobo que ela ligou ao Louis, a fez prometer que o objeto deve estar sempre no quarto do garoto.

- Então a magia que você colocou nessa miniatura ajudará Louis a reativar sua sobrenaturalidade.- Ela repete para a bruxa.  - E em dois dias preciso trazê-lo aqui, para o ritual final. Pode ficar tranquila, se depender de mim o Louis ficará melhor, mesmo ainda sendo vampiro.

- Parabéns, Cheryl. - Ela surpreende a jovem parabenizando-a. - A Deusa da lua te dará um lindo presente. Lembre-se bem do que te disse, vá em paz.

Cheryl agradeceu e foi acompanhada até a porta por Hope. Logo estava andando pelas ruas do vilarejo segurando a miniatura com força e esperança. Ela irá ajudar Louis e ele não será expulso da alcatéia. Já era quase a hora do almoço, poucas pessoas andavam pelas ruas. Ninguém era louco o suficiente pra poder andar sem medo pelas ruas sabendo que uma guerra está acontecendo bem perto. Alguns lobos eram vistos fazendo a segurança do vilarejo, um deles se aproximou.

- Acompanharei a Sra. até o casarão, se me permitir.
Cheryl assentiu e então foi acompanhada até o casarão, agradeceu ao rapaz e o dispensou. Bernadete aproxima-se da garota assim que a vê de longe.

- Venha, não podes ficar vagando por aí assim, é perigoso.

Cheryl entrou rapidamente e então encontrou um buquê de flores nas mãos de Katy. Sorriu ao ver a mulher estendendo o buquê em sua direção, aproximou-se.

- Acabaram de chegar juntamente com essa caixa.
Cheryl segura o buquê com cuidado e depois pega a caixa retangular de veludo preto. Puxa o cartão do ramalhete e lê o bilhete em pensamento.

Para minha mais linda flor, a mais charmosa que já existiu. Que a Deusa da lua te dê muitos anos felizes, minha filha. Desculpe por não poder estar aí. Um beijo do seu velho pai.
Clifford Blossom.

A garota sorriu e guardou o bilhete dentro do buquê. Abriu a caixinha de veludo e se deparou com um lindo colar. O pingente era uma lua de prata, tão delicada que parecia se quebrar só em pôr a mão. Tinha um pequeno bilhete enrolado dentro da caixa, retirou o mesmo e leu.

Felicidades, Cher. Te amo muito e sempre vou te proteger. Um beijo da Anne.

- Admirador secreto, Cher? - Katy perguntou de curiosidade.

- Não, é que hoje é o meu aniversário. Meu pai e minha irmã me mandaram presentes.  - Alegou tímida, não queria que ninguém soubesse.

- Ah, perdoe-me, eu não sabia. - Puxou a nora para um abraço afetuoso. - Mandarei preparar um jantar maravilhoso em sua homenagem. Estamos em guerra, mas é o seu dia, não podemos deixar passar.

- Não se incomode, minha sogra. Os tempos não estão bons para comemorações, eu prefiro deixar como está.

Katy insistiu muito e então Cherul deixou-se ser vencida. Pediu para Bernadete colocar as flores em um vaso e depois leva-las para o quarto. Subiu para tomar um banho, estava enfadada. Tirou a miniatura do decote e a escondeu embaixo do colchão.

Depois do banho, resolveu descer para almoçar. Katy se encontrava à mesa, estava esperando a aniversariante. As duas começaram a almoçar conversando animadamente sobre o futuro e entre outras coisas. A verdade é que a cabeça de Cheryl estava em duas coisas: na sua esposa e no Louis. Em nada mais ela prestava atenção, nada.

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora