Capítulo 56

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Quando Hope chegou, todo mundo foi embora prometendo voltar para ver Cheryl outras vezes. Toni ficou do lado de fora por enquanto que Hope conversava com Cheryl dentro do quarto.

- Você anda muito esquisita, Cheryl. - Hope toca na pequena barriga da jovem. - Então pesquisei um pouco e cheguei a conclusão que o ócsio que acontece entre você e Toni é mais forte do que imaginamos. Talvez o ócsio mais forte da história dos lobos.

- E no que isso me favorece? Eu vomito sangue, passo mal, não consigo comer direito, meus dentes do nada ficam como de lobos, eu uivo feito lobo ainda sendo humana... - Ela para pra respirar. - E acho que estou pirando. Você tem cura pra isso?

Cheryl estava exausta, era tanta coisa pra assimilar que a mesma estava se sentindo desgastada. Não queria ser rude com Hope, apenas quis expressar cansaço com tudo que está acontecendo.

- Justamente o que eu iria explicar. O ócsio não foi concluído e pra piorar você está grávida. Você está passando pelas fases ruins carregando uma vida dentro de você. Eu sinto muito, Cheryl. Eu sinto muito mesmo, mas...

- Não! - A voz exaltada de Cheryl faz Toni, que estava do lado de fora do quarto, ficar em alerta. - Você não iria me indicar um aborto, não é? Você não está louca de abrir a boca pra dizer isso pra mim. - Cheryl rosna pra Hope. - Saí daqui, Hope. Eu não quero ser responsável pela sua morte.

Toni entra no quarto a tempo de encarar o rosto triste de Hope antes da mesma sair do quarto. Cheryl chorava de olhos fechados apertando uma almofada.

- Não chora, meu bem.

- Eu não vou tirar meu bebê, Toni. Eu morro, mas o bebê fica. - Bradou confiante. - Não precisamos mais da Hope. Eu vou levar essa gestação até o fim. E ninguém vai mudar isso.

Hal foi até onde as bruxas estavam, precisava conversar com as mesmas já que Austin fazia tudo errado ao seu ver.

- Como vai a preparação do remédio que pedi? Preciso dele para hoje à noite. - Sua voz estava tranquila, um tom de alegria se notava.

- Aqui está, Mestre. Acabou de ser concluído. E as outras doses também.

Hal pegou o vidro, ergueu para a luz e balançou o líquido. Um sorriso imenso ganhou vida em seu rosto, era o primeiro passo do seu plano. Pediu para as bruxas guardarem as outras doses e saiu carregando apenas uma.

Betty estava agoniada, Veronica tentava entender por que ela estava tão inquieta.

- Desde pequena minha mãe dizia que eu tinha o dom pra pressentir algo de ruim que estaria por vir. - Massageou sua barriga redondinha. - Eu estou com esse pressentimento agora.

- Ei, olha pra mim. - Veronica chega bastante perto. - Eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você. - Betty franze a testa. - Nem com meu sobrinho ou sobrinha. Não se preocupe. Vocês vão ficar bem.

Betty sorriu fraco, mas se recusou a acreditar nisso. Estava aflita, muito aflita.

Depois que comeu umas besteiras, Cheryl ficou sentada na cama totalmente absorta. Toni estava destruída por vê-la assim, nada podia fazer.

- Vamos dar um jeito. Você e nosso bebê vão ficar bem, eu prometo.

- Shiii... - Cheryl interrompe. - Me prometa que não importa o que acontecer, você vai cuidar do nosso bebê muito bem. Vai amá-lo, protegê-lo e ensiná-lo a ser uma boa pessoa. Me promete, amor.

- Cheryl, não tem por que eu...

- Me promete, Toni. - Ela segura nas mãos da esposa. - Por favor, promete.

Toni assente sentindo a vontade de chorar batendo à porta. Cheryl beija-lhe os lábios ternamente e então Bernadete bate na porta trazendo consigo uma bandeja com várias comidas.
Depois do almoço, Cheryl foi visitada por Katy e Thomas. Fizeram companhia a jovem, que mesmo um pouco desolada, sorria. Já de noite, Cheryl saía do banho vestida para sair.

- Onde você pensa que vai? - Veronica entra no quarto a pedido de Toni que foi ver como Betty estava. - Você não pode sair, Cheryl.

- Eu sei. É que preciso ir em um lugar e tem que ser logo. - Justificou-se com a primeira desculpa que pensou.

- Vou chamar a Toni, ela foi ver como betty está. Ela me disse que estavas dormindo. -  Veronica se aproxima. - Acho melhor você não sair.

Cheryl se aproxima de Veronica com um sorriso grato nos lábios e um olhar gracioso.

- Eu tenho muito a te agradecer, Veronica. Você soube ser minha amiga, amiga de verdade. Sei o quanto é amiga da Betty e isso não me incomoda nem um pouco. Só te peço que se qualquer coisa me acontecer, ajude a Toni a cuidar dos filhos. - Veronica lacrimeja. - Eu sei que é pedir muito, eu sei. Mas por favor, ela precisará muito de você. Ela tem você como base, eu vejo isso. Seja a base dela, por mim.

Cheryl beija a bochecha de Veronica, alisa sua face e sai do quarto enxugando uma lágrima que queimava em seu olho. Veronica não conseguiu se mover. Cheryl saiu da casa sem ser notada, logo estava subindo na carruagem. Pediu para o chocheiro deixá-la a uma pequena distância do lugar marcado. Ordenou que ele lhe esperasse pois não demoraria. O coração de Cheryl batia desenfreado, e ainda tinha o fato de que ela não estava muito bem. Sentia algumas dores e enjoos terríveis. Chegou exatamente no local onde tinha conversado com Austin, um calafrio passou pelo seu corpo. Olhou em volta um pouco temerosa por estar grávida e não querer ser pega de surpresa quando Hal chegasse. O vento frio batendo nas árvores fazia aquele ambiente ser perfeito para um filme de terror, daqueles que a mocinha corre desesperada pela floresta. O barulho da água despencando também não era nada encantador àquela hora da noite. Cheryl abraçou o próprio corpo e então tentou controlar a respiração.

- Desculpe se a fiz esperar muito, Penelope. Ou melhor, Cheryl. - A voz de Hal soa bem pertinho do ouvido de Cheryl. - Enfim sozinhos.

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora