Capítulo 61

2.4K 259 78
                                    

Depois de muito insistirem para Cheryl voltar pro Casarão Blossom, as visitas acabam indo embora. Penélope foi a que mais insistiu, mas se deu por vencida depois das inúmeras negações de Cheryl. Toni tinha deixado todos à vontade, voltou assim que todos saíram.

- Já é quase meia-noite, meu bem. Não quer comer alguma coisa?

- Eu sei que você também não sente nosso elo. - Cheryl é direta. - Olho pra você é tudo está tão embaçado. É tudo tão confuso...

- Isso é simples, Cheryl. Eu não precisei do ócsio pra me apaixonar por você, já você precisou. - A voz de Toni é totalmente tristonha. - Pagarei por tudo que te fiz através desse rompimento temporário ou não do ócsio. Você não vai me amar mais, não é?

Cheryl abaixou a cabeça e suspirou. Era fato que depois que soube do ócsio, ela deixou-se ser levada pelos sentimentos. Não estava claro ainda se o sentimento dela era dependente ou não do elo. Toni a machucou muito, ainda não acreditava como podia amar alguém que engravidou outra no dia do noivado delas. Ou que quase transou com outra no jardim da sua casa no dia que ela a conheceu.

- Não posso te afirmar nada, Toni. Talvez a falta desse elo sirva pra provar se tudo que existe entre nós é verdadeiro ou não. - Sua voz é sincera. - O tempo dirá. Bom, eu precisarei encontrar Hal outras vezes. Só ele tem as outras doses, nem sei quantas são. Betty está bem?

- Sim, graças a você. - Toni levanta da cama e engole rapidamente o nó que se forma em sua garganta. - Poderei ir com você a esse encontro? Ou agora vocês vão ser amiguinhos de encontros secretos?

- Assim você me ofende. Não esqueça que ele matou a minha mãe, a minha mãe, Toni. Você acha que quero ser amiga de um homem desse? Eu quero destruí-lo, o mais rápido que eu puder. Mas não antes de tomar todas as doses, preciso garantir a saúde da minha filha e também resgatar Louis e Bobby. O depois não me interessará mais.

- Você fala como se eu não importasse pra você. - Toni ri sem humor. - Só a nossa filha, o moleque e o pai dele. Você não entende que eu te amo? Que não dá pra ficar sem você?

- O que eu quero agora é que você apenas mande alguém rastrear o cheiro podre do Hal cada vez que eu me encontrar com ele. Sei que pode fazer isso. Não atrapalhe em nada, por favor, ou não vou te perdoar.

Toni sai do quarto encontrando Bernadete no corredor com uma bandeja de comidas. Era pra Cheryl a mando de Katy.

Toni desce pra sala encontrando seu pai sentado bebendo alguma coisa.

- Ela não sente mais o ócsio, pai. - Explode indo beber algo forte. - O que eu faço? Ela tá me tratando como se eu fosse atrapalhar os planos dela.

- E talvez atrapalhe. Você não sabe o que ela planeja, então siga o que ela pede. - Thomas agita a bebida dentro do copo. - Toni, ela não sente mais o ócsio, mas isso não significa que você é carta fora do baralho na vida dela. Pare de dramatizar, você é muito boa nisso.

- Não é drama. - Beberica sua bebida aos poucos. - Você não tem noção do que é estar em um relacionamento em que a base é um maldito ócsio. Prefiria que isso não existisse. Valeria muito mais a pena se eu a conquistasse aos poucos.

- Seja paciente, aproveite que agora não tem o ócsio e conquiste-a. Para de discutir com tua mulher. Até amanhã.

Toni bebe duas, três garrafas e meia. Acaba adormecendo no sofá. Escuta um barulho de alguém abrindo a porta, mas estava muito cansado pra abrir o olho e verificar. Pegou no sono pesado.
Assim que amanheceu, Veronica levantou-se cedo e foi atrás de jabuticaba. Betty pediu muito pra que ela buscasse, desejo de grávida. Ela apenas esperou amanhecer. Quando passou pela sala, viu Toni, mas não a acordou.

Cheryl abre os olhos com preguiça, a claridade queimava um pouco seus olhos. Relembrou da conversa tensa que teve com Toni, Toni estava quase convicta que ela não a ama mais. Cheryl abanou a cabeça e então resolveu não dizer nada. Ela a amava muito, mas certas coisas precisam ser omitidas para se vê até onde vai. Levantou-se indo diretamente tomar um banho. Estava disposta, corpo sem dores e uma imensa fome. Toni entra no quarto escutando Cheryl cantando no banheiro. Se joga na cama sentindo o corpo doer devido ao mau jeito que dormiu. Cheryl sai do banheiro enrolada em uma toalha.

- Onde você dormiu, Toni? - Pergunta sentindo o cheiro de bebida.

- No sofá. - Resmunga sonolenta. - O que foi agora, Cheryl? Vai dizer que não posso mais ficar na mesma cama que você?

- Vai até o espelho, Toni. Olha pro seu pescoço e me diz se você dormiu no sofá mesmo.
Não entendendo nada, Toni levanta meio cambaleante e vai até o espelho. Puxa um pouco da camisa e vê marcas de batom. Arregala os olhos ao passar os dedos em cima e realmente constatar que é batom.

- Eu não saí de casa em nenhum momento. - Justifica-se com medo das conclusões da sua mulher.

- E as marcas de batom são de quem? Da Betty? - Cheryl cruza os braços. - Pensei que o rompimento temporário do elo fosse um motivo pra você me mostrar que não precisava de nada disso pra eu me apaixonar por você, Toni. Sai do quarto ou vou gritar.

- Camila, eu não saí de casa em nenhum momento. Eu bebi, confesso, mas foi aqui no Casarão. - Toni tenta se aproximar, mas ela recua. - Eu não sei como essas marcas vieram parar no meu corpo. Vou dar um jeito de usar o ócsio pra te provar que estou falando a verdade.

- Que ócsio, Toni? - Cheryl empurra Toni pra fora do quarto. - Me deixa sozinha.

Ela fecha a porta e se encosta na mesma deixando algumas lágrimas caírem.

- Que droga! - Berrou batendo na porta.

Do outro lado Toni ouviu a voz exaltada da sua esposa misturada com a embarguez de um choro sendo controlado. Sentou no chão de cabeça baixa cansada de tudo isso. Estava nítido o seu cansaço.

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora