Capítulo 20

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Vero ficou calada caminhando ao lado da sua amiga até perto do casarão topaz.

- Você está bem, Toni? - Criou coragem e fez a pergunta.

- Eu só peço que você não diga nada do que ouviu lá na casa da Hope.  - Diz encarando a amiga. - Não quero ninguém sabendo que estou me apaixonando por Cheryl.

- Eu vou tirar sarro da sua cara pro resto da vida. - Vero se pôs a rir.

- Eu vou contar de um até três pra você sumir ou arrancarei seu pulmão.

Vero saiu correndo sorrindo alto pra irritar a amiga.

Toni entra na sua casa encontrando uma mulher desconhecida na sala.

- Chegou bem na hora, minha filha. - Katy olha pra a tal desconhecida. - Essa é a Bernadete, nossa nova empregada.

Toni encarou a mulher que aparentava ter uns 45 anos, estendeu a mão e cumprimentou-a. Logo subiu para saber se Cheryl já tinha acordado. Antes de abrir a porta, escutou sua irmã conversando com sua esposa.

- Ela te salvou, Camila. Te trouxe o mais rápido que pode totalmente aflita pela sua situação. Você precisava ver co...

Nesse exato momento, Toni abriu a porta encarando a irmã de maneira aborrecida.

- Bom, estou de saída. Logo sua sopa será entregue, descanse.

Veronica saiu do quarto deixando o casal a sós. Um silêncio incômodo se instalou no ambiente, as duas pareciam estar com medo de falar.

- Obrigada, Toni. - Cheryl sussurrou.

- Você nunca iria ganhar de mim. - Tpni tentou soar relaxada com a situação. - Mas não faça mais aquilo, por favor.

- Com as dores que estou aqui? Nem sei quando subirei em um cavalo novamente, quem dirá correr. - Ela sorri.

Toni sorriu sendo observada por Cheryl. Desde que acordou, ficou deitada tentando lembrar aos mínimos detalhes o que tinha acontecido. Logo depois recebeu a visita de Veronica que tratou de lhe passar uma bronca e lhe explicou o que aconteceu.

Cheryl de fato queria mostrar que sabia cavalgar com louvor, mas esqueceu que o cavalo que usou não era habituado com ela. Resultando na sua queda e no seu atual estado.

- Sua irmã me deu um soco no rosto. - Ela diz lembrando da cena. - Ela realmente se preocupa com você. Me prometeu que se eu te machucasse, minha cabeça iria ser separada do corpo.

- Ai, que vergonha... - Cheryl pôs a mão no rosto sorrindo alto. - Anne não é de demonstrar tanto essas coisas. Perdoe, por favor.

Nesse momento, a nova empregada bate na porta sendo atendida por Toni. Ela deposita a bandeja na cama saindo do quarto logo depois.

Com muito esforço, Cheryl pega a tigela de sopa e tenta segurar a colher, mas acaba escapulindo da sua mão.

- Deixa que eu te ajudo.

Toni pegou a tigela das mãos da sua esposa, colherou a sopa e aproximou o objeto dos lábios dela.

- Você vai me dar na boca? - Perguntou vermelha de vergonha.

- Melhor do que ficar com fome, aceite.

Ela abriu a boca de forma contida e tomou o líquido morno. Toni a encarava de forma curiosa, admirando-a. Era elegante até comendo, surpreendida com seus pensamentos, sorriu.

- Não deboche da minha condição, Antoinette. - Ralhou fazendo cara feia. - Estou aceitando sua ajuda, mas não caçoe de mim.

- Eu estou apenas te admirando, Cheryl. - Disse séria. - Você é uma mulher muito bonita.

As duas ficaram olhando uma para a outra de maneira estática. Parecia que estavam procurando algo dentro do olhar, talvez algo que nem elas mesmos saibam.

- Então, fiquei curiosa pra saber por que você não se transforma. - Ofereceu mais uma colherada da sopa para ela.

- É algo complexo. - Sentenciou. - Coisa minha, mas tenha certeza de que eu repudio minha herança sobrenatural. Não quero jamais transformar-me nisso.

Toni terminou de dar a sopa a Cheryl retirando-se para levar a bandeja. Deixou o objeto na cozinha e na volta encontrou seu pai.

- Eles começaram a atacar. - Solta as palavras como bombas. - Estou indo pra a divisa do nosso território com a floresta negra. Vá atrás com sua irmã, esteja pronta.

Sem dar chance para Toni falar alguma coisa, Thomas sai rapidamente. A jovem resolve voltar ao quarto antes de ir embora, precisava pedir algo a Cheryl.

- O que houve, Toni? - Olhou sua mulher espantada.

-Começaram a atacar, Cheryl. Eu preciso ir ajudar a alcatéia que em breve serei líder. - Ela enfia uns objetos numa mochila. - Não sei por quanto tempo ficarei lá, então trate de se proteger.

- Mas todos os lobos vão ter de ir lutar?

- Tentou levantar, mas a dor não deixou.

- Os mais fortes irão, mas ficará alguns para proteger os ouros que aqui ficarem. Por isso seja forte. - Ela agacha perto dela. - Por favor, se cuida.

Ela beija a testa de Cheryl e sai correndo. Encontra Veronica na sala já pronta e assim vão atrás da vitória contra os vampiros.

Katy ordena que os empregados tranquem portas e janelas. Os lobos que foram deixados para proteger os que ficaram se prontificam.

Do quarto, Cheryl pede a Deusa da lua que isso tudo acabe o mais rápido possível. Não queria que houvesse banho de sangue, nem pessoas inocentes sendo mortas.

De repente algo estranho lhe atinge. Ela sentiu como se estivesse na lua cheia, tentando controlar sua loba. Seu coração começou a bater mais rápido, de maneira descompassada. Um calafrio subiu pelo seu corpo e então se viu suando frio. Uma pontada, logo outra.

- Ai. - Segurou as lágrimas tentando não gritar.

Katy abre a porta sendo acompanhada de Bernadete. Vê a cena de Cheryl entortando o corpo e gemendo de dor.

- O que houve, menina? - Ela toca em Cheryl e sente seu corpo queimando. - Ai, nossa! Ela está pegando fogo!

Bernadete encosta a mão na garota e assustada, recua. Cheryl estava de olhos fechados tentando entender por que isso estava acontecendo. Recebeu uma chacoalhada de Katy e ao abrir os olhos, sua sogra pareceu assustada.

- Cheryl... Seus olhos estão...brilhando. - Katy levou a mão à boca.

Um rosnado sai da boca de Cheryl fazendo Bernadete sair do quarto às pressas. Katy permaneceu encarando a garota que tinha uma fúria no olhar. Os olhos dourados que antes tinha uma cor fosca, estavam brilhando muito. Estaria Cheryl se transformando?

Bernadete entra rapidamente segurando nas mãos uma xícara com chá.

- Seu pai mandou trazer as ervas que você faz o chá para controlar sua loba. - Katy pega a xícara das mãos de Bernadete e estende para Cheryl. - Vamos, tome!

Tremendo muito, Cheryl consegue segurar a xícara e então leva-la até sua boca. Engoliu o líquido ainda quente e sentiu seus batimentos cardíacos voltando ao normal. Seus olhos foram ficando pesados e antes de fecha-los por completo, sussurrou algo.

- Obrigada.

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora