2 Temporada - Capítulo 04

885 119 16
                                    

Clarke point of view

Minha cabeça estava em ponto de sair do corpo. Minha mãe não parava de dizer que eu sou louca só porque mudei a cor do vestido sem ela saber. É o meu casamento, a droga do meu casamento. Eu tenho direito de escolher. Quando enfim fiquei sozinha e Madelyn me ajudou a terminar de me arrumar, meu pai entra no meu quarto.

- E fala de mim, do meu jeito impulsivo. - Resmungo quando o sinto se aproximar. - Já está na hora?

- Sim, sua futura mulher já está esperando há alguns minutos. - Ele pede para Madelyn se retirar. - Vamos, bebê?

- O quarto dela já está pronto?

- Sim. Depois eu conversarei com ela sobre isso. Vocês terão que ter um filho ou filha daqui um tempo. Mas agora vamos logo. Você precisa passar por uma cerimônia longa ainda.

Assinto, tiro a minha cara de enterro e saio do quarto com ele. Desejo de coração que isso passe logo. Jamais me imaginei nessa situação e minha mãe ainda queria que eu estivesse de branco. Me poupe.

Quando começamos a caminhar em direção á Lexa, me deu um nó na garganta, uma vontade de chorar. Me controlei e disfarcei usando a minha frieza. Meu pai me entregou a ela desejando felicidades, até sorri para a Lexa como forma de transparecer que estou bem. Nos aproximamos do Vampiro Conselheiro e o mesmo deu início a todo falatório.

- Saudamos Austin! - Logo todos os vampiros repetem o mesmo. - Saudamos a Deusa da lua! - E todos os lobisomens repetem a frase.

Jacobson dá continuidade a todo discurso chato, mas necessário nesse casamento e eu fico perdida em meus pensamentos. O beijo na testa que a Lexa me deu não saiu da minha mente e eu não entendi o porquê. Sei que o beijo foi tipo um selamento de amizade, mas minha mente é traiçoeira e só vai por outro caminho.

- Como forma de propagar a eternidade entre a espécie dos lobisomens, Lexa Blossom Topaz tomará o sangue da sua esposa, Clarke Gomes Mahone e assim, através da sua ligação com a Deusa da lua, passará a eternidade para todos os lobos por magia. Clarke, por favor dê-me sua mão.

Estendo a mão e ele passa uma faca cortando a palma. Meu sangue precisa pingar 20 vezes dentro da taça, correspondendo assim a idade da Lexa agora. Enquanto pinga, olho pra Lexa e pavor é nítido em seu rosto. Ela não queria isso, mas não pode rejeitar. Sinto raiva por estarmos nessa condição. Não era pra ser assim.

- Do sangue de um vampiro te tornarás eterna. - Jacobson entrega a taça a Lexa.- Beba e saborei a eternidade pra si e pra seu povo, filha da lua.

Lexa me olha, engole seco e leva a taça à boca. Escuto o barulho do sangue descendo na sua garganta e fecho os olhos. Ela não vai gostar do que vai sentir. Quando abro os olhos, ela está vermelha. Muito vermelha mesmo.

- Clarke Gomes Mahone, hoje Lexa Blossom Topaz se torna uma híbrida poderosa e sua mulher. Pela aliança feita entre as duas espécies, hoje declaramos estabelecida a paz entre todos. Paz aos vampiros! Paz aos lobisomens!

Lexa começa a tossir e sua transformação começa. Peço para que Jacobson agilize a cerimônia. Meu pai e a mãe da Lexa assinam no Grande Livro. Logo eu e a Lexa assinamos. Ela está tremendo muito. Trocamos alianças, fizemos promessas uma á outra e nos abraçamos.

- A partir de hoje, os lobisomens garantirão sua eternidade e a paz está firmada entre nós. Não mais brigas, não mais desavenças, não mais...

- Cala a boca! - Explodo impaciente. - Ela está se transformando. Não dá pra finalizar?

- Vampirinha respondona... - Ele sussurra. - Vos declaro esposa e esposa por toda a eternidade. Sejam felizes!

Palmas são ouvidas e peço ajuda da minha sogra pra carregar a Lexa até seu novo quarto. Eu preciso continuar o ritual sozinha com ela. Minha mãe vai guiando a festa até voltarmos. Sozinhas, abro seu paletó e folgo sua gravata.

- O que... O que você está fazendo em cima de mim? - Ela está ofegante demais.

- O ritual não acabou, belezura. - Assobio. - O que está sentindo?

- Vontade de morder seu pescoço de cobra. - Ridícula! - O que eu faço agora?

- Desculpa mesmo. É só continuação do ritual, nada de vingança da minha parte.

Antes que ela pudesse tentar se levantar, eu desço a boca até seu pescoço e cravo meus dentes. Ela solta um uivo rasgado e segura forte na minha cintura. Meu corpo treme ao seu toque e pelo seu sangue. É incrível demais. Ela continua uivando e eu sinto que ela quer se transformar. Paro imediatamente.

- Lexa... Eu...

Ela me vira na cama e sobe por cima de mim. Me assusto com seu ato repentino, seus olhos estão vermelhos com um leve tom de dourado. Sei o que ela vai fazer agora. Viro meu pescoço pro lado e ela crava seus recentes dentinhos.

- Ai... - Acabo gemendo alto sem querer. - Vai... Vai com calma, Lexa.

Ela suga com muita vontade, parece desesperada. Quando vejo que minha vista começa a embaçar, empurro ela de cima de mim. Sua boca possui um grosso filete de sangue escorrendo e ela acaba sorrindo quando me ver perdida a olhando.

- Você tem um sangue muito gostoso. Nossa... - Ela fala de um jeito estranho. - Deixa eu provar de novo?

Ela vem se aproximando e eu recuo na cama. Logo fomos atrapalhadas, graças a Deus, por batidas na porta. Corro para abrir e encontro minha mãe.

- Pelo que vejo ela já completou o ritual. - Ela olha pra Lexa ainda de fora do quarto. - Vamos? Os convidados os esperam.

Lexa se recompõe assim como eu e então voltamos pra festa. Lexa foi o centro das atenções. Eu fiquei sentada conversando com a Octavia e suas primas. Mesmo estando envolvida numa conversa animada, minha mente não saía da mudança notável da Lexa. Será que o vampirismo alterou sua personalidade?

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora