Prometida à Alfa - Choni

Capítulo 17

Depois de ter falado com todos os convidados, as noivas foram para a mesa da família. Sentaram aproveitando a boa comida que estava sendo servida.

Cheryl, apesar de tensa pelo que ouviu de Keane, comeu fingindo total calmaria.

- Terá lua de mel? - Katy solta sem pensar.

- Não dá pra desfrutar desses prazeres pois é bastante perigoso viajarem sozinhas prestes a começar uma guerra. - Clifford diz bebendo champanhe.

Toni põe a mão em cima da mão de Cheryl e a mesma retira a sua depressa. Ela entendeu o por quê de tanta raiva, planejou pedir perdão quanto estiverem à sós.

Provavelmente ainda não engoliu a cena que presenciou na sua casa, pensou consigo.

- Alguns convidados já estão indo embora, vou falar com algumas amigas... - Katy sai da mesa.

Cheryl suspira alto demonstrando total insatisfação com a festa. Ela estava tentando entender por que ela a queria longe...

Não que ela gostaria de ter alguma relação com Toni, mas não entendia por que optar ser um canalha pra afasta-la. Um diálogo ou um afastamento seria menos humilhante.

- Cheryl, posso falar com você? - Anne pergunta tocando na mão da irmã.

Ela assente e então as duas se afastaram um pouco da mesa. O vestido pesado de Cheryl já estava lhe deixando chateada.

- Algo de errado, Anne? - Perguntou ao parar.

- Eu só não queria parecer a irmã grudenta na frente de todos. - Responde dando um sorriso largado e bagunçando o cabelo. - Eu quero que me conte se aquela moleque te fizer algum mal. Não é por que nossas alcatéias estão em aliança que eu não posso quebrar os dentes dela.

- Obrigada, irmã. - Cheryl abraça Anne que retribui bem o gesto. - Pare de ser tão dura consigo mesmo. Não perca tudo que você é por culpa dessa liderança, C.

Ela sorri ouvindo pela primeira vez depois de tanto tempo o apelido que sua irmã lhe deu quando pequenas. Proibiu que lhe chamasse assim pois queria manter a pose rude perante os lobos e um apelido carinhoso destruiria todo o esforço. Mas permitiu-lhe sentir-se feliz ao ouvi-lo novamente.

- Prometo tentar.

Elas retornaram para a mesa, a festa já estava quase vazia. Clifford levantou-se avisando que já iriam partir.

- Promete que vai me ver, filha? - Clifford abraçava Cheryl com ternura. - Por favor, não me abandone.

- Que filha seria eu se abandonasse o meu próprio pai? - Respondeu sentindo as lágrimas inundarem seus olhos. - Irei vê-lo logo, pai. Mande um beijo especial pra Penélope e Elisa.

Cheryl e Toni acompanharam Clifford e Anne até a carruagem. Todos despediram-se e então foram embora.

- Pode mostrar-me meu quarto, por favor?- Cheryl pergunta pra sua sogra.

- Toni, mostre à sua esposa o quarto de vocês. Preciso descansar. Boa noite, queridas.

Thomas também retirou-se juntamente com sua mulher, estavam cansados.

- Vamos, lhe mostrarei o quarto.

Toni foi na frente sendo seguida por uma Cheryl pensativa. Iriam dormir juntas durante todo esse tempo?

Cheryl suspendeu o vestido e subiu as escadas atrás da sua esposa. Logo entrou no terceiro quarto do corredor, o quarto do casal.

- Iremos dormir aqui.

- Iremos? Claro que não! Eu irei dormir aqui, você se vira. - Cheryl explodiu deixando o estresse tomar conta de si.

- Ô Sra. marrenta, somos um casal, estamos casadas ou você não percebeu? - Responde deixando Cheryl muda. - Mesmo que você não me queira na mesma cama que você, temos que compartilhar o mesmo quarto. Não estou te obrigando a deitar-se comigo, Cheryl. Deixe de problema.

Cheryl assentiu jogando umas cobertas no chão juntamente com dois travesseiros. Toni assistiu tudo com um sorriso maroto nos lábios, ela era tão marrenta que chegava a ser atraente.

- Você dorme aí no chão. - Ela suspira cansada pelos movimentos. - Eu vou tomar banho. Você pode buscar minhas malas que deixei lá em baixo?

- Pode deixar, Sra. Topaz.

Com as mãos nos bolsos, Toni saiu sorrindo da cara irritada de Cheryl. Ela parecia aquelas pessoas que ficam engraçadas quando bravas.

Pegou as duas malas que estavam encostadas em um canto e subiu. O chuveiro estava ligado comprovando que Cheryl estava no banho. Jogou-se na cama ajeitando o travesseiro atrás da cabeça. A jovem sai do banheiro enrolada numa toalha assustando-se ao ver que

Toni estava no quarto.

Bufou irritada pegando uma mala e entrando no banheiro novamente. Minutos depois voltou enxugando os cabelos.

- Levanta daí que a cama é minha. - Diz seca.

- Eu quero conversar com você. - Toni levanta aproximando-se.

- Mas eu não quero, Toni. Estou cansada, então por favor deixe-me descansar. - Diz a encarando.

- Tudo bem.

Toni pegou uma toalha limpa no guarda-roupa e entrou no banheiro. Achou melhor adiar o pedido de desculpas pois Cheryl estava um poço de estresse e ela não queria piorar seu estado. Sorriu ao lembrar do seu rosto ao vê-la aguardando-a no altar.
Ela realmente é uma mulher extraordinária.

De banho tomado, saiu vestindo apenas uma bermuda. Olhou Cheryl de longe e ouviu sua respiração leve. Cobriu seu corpo e então ajeitou as cobertas no chão do quarto. Deitou-se prometendo a si mesmo lembrar que teria que providenciar uma cama extra pro quarto. Dormir no chão era judiação.

Cheryl abriu os olhos ao sentir que Toni deitou no chão. O seu cheiro havia ficado no travesseiro e isso não estava deixando-a dormir. Não queria estar sentindo essas coisas, não queria. Ela havia enganado-a de uma forma sórdida, humilhante. E isso já era motivo suficiente pra odia-la a vida inteira.