Toni já estava angustiada, o médico estava demorando demais.
- Calma, irmã. Provavelmente ele deve estar atendendo alguém. - Veronica toca no ombro de Toni.
A porta é aberta e então o doutor Rubens entra acompanhado de Katy. Ele prontamente se põe a analisar as condições de saúde de Cheryl.
Toni se afasta um pouco esperando o médico terminar de mexer na sua esposa.
- Ela é uma loba? - Rubens pergunta cuidando dos ferimentos na testa de Cheryl.
- Sim, é. - Toni responde. - Não sei por que ela ainda não acordou. Já deveria estar se curando também.
Rubens começa a olhar os globos oculares de Cheryl e a ouvir seus batimentos cardíacos. Katy sussurra pra Toni que mandou avisar ao pai de Cheryl sobre sua situação.
- Pelo que vejo ela não está muito ferida. Ela tem algo esquisito, pois deveria estar se curando. - Ele começa a recolher seus objetos de trabalho. - Por via das dúvidas, me chamem se ela não acordar. E não relaxem na alimentação dela.
- Muito obrigada, doutor. - Katy acompanha Rubens até a porta de saída.
Toni aproximou-se de Cheryl encarando seu rosto que estava com dois curativos na testa. Veronica ficou encarando o gesto da irmã com sua esposa.
- Você fica irreconhecível quando se preocupa com alguém... - A voz da irmã mais nova preenche o ambiente. - Acho que tem alguém se apaixonando...
- Deixe de suas graças, Veronica. É meu dever protegê-la e eu não fiz isso. - Toni cruza os braços olhando pra Veronica.
Veronica deixou Toni à sós com Cheryl, ela já tinha ficado tempo demais. Ouviu um burburinho na sala, então pode ver que Clifford e Anne chegaram.
- Onde é o quarto da minha filha?- Clifford berrava aperriado.
Não esperou respostas e saiu abrindo as portas até encontrar uma entreaberta, a que sua filha estava. Anne entrou logo depois dando um soco no rosto de Toni que foi jogada no chão.
- O que você fez com minha irmã, sua cretina? - Anne encara Toni que tem uma mão no queixo.
- Eu não fiz nada, querida cunhada. - Levanta-se irritada. - Sua irmã resolveu bancar a louca e correu mais do que podia em cima do cavalo. Eu socorri, não provoquei nada.
Clifford alisava o rosto de Cheryl se sentindo desarmado ao ver sua filha naquele estado. Ela tinha um rosto suave, parecia estar dormindo tranquilamente.
- Deixe de besteira, Anne. Toni não teria coragem de machucar minha Cheryl. - Clifford encarou sua filha. - Ela provavelmente vai demorar a acordar.
- Isso que eu estava tentando entender... - Toni aproxima-se de Clifford. - Por que ela está demorando tanto a se curar já que é uma loba?
- Simples, por que ela nunca se transformou. Cheryl nega até a morte sua herança sobrenatural, sua condição de loba. Devido a isso, vive como uma humana qualquer.
Toni arregalou os olhos digerindo a recente informação. Seria por isso que o cheiro dela é tão atrativo ao seu lobo?
- Não posso ficar, mas avise-me assim que ela acordar. Mandarei as ervas que ela cultivava lá no casarão para fazerem o chá que ela toma para controlar-se. Até breve, Toni.
Clifford saiu do quarto fazendo uma anotação mental de que precisava lembrar-se de mandar as ervas para sua filha. Anne encarou Toni que a encarava de volta.
- Eu vou te dizer apenas uma coisa. - Anne aponta o dedo indicador para a cunhada. - Machuque a Cheryl e eu te caçarei no inferno para arrancar sua cabeça. Até breve.
Toni sorriu diante da irmã protetora de Cheryl. Voltou seu olhar para sua esposa e pensativa concluiu: preciso encontrar respostas para seu cheiro tão enlouquecedor.
Deixou Cheryl bem agasalhada e saiu do quarto fechando a porta. Encontrou vero sentada de maneira esparramada no sofá.
- Nunca vi você tão preocupada com alguma coisa. - Vero levanta-se. - Tive a impressão que você iria chorar a qualquer momento.
- Você é uma vagabunda, Vero. Mas obrigada por me ajudar. - Elas caminham para fora do casarão. - Preciso visitar a bruxa do vilarejo, a Hope.
- Então vamos.
As duas caminharam até o centro do vilarejo, mais especificamente até uma casa verde com um lindo canteiro na frente.
Bateram na porta e sem demora, foram atendidas.
- Antoinette Topaz, que honra. - Ela abre passagem para que as duas entrem. - Algo lhe aflige?
- Odeio rodeios, então serei direta. - A jovem senta-se de frente para a bruxa. - Você já deve saber que casei, é sobre minha esposa que quero falar.
- Quer que ela engravide?
- Longe disso! - Revirou os olhos. - Preciso saber por que o cheiro dela enloquece o meu lobo. A primeira vez que vi a Cheryl, eu estava na minha forma sobrenatural. O cheiro dela foi tão convidativo, tão atraente que tive vontade de uivar o mais alto que eu podia. - Ela suspira ouvindo Vero prendendo um riso debochado. - E hoje foi a segunda vez que eu a tive perto na minha forma lupina e isso se repetiu ainda mais forte. Por um segundo achei que iria perder a consciência ao sentir seu cheiro. Acabei de descobrir que ela nunca se transformou apesar de loba. O que é isso que sinto? Algum tipo de feitiçaria?
- Você já parou pra pensar que pode ser só o perfume dela, cara? - Vero atrapalha levando um tapa na cabeça. - Ai, Toni. Foi só uma opinião.
- Não é o perfume dela, Vero. - Hope diz tranquila. - É o início do ócsio acontecendo, só isso.
- E o que seria isso? - Toni se viu preocupada.
- Simples, o seu lobo está se apaixonando pela loba dela, mesmo estando inativa. Se caso ela se transformar, sentirá o mesmo que você. O resto você já sabe...
- Tá ferrada! - Vero sussurrou ganhando outra tapa.
Toni abria e fechava a boca tentando entender o que ouviu. Estava se apaixonando?
- Tem como parar isso? - Perguntou no automático.
- Não, Toni. A lua escolheu a sua esposa para ser sua amada. Não tem como pedir a Deusa da lua pra voltar atrás, ela sempre sabe o melhor pra cada um. - Hope deu um sorriso amigável. - Em breve você amará sua esposa a ponto de dar sua vida pela dela.
Toni tratou de sair dali o mais rápido que podia sendo seguida por Vero. A volta foi silenciosa, pensativa.
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Prometida à Alfa - Choni
Fanfiction[Finalizada] Filha do líder de uma alcatéia forte, Cheryl sempre dedicou-se a assuntos que não se referiam a lobos. Sabia que o que estava em seu DNA não podia ser mudado, mas preferia negar. Gostava de ensinar as crianças do vilarejo e ajudar quem...