Capítulo 44

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Nesse exato momento, Cheryl abria os olhos um pouco atordoada, mas ainda ouviu as últimas palavras do doutor Hélio. Levou a mão até a testa sentindo a umidade do seu suor e então encarou cada rosto ali presente.

- Quem está grávida? - Perguntou ajeitando-se na cama.

Todos ali engoliram seco, Hélio percebeu que ele teria que responder aquilo. Toni tremia, tremia muito. Duas mulheres grávidas dela, não sabia se considerava-se sorte ou muito azar. Azar apenas pelo fato de que Betty, a intrusa, estava grávida também.

- A senhora está grávida, Cheryl. - Hélio senta na cama bem perto dela. - Preciso que siga certas instruções que lhe recomendarei. Tudo para que seu bebê nasça com muita saúde.

O espanto estampava a face de Cheryl, a mesma levou suas mãos trêmulas até a boca e direcionou seu olhar para a pessoa mais interessada nessa notícia depois dela.

- Eu... - Ela mantém seu olhar fixo em Toni. - Eu estou grávida? É isso?

Nick preferiu retirar-se, era doloroso demais para seu coração. Clifford tinha um sorriso orgulhoso nos lábios, mesmo a situação sendo difícil, era uma boa notícia. Anne deu dois tapas no ombro de Toni como se a parabenizas se, enquanto que a mesmo mantinha seu olhar em Cheryl.

-Sim, você está. - Mais uma vez Hélio responde. - Acho mais fácil anotar o que é preciso que você faça pra ter uma boa gestação.

Hélio anota tudo que era necessário para Cheryl e a criança ficarem bem, entrega o papel nas mãos de Toni juntamente com um frasco contendo um líquido acinzentado e vai embora sendo acompanhado por Clifford. Anne e Penelope também se retiraram, sabiam que o momento era só do casal.

- Bebe esse líquido, Hélio recomendou para ajudar a curar seu cansaço, sua febre e te ajudar a recuperar as forças. - Toni senta perto de Cheryl entregando o frasco a ela.

Ainda tremendo, Cheryl retira a tampinha do objeto e engole tudo rapidamente. Sem graça, abaixa o olhar para encarar suas mãos.

- Você gostou? - A voz da garota sai como um sussurro envergonhado. - Digo, da notícia.

- Confesso que eu não esperava, mas eu estou feliz. Saber que iremos ter um filho é algo surpreendente pelo pouco tempo que temos juntas, mas não deixa de ser uma boa notícia. - Ela alisa o rosto da sua esposa com ternura. - Tem algo que eu gostaria de lhe contar, Cheryl.

- Pode ser depois? Eu estou exausta, preciso dormir.

Toni assentiu e então Cheryl se aproxima dela afim de dormir em seus braços. Seu coração estava tranquilo, ela sempre quis ser mãe. Sabia que iria ser difícil de hoje em diante, ela ainda era um membro expulsa da alcatéia e do vilarejo. Mas também sabia que seria forte a qualquer custo pelo seu bebê e, mais do que nunca, iria ficar perto do amor da sua vida. Fechou os olhos inalando o perfume amadeirado de Toni e então adormeceu.

Depois de ver que Cheryl já dormia pesadamente, Toni saiu vagarosamente do seu abraço e então se direcionou a saída do quarto. Olhou uma última vez para a sua mulher, sorriu ao lembrar da sua expressão ao descobrir que estava grávida e logo saiu. Encontrou Anne e Clifford na sala bebendo alguma coisa.

- Você não vai ficar com ela? - Anne diz levantando-se. - Ela vai precisar de você, muito por sinal.

- Preciso voltar pra casa, tenho coisas a resolver. - Explicou-se Toni. - Estarei aqui assim que o sol raiar. Estejam aqui pois preciso falar com vocês. Até logo.

Ela tinha planos de contar tudo a todo mundo de uma vez, o melhor seria trazer Betty junto com ela para que ela afirme que o bebê foi feito antes do casamento. Toni foi até o pé de dendê, pegou alguns e se direcionou até sua casa. Sabia que iria ouvir muito da sua mãe, mas era por uma boa causa.

                                           ...

Betty estava agoniada, massageava sua pequena barriga na intenção de controlar o louco impulso de sair para ir atrás de dendê sozinha. Fazia muito mais que três horas que a Toni tinha saído, ela estava preocupada com ela. Katy observava a agonia de Betty, ela também estava estranhando a demora da sua filha. Veronica entra no quarto para saber se estava tudo bem com seu sobrinho e sua mãe.

- Você está bem, Betty? - Perguntou querendo mais saber do bebê do que dela.

- Não, Veronica. Eu estou muito preocupada com a Toni e desejando muito comer dendê. - Alegou levantando-se da cama. - Não é melhor ir atrás dela, Veronica?

- Não precisa. - Toni abre a porta do quarto. - Olha aqui o dendê, Betty. Espero que você coma tudo e sacie seu desejo. E acostume-se a esperar pois vai existir uma outra grávida necessitando de ter seus desejos saciados também.

- Mas o que você quer dizer? - Veronica intervém.
- Acabei de descobrir que a minha esposa está grávida. - Toni diz coçando a nuca. - Serei mãe em dose dupla.

- Acho que vou desmaiar. - Katy diz colocando a mão na testa e tombando por cima da cama de Betty. - Avó de dois netos de uma vez? Ai, minha Deusa da lua!

Veronica se aproxima de Katy para saber se sua mãe estava bem, a mesma parecia estar passando mal. Betty estreitou os olhos na direção de Toni, estava avaliando a expressão facial da mulher à sua frente.

- A Cheryl está grávida? - A pergunta de Betty mais parecia uma observação. - Então você foi encontrá-la ao invés de trazer o dendê para o seu filho?

- Sim e não me arrependo. - Disse chegando perto de Betty. - Você tem o seu dendê agora. A criança não esperou muito e você ainda está com desejo. Coma!

- Mas o que vai ser agora? Eu não vou sair daqui pra ela voltar. Aliás, ela nem pode voltar. - Betty tinha um desespero estranho no olhar. - Ela já sabe que estou grávida de você, Toni?

- Você fala como se tivesse um papel extremamente importante na minha vida. Betty, você só está gerando um filho meu. A Cheryl é minha mulher, minha esposa. Ela está grávida de um filho meu, motivo suficiente pra ser aceita novamente na minha alcatéia. E se ela achar necessário que você saia, você irá sair. Sinto muito se você achou que já era dona da casa. Preciso ir dormir um pouco, bom descanso e faça bom proveito do dendê.

Veronica, Katy e Betty ficaram encarando Toni sair do quarto. Betty era a mais impactada com as palavras ditas por ela, apenas voltou para a  cama recolhendo os dendês jogados nela. Tremeu de ódio ao ouvir as palavras reverberando em sua mente.

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora