Prometida à Alfa - Choni

2 temporada. - capítulo 01

Lexa point of view

Estou prestes a fazer 20 anos e ter minha vida presa a uma vampira chata, mimada e difícil de conversar. A peste da Clarke é um fardo que vou carregar em nome de um bem maior, a paz. Terei que governar os vampiros ao lado dela. Tudo aqui ficará nas mãos do meu irmão mais velho, Louis, que já é casado.

- Pensando na fedelha? - Louis chuta minha perna.

- Eu não. Estou pensando em como vou ficar casada toda a minha vida com uma peste. - Bufo me levantando da cadeira.

- A Clarke é realmente difícil, mas é uma bela mulher.

- Uma peste. Fim.

Saio do escritório do casarão encontrando Octavia, minha mãe e a Hailee mulher do Louis, na sala. Mês passado foi o aniversário da minha irmã Octavia, 15 anos, e eu fui obrigada a dançar com a peste satânica da Clarke. Sinceramente, a melhor parte foi quando acabou.

- Estava falando com seu irmão, Lexa? - Minha mãe vem até mim e me abraça.

- Sim, falando do meu casamento. - Digo com desdém. - Eu poderia escolher com quem casar né?

- Já conversamos tanto sobre isso, filha. - Ela beija minha bochecha. - Sua mamã te espera para treinar com você.

Assinto e saio do casarão encontrando minha mãe Toni do lado de fora. Meu avô Thomas e minha avó Katy resolveram mudar-se para outra casa para aproveitar seus dias com mais privacidade. Minhas mães continuaram aqui mesmo depois de passarem o comando pro Louis. Planejam irem embora depois que conseguirem casar sua última filha.

- Parece tensa. O que foi, Lexa? - Ela me lança um bastão comprido. - Vamos treinar sem estarmos transformadas.

- Não quero casar com aquela peste. - Declaro batendo com o meu bastão no dela. - Sinceramente, esse sim é o maior sacrifício que um lobo pode fazer. Sem contar que trarei a imortalidade para nós e serei a mistura das duas espécies. Já pensou? Eu, vampira e lobisomem? Cruz credo! É até difícil imaginar.

- Um preço a pagar, filha. - Ela tenta bater nas minhas pernas, mas eu pulo. - Sabia que eu casei com sua mãe por causa de um acordo?

- Ela me contou.

- E hoje eu sou extremamente grata por isso. Sua mãe foi a melhor coisa que me aconteceu. Futuramente você poderá estar me dizendo a mesma coisa da vampira, moleque.

Ela estava com a guarda baixa. Usei minha velocidade e agilidade, a derrubei no chão e fiquei com o bastão apontado para seu coração.

- Jamais direi isso.

Jogo o bastão no chão e saio dali caminhando. Será que ninguém entende que não há possibilidades de haver sentimentos entre mim e a Clarke? Isso é só um casamento arranjado para um bem maior.

O Vilarejo Crescente, assim como o Nascente, mudaram muito. A minha tia Demi é que comanda o Nascente com maestria. O lugar se tornou ainda mais próspero e bonito. Vou caminhando entre algumas árvores até que escuto um barulho estranho. Como sou boa com barulhos, sei que são de passos apressados de um vampiro. E seja lá quem for, está me rodeando. Fecho os olhos e me concentro até que encontro um ponto preciso e avanço.

- Becky? - Saio de cima dela. - Por que está me rodeando?

- Estava por essas bandas e te vi. Quis testar suas habilidades. - Ela levanta e limpa o vestido. - Clarke casará com uma mulher muito forte e ágil. Ela também é muito boa nisso.

- Hm...

- Você não esconde sua insatisfação com o casamento. Eu entendo bem. - Ela se aproxima. - Mas não se preocupe, Lexa. O amor virá com o tempo, acredite.

Ela some sem ao menos me ouvir. Será que ninguém entende que eu não quero saber de amor nenhum? Volto pra casa indo direto pro meu quarto. Esse assunto de casamento está me enchendo o saco. Ouço toques na porta. Autorizo a entrada.

- Lexa? Te incomodo? - Octavia entra com seu jeito tímido.

- Não, Octavia. Aconteceu alguma coisa? - Sento na cama.

- Você parece tão nervosa ultimamente... Quer conversar? Talvez eu seja uma boa ouvinte. - Ela toca na minha mão. - Você quer?

- Estou um pouco sufocada apenas. Não me imaginei casando aos 20. Nem nossa mãe casou com essa idade. - Suspiro. - Enfim, você deve saber das minhas responsabilidades.

Ficamos conversando até tarde da noite. Octavia me contava seus dilemas e eu contava-lhe os meus. Sempre fomos muito amigas. Ela também é amiga da Clarke, mas sabe separar as coisas. Fomos interrompidas por nossa mãe que veio nos trazer um lanche. Dona Cheryl é a melhor. 

- Você tem que ir provar seu terno, filha. - Ela alisa meu cabelo.

- Esse assunto de novo, mãe... - Bebo o suco. - Não se apresse, eu casarei. Eu casarei com a peste herdeira das trevas. Só me deixem respirar.

Minha mãe e a Octavia rolaram de rir. Toda vez era assim quando eu chamava a Clarke de peste ou herdeira das trevas. Isso não era nenhuma mentira. Cada uma de nós fomos dormir, afinal cada uma tem o seu cansaço particular. O meu cansaço maior é ter que me amarrar a uma vampira sugadora do meu bom humor. Espero que no mínimo ela me respeite. Nunca fui uma pessoa ligada ao sexo. Nunca vi isso como tudo na vida. Mesmo já tendo relações com umas "amiguinhas". Apenas espero que ela respeite meu espaço ou vou tomar banho com água benta todos os dias. É isso.