Capítulo 06

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Ao abrir os olhos vagarosamente, Cheryl se deu conta que amanheceu. Encontrou o quarto totalmente bagunçado e então lembrou-se da noite anterior. O seu lobo interior faz seu corpo mover-se sem sua autorização.

Cheryl sabia que a autora daquela bagunça era ela, sempre foi. Tomou seu banho e escovou os dentes lentamente. Hoje ela acordou sem vontade alguma de descer e fazer sua refeição à mesa. Vestiu algo mais confortável, no caso um vestido de renda azul claro e começou a arrumar o quarto.

Elisa era paga para fazer tal função, mas ela se envergonhava por deixar o quarto daquela forma. Em sua cabeça, se ela desarrumou era obrigada a arrumar.

- Cheryl? - Penélope empurra a porta tendo nas mãos uma bandeja farta. - Pedi ao seu pai para lhe trazer essa bandeja. Não pode ficar sem comer, menina.

Cheryl se viu grata por ter Penelope em sua vida. Sempre lhe cuidou com muito amor e carinho.

- Obrigado, Penélope. Eles já sairam?- Ela pergunta mordendo um pãozinho de queijo.

- Sim. Mas seu pai avisou que volta pro almoço. Bom, quando terminar peça pra Elisa levar a bandeja para baixo. Preciso cuidar do jantar pois teremos vistas.

Cheryl assentiu de contragosto e assim Andressa vai embora. Comeu pensativa no que ocorrerá hoje à noite. Como será sua noiva? Alta? Loira? Magra? Chata?

Afastou esses pensamentos, colocou sua bolsinha de lado, pegou a bandeja e desceu. Deixou o objeto na cozinha e saiu avisando que iria ver as crianças do vilarejo. Era seu passatempo predileto. Estar perto de crianças deixava Cheryl feliz, sorridente. O seu amor por crianças era algo lindo, puro demais. Não era à toa que seu maior sonho era ser mãe.

...

Depois de ter tomado café, Toni optou por passear um pouco. Estava disposta a se distrair até a hora do jantar que na sua mente será horroroso. O centro do vilarejo já não era tão interessante assim pois já tinha visitado todo os bares e provado de quase todas as mulheres. Algumas até valiam à pena repetir, pensou ela.

- Toni, Toni!

A jovem vira-se para ver quem lhe chamava. Sorriu ao ver sua melhor distração ultimamente.

- Bom dia, meu bem. - A morena beija-lhe os lábios. - Hoje não vai ter festinha?

- Tenho um jantar na casa da minha noiva. - Diz a última palavra com certo desânimo. - Uma chatice só.

- Então é verdade. A solteirona da alcatéia Crescente vai casar. Z A garota ria-se. - Quem é a trouxa do ano?

- Não deboche, Keane. - Toni rebate sorrindo. - Por que não vai comigo? Juro que esse jantar será bem melhor com sua presença.

Depois de acertarem tudo, Toni deixa Keane pra trás e continua a sua caminhada.

Sorriu ao imaginar Keane debochando da cara de sua futura esposa. Ela era ótima em tirar sarro com a cara das pessoas.

Mais a frente, encontra Vero conversando com o primo na frente de uma sapataria.

- Preciso falar com você. - Toni atrapalha a conversa e então o outro jovem vai embora. - Estou curiosa quanto a minha noiva. Diga-me, como ela é?

- Achei que seu interesse em mulheres fosse só pelo sexo. - Debocha Vero. - Vamos no barzinho do Sr. Dallas.

As duas caminharam um pouco mais e então entraram em um dos barzinhos mais conhecidos do vilarejo. Pediram suas bebidas e optaram por uma mesa ao canto, perto da janela.

- E você acha que por que eu quero saber como ela é? - Toni beberica sua bebida de maneira largada. - Se não quer falar, tudo bem.

- Com todo respeito, ela é a mulher mais linda que já vi. - Vero faz uma cara de apaixonada e leva uma tapa. - Ai, Toni! Filha duma...

- Epa! - Toni desfere outra tapa. - Acordou querendo morrer rapariga? E desde quando tu entende de mulher? Ouvi você dizer isso umas quinhentas vezes só essa semana com várias garotas diferentes.

- Mas é diferente. Você vai ver.

Continuaram conversando e Toni continuou fazendo pouco caso da futura noiva. Pra ela, Halsey era uma burra que não entendia de mulher e que provavelmente sua noiva era bonitinha.

Ficaram até depois do almoço no bar conversando. De repente, Veronica abre a porta do bar com uma cara nada agradável. Aproxima-se da irmã em passos rápidos.

- Vamos, papai mandou te buscar. - Veronica diz rapidamente as palavras. - Você tem um jantar, precisa se arrumar.

- Tenha modos, Veronica. Não viu a Vero? - Toni debochava, sempre fazia isso. - Toda sem educação.

Depois de cumprimentar Vero, Veronica enfim conseguiu arrastar Toni para casa. Quando Toni se metia em um bar, era difícil ela sair de lá sóbria.

Que bela enrascada essa garota está se metendo, pensou Veronica ao pensar na futura cunhada.

Chegando em casa, Toni tratou de cuidar da aparência pois não queria aparecer no jantar mais relapso do que já é. Veronica, no entanto, foi conversar com seu pai.

- Desculpe incomodar-lhe, mas ao casar onde Toni viverá?

- Melhor tê-la por perto. Não quero receber inúmeras queixas de Clifford sobre o péssimo comportamento de sua irmã.

- Então permitirás que ela e sua esposa morem aqui, entendo. - Veronica encarou seu pai por poucos segundos. - Acho que enfim poderei cuidar da minha vida e parar de assumir responsabilidades de Toni.

Thomas parou o que estava fazendo, soltou a caneta sobre a mesa e encarou seu braço direito, sua filha.

- Pensas em me deixar, Veronica? - A voz do pai saiu dolorida. - Você cuida melhor do que eu disso tudo. Não abandone esse velho agora.

Veronica sorriu passando a mão nos cabelos grisalhos do pai. Era doloroso vê-lo implorando sua presença mas ela desejava viver novas experiências, novas aventuras. Não queria passar a vida inteira assumindo uma posição que não era sua. Veronica desejava mais do que nunca encontrar seu lugar no mundo, sozinha.

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora