Capítulo 51

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Cheryl estava sentindo muita dor e Betty permanecia desacordada. Não tinha forças pra carregar Betty e também não podia pedir ajuda deixando-a sozinha. O choro de Cheryl não cessava, ela estava com medo, assustada. A dor em sua barriga ainda estava forte, sua mente tentava achar uma solução rápida. Encostou Betty em uma árvore e olhou ao redor tentando achar alguém. Não via ninguém, estavam no meio do nada.

Olhando pra dentro de si, Cheryl teve uma ideia. Averiguou quanto de força ainda tinha, viu que tinha suficiente para fazer o que lhe passou na cabeça. Engoliu seco, umideceu os lábios e fechou os olhos. Ao abrir a boca, Cheryl soltou um uivo alto e sofrido. Não podia se transformar devido a sua gestação, mas arriscou uivar mesmo na forma humana. Ela não sabia se isso era possível, resolveu apostar pra ver e deu certo. Depois de alguns segundos, Cheryl sente uma forte dor na cabeça e acaba desmaiando. Tinha gasto suas últimas forças, o desmaio foi um sinal de que algo não estava bem.

Toni estava no escritório conversando com seu pai e sua irmã quando ouviu o uivo de Cheryl. Na hora seus olhos brilharam em tom vermelho e o nome da sua esposa saiu da sua boca.

- Cheryl. - Sussurrou levantando bruscamente. - Algo aconteceu com Cheryl.

Veronica e Thomas saíram correndo atrás de Toni, que já tinha se transformado e corria seguindo o som do uivo que ouviu. No meio do caminho, Toni passou por Vero, sua amiga, e rosnou para a mesma como se ordenasse que ela a seguisse. Vero começou a seguir Toni, só que na forma humana.

Toni cheirava o ar, o cheiro de Cheryl tinha enfraquecido. Presumiu que fosse por que perto havia uma cachoeira. Caminhou por mais alguns minutos e ao longe viu duas mulheres caídas ao chão. Nesse momento, Thomas, Veronica e Vero aproximam-se e seguem Toni.

- Cheryl! Elizabeth! - Berrou ao ver as duas desacordadas.

Um aperto forte inundou o peito de Toni, seus olhos encheram-se de água. Betty estava encostada na árvore, totalmente imóvel. Cheryl estava jogada no chão e possuía sangue na cabeça e entre as pernas.

- Eu pego a Betty. - Veronica colocou Betty nos braços e saiu andando na frente. - Vamos, precisamos levá-las para o casarão.

- Pai, chama a Hope. Ela saberá cuidar delas melhor do que o médico. - Toni pediu com Cheryl nos braços.

- Chamarei os dois então. - Thomas sai correndo.

- Vero, olhe ao redor do bosque e da cachoeira. Encontre alguma coisa que prove se algum outro ser sobrenatural esteve por aqui. Me encontre no casarão depois.

Vero assentiu e então se transformou indo cumprir o que lhe foi ordenado. Toni caminha atrás de Veronica, totalmente angustiada e com uma forte dor no peito.

- Minha Deusa da lua, não permita que nada aconteça com meus filhos, nem com elas. - Sussurrou olhando para Cheryl e depois para Betty, que ía nos braços da sua irmã.

Rapidamente chegaram ao casarão, foi um alvoroço só. Pensavam ser um ataque de vampiros, uma emboscada, qualquer coisa. Katy quase desmaia ao ver as duas desacordadas. Resolveram colocar as duas no quarto de Toni, lado a lado na cama do casal. Veronica e Toni pareciam que iria abrir um buraco no chão de tão nervosos que estavam.

- Calma, minhas filhas. Elas irão ficar bem. - Katy tentava acalmá-las.

- A Cheryl está sangrando, mãe. A Cheryl não parece bem. - Toni berra totalmente descontrolada. - Se isso foi obra do Hal, ele vai me pagar, com muitos juros.

Nesse momento Hope, doutor Rubens e Thomas entram no quarto. Por enquanto que o médico pedia para Bernadete trazer água e panos limpos, Hope acendia quatro velas nos quatros cantos do ambiente. Thomas, Veronica e Katy preferiram aguardar do lado de fora do quarto. Rubens com ajuda de Bernadete começou a limpar os ferimentos de Cheryl.

- Ela está tendo uma provável hemorragia íntima. Preciso da sua ajuda, Hope. - Rubens chama pela bruxa. - Retire o sangue com o pano úmido e analise se é um corte ou se o sangue vem de dentro.

Betty começou a se mexer e então abriu os olhos encarando Toni. A mesma, sem pensar muito, abraçou Betty agradecendo a Deusa da lua por ela ter acordado. Hope analisava Cheryl e Rubens verificava se Normani estava bem.

- Peça pra Ágata preparar um chá com essas folhas, vai tirar toda dor que seu corpo esteja sentindo. - Rubens entrega um saquinho cheio de folhas para Betty e depois se vira pra Toni. - Pode tirá-la daqui, o caso da sua esposa parece ser mais sério.
Toni assentiu, abriu a porta e colocou Betty nos braços entregando-a para Veronica. A mesma levou-a para o quarto da jovem, Betty estava bem. Toni voltou, fechou a porta e ficou do lado de Cheryl. As lágrimas em seus olhos denunciavam sua vontade de chorar.

- É interno, Rubens. - Hope afirma. - É algo com o bebê.

- Preciso que use sua magia pra saber como está o bebê, Hope. O que farei no momento são os curativos externos, nada posso saber se não sei o que está acontecendo internamente.

Hope assente e então pega uma faca que estava dentro da sua bota. Chegou perto de Toni e pediu a mão dela. Cortou-a e com o sangue ela começou a melar o ventre de Cheryl. Depois colocou suas mãos bem abertas em cima da barriga dela e fechou os olhos falando algumas palavras em idioma desconhecido.

O corpo de Cheryl começou a dar leves tremidas e então Hope abriu os olhos puxando o ar bruscamente. Rubens amparou Hops que quase caiu desnorteada.

- Vi isso quando vi o bebê da Betty lá na minha casa e vi agora de novo, só que com o bebê da Cheryl. Mortes, vejo mortes. -Os olhos de Hope estavam inundados de água. - A Deusa da lua permitirá mortes, Toni. Mortes...

- E como está a criança? Não morreu né? Pela Deusa da lua, não me diz que... - Toni já chorava entregando seu abalo emocional.

- O bebê está vivo. - Hope se senta na beira da cama. - Só não faço ideia das mortes que a Deusa está querendo avisar. Confesso que estou com medo por que eu sou a causadora de uma delas.

Toni engoliu seco e se aproximou de Cheryl. Rubens fez a garota ingerir uns medicamentos alegando que tudo iria ficar bem. Hope permaneceu quieta, com os olhos vidrados na parede, absorta em seus pensamentos.

Prometida à Alfa - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora