Occasional Thespian - Johnny Depp

Capítulo 56

Outono. Dia 25 de Novembro, Sábado. 8:00.
Zurique - Suíça.
Narrador on.

  O clima em Zurique estava fechado, como todas as outras vezes que Johnny veio á cidade,  porém abafado mas diferente das outras vezes ele não tinha nenhuma vontade de estar ali. Depois de muita insistência de Stephen ele aceitou vir ao festival, porque segundo k assessor ele tinha que reaparecer na mídia depois de tudo que aconteceu.
A equipe Depp chegou á Suíça na noite anterior e agora todos já estavam prontos para mais um dia de holofotes. Gloria terminava de arrumar o cabelo de Johnny por mais que ele fosse colocar seu chapéu por cima enquanto ele bolava mais um baseado que foi retirado bruscamente de sua mão por Stephen.

Stephen: já estamos indo - repreendeu-o e ele apenas concordou - a dor de cabeça passou? - perguntou enquanto Johnny se levantava colocando o chapéu e apenas concordou com a cabeça.

Quando Stephen conversou com Alice um tempo atrás, sobre sua preocupação com o "efeito boomerang", ele sabia que caso um dia Gabby saísse da vida do ator, ele estaria entregue aos vícios como nunca antes, era sobre esse momento que ele falava. Ontem a noite, durante a viagem, Johnny tomou apenas mais um dos inúmeros porres que teve nos últimos mês. Cada um tem sua forma de suprir o vazio.
Johnny sempre foi na dele, mas como se um pedaço da sua vivacidade tivesse se desfeito, ele estava mais calado do que nunca, preferia guardar suas falas em seus próprios pensamentos. Afinal, cada um tem sua forma de suprir o vazio.
O ator estava entregue á solidão, dizia a si mesmo que jamais voltaria amar, mas ele sabia que era mentira afinal, momento algum deixou de amar aquela mulher de cabelos castanhos que adentrou aquela loja de guitarras. Mas ele negava a si mesmo esse sentimento, se ele a amava tanto como ele foi capaz de lhe causar tanta dor? Ele se perguntava isso todas as manhãs mas no fim sempre acabava sacudindo a cabeça se livrando dos pensamentos e indo fazer qualquer outra coisa para não pensar nela. Queria supera-la, quem sabe até esquecê-la quem sabe assim ele pudesse esquecer aquele amor que ele mesmo sentia e doía. No fundo ele sabia que nunca seria possível, mas ainda assim tentava. Era o término mudo no qual Susan falava. Afinal... cada um tem seu jeito de suprir o vazio.

No corredor do quarto de hotel, Malcolm e Sean já estavam prontos e a equipe se foi rumo ao festival de cinema suíço. Um pouco a frente Gina andava lado a lado com Malcolm que vestia seu terno preto típico para essas ocasiões.

Gina: Gabby vai para o Brasil - comentou mostrando seu celular para o segurança e chamando a atenção de Johnny que estava mais atrás e ainda assim ouvia nitidamente a conversa
Malcolm: que legal - ele deu um sorriso sincero - ela deve estar ansiosa pra encontrar a família - comentou com Gina que concordou.

Johnny andava com a cabeça abaixada, seus sapatos nunca foram tão interessantes, e por mais que ele não quisesse ouvir a conversa do casal de amigos a frente, seus ouvidos involuntariamente se prendiam a conversa. Era bom ter notícias dela, por mais que indiretamente.

Malcolm: sinto falta dela - ele disse com um certo pesar e o suspirou, ele também sentia- vou mandar uma mensagem, faz tempo que não conversamos - ele disse alegre e bobo pegando o celular do bolso de trás do calça social, nem parecia o sério guarda-costas do ator.
Gina: você é muito emocionado Malcolm!- brincou com uma gíria brasileira que Gabby usava e ensinou para os amigos - Nós conversamos por ligação tem uns dois dias! - relembrou e eles gargalharam
Malcolm: eu sei mas muita coisa pode ter acontecido em dois dias! - brincou respondendo em meio às risadas enquanto digitava em seu celular, provavelmente mandando mensagem para a atriz.

Entre as risadas, Gina olhou por cima dos ombros e seus olhos sem querer encontraram o de Johnny que ele rapidamente desviou, a de cabelos pretos deu um leve cotovelada em Malcolm que ainda tinha um sorriso no rosto mas logo desfez. E mais uma vez o coração de Johnny se quebrou ao meio, como todas as vezes que ele escutava o nome dela mas ele ignorou, precisava ignorar, ele estava trabalhando, ao menos ali ele não podia se deixar abalar.