Deixe a estrelinha 🌟
Quinta-feira, 8 de setembro
São 15h30 e estou a caminho de Minneapolis. Tenho que estar lá às 16h, mas, como na última vez que fiz esse percurso Krys e Sabi foram rezando por suas vidas, decidi sair mais cedo e diminuir minha velocidade para respeitáveis 120 quilômetros por hora. Sinto-me geriátrica.A escola de ensino fundamental que estou procurando fica a algumas quadras do prédio de Laura. Não demoro a encontrar.
Em algum momento na semana anterior, percebi que uma necessidade minha não estava sendo satisfeita. Então, falei com meu orientador sobre oportunidades de trabalho voluntário. Não entrei em detalhes porque não preciso de psicanálise. Além do mais, não preciso de ninguém para me dizer o que está errado. Eu já sei. É simples. Eu sinto falta de Grace.
O sr. Orientador me colocou em contato com uma escola de ensino fundamental em Minneapolis que trabalha junto com a Grant. Tem um aluno do quinto ano, Gabriel, cujo professor particular da Grant não vai estar disponível por duas semanas por causa de uma cirurgia. É aí que eu entro. Estou empolgada, porque, para ser sincera, tenho tempo livre demais. Não estou tendo dificuldades de acompanhar as aulas e trabalhar, e preciso de mais alguma coisa. Mais alguma coisa que me faça sentir bem. Mais alguma coisa é ajudar outra pessoa. Mas também sou meio egoísta, porque mais alguma coisa pode me ajudar de formas que as pessoas nunca vão saber nem entender.
Passo na secretaria, mas como já mandei meus documentos por e-mail alguns dias antes, eles me levam direto para o refeitório, onde o pessoal do programa extracurricular se reúne. A mulher da secretaria me apresenta à diretora do programa. O nome dela é Yonta e ela é simpática, mas mantém os olhos grudados em mim enquanto conversamos, como uma ursa protegendo os filhotes.
— Gabriel tem síndrome de Down. É um garoto muito doce… noventa e nove por cento do tempo. De vez em quando, ele tem crises.
— Parece com a maioria das crianças. Estou familiarizada.
— Familiarizada com crianças com síndrome de Down? — pergunta ela, parecendo duvidosa.
— Sim. Minha irmã. — “Mais familiarizada do que você pode imaginar”, penso.
— Ah, entendo. Sim, claro. Espero que você possa dar a atenção e paciência que ele merece.
— É por isso que estou aqui.
Ela faz que sim brevemente.
— Espero um relatório completo depois de cada aula, antes de ir embora, para que eu possa passar as informações para a mãe dele. Você vai me procurar se houver algum problema de comportamento?
— Posso fazer isso. Onde está Gabriel? Eu gostaria de conhecê-lo.
Ela inspira e expira. Vira-se lentamente e chama:
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Raio de Sol | Beauany | CONCLUÍDA
RomanceSegredos. Todo mundo tem um. Alguns são maiores que os outros. Alguns, quando revelados, Podem curar você... E outros podem acabar com você. "Faça épico", costuma dizer Any quando quer estimular alguém a dar o melhor de si. Nascida numa família-prob...