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Deixe a estrelinha

Terça-feira, 30 de agosto

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Terça-feira, 30 de agosto


O sino toca, e é instintivo olhar. Não é bem uma reação treinada, é mais curiosidade involuntária. Como Romero tinha um compromisso de manhã, estou trabalhando sozinho no café até ele voltar.

A primeira coisa que reparo nela é o quanto é pequena. Em seguida, reparo
nas roupas, no visual todo; ela não é daqui. A terceira é a cara feia para o sino pendurado na porta. Tenho a sensação de que ela tem uma história com esse
sino.

Ela é a coisa mais linda que já vi. O tipo de linda que faz você sorrir mesmo quando você não quer. Quando se aproxima do balcão, a cara feia some
e é substituída pelo sorriso mais genuíno e sincero do mundo. Sorrisos não são
sempre felizes, mas o dela é. É aberto, satisfeito e confiante. Ela parece simpática no sentido mais literal da palavra, como se você pudesse jurar que a conhece há anos e que ela sabe todos os seus segredos. E que ainda gosta de
você apesar disso.

Depois do que me dou conta que é uma pausa exagerada minha, dou um sorriso e ofereço o cumprimento padrão do café.

— Bem-vinda ao Grounds. O que posso servir pra você? — Percebo que pareço bem mais animado do que o habitual e limpo a garganta.

O sorriso dela se aprofunda, como se soubesse que isso é atípico para mim,
e, quando chega aos olhos dela, eles também sorriem. São do tom mais escuro do castanho e contam uma história única. É aí que tenho a confirmação do quanto essa mulher é bonita. Uma confirmação como uma pancada de um trem de carga; dos olhos ao sorriso, ao cabelo preto ondulado, ao corpo pequeno e excepcionalmente proporcional. Tudo nela é bonito.
Os olhos e a boca mágicos ainda estão sorrindo para mim.

— Bom dia.

A voz dela é tão sexy. Não consigo explicar o som, mas chega no fundo de
mim e se enraíza. É o tipo de voz que não exatamente se ouve, mas se sente. E, assim que a sinto, quero sentir de novo… e de novo. Percebo que estou tentando corresponder ao sorriso dela. O canto direito da minha boca se eleva.

— Bom dia para você. — Posso estar perdendo a cabeça, mas não quero que esse momento com ela termine rápido. Então, eu tento flertar. Coisa que não
faço há muito tempo. — Vou tentar adivinhar: cappuccino de caramelo com
leite de soja e sem creme?

A testa se franze um pouco e a cabeça se inclina delicadamente para o lado,
mas o sorriso não diminui.

— Então você é bom nisso? Em adivinhar o pedido das pessoas?

Raio de Sol | Beauany | CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora