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Deixe a estrelinha 💫

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Terça-feira, 23 de agosto

Acordo às 10h37, e até que estou me sentindo bem nesta manhã. Botar o
sono em dia é uma coisa que só tive o luxo de apreciar recentemente. O
conceito me é estranho desde, sei lá, toda a minha vida.

Laura deve estar no trabalho, então pego meu laptop e pesquiso um
mercado próximo. Tem um que dá para ir a pé. Pego o elevador até a academia
e corro por trinta minutos, depois tomo banho, pego a carteira e o celular e saio
para ir ao mercado. Quando saio do prédio, me vejo atraída pelo Starbucks
vizinho como uma mariposa é atraída pela luz. Não gosto de cafés metidos a
chiques. Gosto de lugares pequenos e simples. Mas já passei pela porta e minhas veias estão praticamente latejando. Peço um café preto grande, o que sei que os irrita porque eu devia usar a linguagem pretensiosa deles, mas tem séculos que não entro em cafés comerciais e estou desesperada por cafeína. Não tenho tempo de ler o cardápio gigantesco de bebidas cheias de frescura só para acertar o jargão do jeito que eles gostam.

Ouço a ladainha tradicional de perguntas.

— Leite, soja ou creme sem lactose?

— Não, obrigada.

— Alguma dose de algum sabor?

— Não, só preto mesmo. — Estou me balançando de ansiedade. E, quando
ela me entrega o café, o que tenho vontade de dizer é “vem pra mamãe”, mas o que digo de verdade é: — Muito obrigada. — E dou uma ênfase especial ao muito.

Encontro o mercado e compro o que consigo carregar até o apartamento.
Por força do destino, vejo uma cafeteira pequena de duas xícaras que compro
por quinze dólares na liquidação. No caminho de volta, seguro o saco de
compras com uma das mãos e a cafeteira com a outra como se fosse a porra do
Santo Graal.

Decido limpar o apartamento de Laura. Imagino que ela trabalha muito, porque está tudo sujo demais. Não sou a pessoa mais limpinha do mundo, mas concluo que é o mínimo que posso fazer para ajudar. Passo o aspirador e limpo
a cozinha e os banheiros até umas 17h, quando ela volta para casa.

Às 17h15, ela anuncia que está morrendo de fome porque não comeu nada o
dia todo e eu tenho que experimentar o japonês na rua dela. Não sou muito fã de
sushi, o que sei que é um sacrilégio entre algumas pessoas, e também sou
vegetariana. Isso já reduz minhas opções, e quando acrescentamos o fato de que não gosto de arroz, não sobra muita coisa para escolher. Claro que não quero ser grosseira, porque sou a hóspede, então digo:

Raio de Sol | Beauany | CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora