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Deixe a estrelinha 🌟

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Quinta-feira, 8 de dezembro


Sugar fez o aborto. Eu a levei até a clínica. Está feito. Acabou.

Deixei-a no nosso quarto no alojamento e levei comida e bebida. Ela me agradeceu, mas tive que ir embora. Não estou contra ela. Não estou julgando. Não mesmo. Mas meu estômago está doendo e não consigo parar de pensar em Stella. E se Lily e Josh tivessem tomado a mesma decisão?Nada de Stella.

A ideia de Stella não existir me dá vontade de chorar.

Corro até o carro. Quando chego na casa de Josh, ainda estou sem fôlego.

Não sei como é ter um ataque de pânico, mas deve ser parecido. Meu coração bate tanto que parece que vai se soltar do corpo. Sinto que estou perdendo a cabeça. É apavorante. Nunca me senti assim antes. Entro no apartamento dele e me curvo, com as mãos nos joelhos, tentando colocar oxigênio dentro dos pulmões e acalmar a mente, mas a única coisa em que consigo pensar é na não existência. E não consigo deixar de seguir o caminho em que a não existir é a mesma coisa que morrer.

Josh está ao meu lado em um instante.

— Any, o que foi?

Levanto o rosto.

— Stella. Preciso falar com Stella. — Estou inspirando com dificuldade. — Você pode ligar para ela? Agora?

Ele parece confuso, mas tira o celular do bolso e liga na mesma hora. Ele me leva até a cama enquanto o telefone toca.

— Oi, Melanie. Você pode botar Stella ao telefone, por favor? — Ele faz uma pausa enquanto espera. Sorri para mim, mas é com esforço. As sobrancelhas estão unidas. Eu o estou assustando. — Oi, meu bebê! Como está minha Stella?

Consigo ouvir a vozinha dela baixinho. Meus batimentos começam a desacelerar.

— Stella, Any quer dizer oi. Vou colocá-la ao telefone agora para ela falar com você.

Minha mão já está esticada, esperando desesperadamente.

— Oi, docinho.

— Oi, Any. O que você tá fazendo? — Ela parece tão adulta.

— Eu estava pensando em você e percebi que já tem alguns dias que não nos falamos. Como está a Miss Higgins? — Isso é bom. É disso que eu preciso.

— Está bem. Ela comeu maçã hoje. Ela adora maçã. — Ela arrasta a palavra “adora” por três segundos, e isso me faz sorrir.

— Que bom. Fico feliz por ela. O que você fez hoje? — Já estou conseguindo respirar normalmente, mas preciso de mais um minuto com ela.

— Melanie e eu fomos patinar no gelo, e ela leu o livro do pônei para mim, mas ela não lê tão bem quanto você. Ela não faz os barulhos de cavalo. É meio chato.

— Vou ler na próxima vez que nos encontrarmos, tá? — Sei que eu não devia fazer promessas que talvez não possa cumprir, mas não consigo evitar.

— Tá.

— Vou chamar seu pai. Tenha uma boa-noite, Stella.

— Pode deixar.

Depois que desliga, Josh segura meu rosto com delicadeza e me olha nos olhos. Ainda há preocupação no olhar dele.

— O que aconteceu, gata?

— Não sei. Acho que surtei. Desculpe. É que… tive que levar uma pessoa para fazer uma coisa hoje cedo… e foi difícil… me fez sentir… — Percebo que estou falando coisas sem sentido, então eu paro. Olho para o lindo rosto dele.

— Acho que tive meu primeiro momento de surto em relação a morrer. Me desculpe.

Sábado, 10 de dezembro

Noah e eu passamos a última semana e meia trabalhando na música dele e tocamos ontem para o restante da banda.

Noah decidiu (e por decidiu quero dizer que ele está determinado e nada vai impedi-lo) que quer gravar.

São 8h e ele já está ligando pela primeira do que tenho certeza de que serão muitas vezes hoje.

— Oi, Noah , o que está rolando em Portland?

— Portland está chuvosa. E Grant?

— Ainda não saí, mas eu diria que tem cem por cento de chance de estar fazendo um frio de congelar o cu.

Ele ri.

— Olha, não quero atrapalhar, mas eu queria ter certeza de que você está livre na semana que vem? — Ele fala como se fosse uma pergunta.

— Claro. Tenho provas finais essa semana. Acho que minha última prova é na quinta. Depois disso, estou livre. O que vai rolar, cara?

— Andei falando com o RSC sobre gravar essa música, e ele agendou um estúdio de gravação em Minneapolis na semana que vem.

— E os seus shows?

— Adiamos. Vamos na sexta de manhã e ficamos até a noite de domingo.

Ele não está perdendo tempo. É uma coisa boa, porque minha dor está ficando mais intensa mesmo com os remédios novos, e reparei que dói até para respirar às vezes. Meus pulmões não estão funcionando como deveriam. Não sei por quanto tempo vou conseguir tocar e cantar.

— Tudo bem. O pessoal vai estar pronto?

Noah é pura praticidade.

— Eles vão estar prontos.

— Tá. Uau, sem pressão, cara.

— Desculpe, Raio de Sol. Sei que é muita coisa para cobrar de você. Você vai ficar bem? Como está se sentindo? — Ele está se enrolando todo porque não quer dizer a coisa errada.

É hora de tranquilizá-lo.

— Estou bem, Noahk. O final de semana vai ser ótimo. Mal posso esperar para ver vocês.

— Mal posso esperar para ver você também. Ligo depois com todos os detalhes.

— Parece ótimo. Eu te amo, Noah.

— Eu também te amo, Raio de Sol.

Nós desligamos. Acho que também não consigo mais dizer tchau para ele.


✨✨✨

Oi meus amores, espero que tenham gostado do capítulo!

Não esqueçam de comentar e compartilhar a fic!

Bjjs, amo vocês 💙🥰

Raio de Sol | Beauany | CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora