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Deixe a estrelinha 🌟

Terça-feira, 18 de outubro

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Terça-feira, 18 de outubro

Quando chego ao trabalho, o sino da porta da floricultura tilinta levemente e sou recebida por dois pares de olhos que me avaliam com o que só pode ser descrito como preocupação extrema.

Eles grudam no hematoma que surgiu no
lado esquerdo do meu rosto enquanto eu dormia ontem à noite. Não está doendo tanto quanto doeu quando acordei, mas tem uma aparência horrível, da têmpora até o maxilar. O que dói mesmo é o resto do meu corpo… todo. Se eu pudesse colocar ibuprofeno em uma solução intravenosa, faria isso. Apesar de meu corpo ter aceitado me deixar dormir durante quase quatro horas, ficou chateado comigo de uma forma inédita quando o arrastei para fora da cama para ir à aula. Nem preciso dizer que meu corpo e eu não estamos nos falando hoje. Espero que possamos ser amigos de novo algum dia.

O rosto de Krys desmorona e lágrimas surgem nos olhos dele.

— Ah, Gabrielly, sinto muito. Olhe para o seu rosto.

Eu ainda não tinha visto Krys. Ele estava dormindo quando saí para a aula e não estava no quarto quando passei por volta de 12h para dar uma olhada nele.

— Krys, como você está? — Não quero falar sobre mim.

— Sinto que fui atropelado por um rolo compressor e abandonado no acostamento para morrer.

Consigo compreender perfeitamente.

— Ah, sem querer ofender, você parece ter sido atropelado por um rolo compressor, querido. — Os cortes no rosto dele não estão tão ruins quanto ontem à noite, mas o lábio inferior e a bochecha direita estão inchados e em tons nada naturais de vermelho e roxo.

Ele dá um sorrisinho.

— Eu só queria dizer obrigado de novo por tudo o que você fez ontem à noite.

— Não precisa, Krys.

Ele me dá um beijo na bochecha que está boa.

— É sim. Você é a primeira amiga de verdade que já tive, Any Gabrielly. E tenho certeza de que, quando eu estiver sentado em uma cadeira de balanço em algum lugar como um cavalheiro idoso impecavelmente vestido, vou repensar na minha vida fabulosamente bem-sucedida e saber sem sombra de dúvida que eu não poderia ter sido abençoado com uma amiga melhor do que você.

Se eu abrir a boca para falar, lágrimas vão sair junto. Eu não choro. Só faço que sim.

Krystian se vira e balança o dedo indicador na direção de Sabi.

— Adeusinho, rainha da dança — diz ele.

Sabina nem dá uma resposta espertinha.
Ela só parece triste. Sei, pela forma como Sabina está me olhando, que Krys contou para ela o que aconteceu. Tudo. Eu preferia que ninguém soubesse, mas pelo menos não preciso repassar tudo.

Raio de Sol | Beauany | CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora