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Deixe a estrelinha 🌟

Quarta-feira, 30 de novembro

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Quarta-feira, 30 de novembro

Noah e eu nos falamos no Skype. Ele toca para mim o que compôs. A acústica do ônibus não é ótima, mas é difícil segurar a emoção ao vê-lo expor a alma. Ele estava certo. Há muita raiva. Mas também há beleza, porque sei que é Noah em sua forma mais pura. Ele não está se escondendo. São só o violão intenso e palavras não filtradas. Esse tipo de pureza me leva às lágrimas.

Quando termina, também está com lágrimas nos olhos. Eu o deixo se recompor antes de brincar:

— Acho que você está com um pouco de raiva, cara.

Ele engole em seco.

— Você acha?

Balanço a cabeça.

— Não. Eu estava enrolando. Só precisava de um minuto. — Eu precisava. Ainda preciso. Engulo em seco. — Cara, isso foi incrível! Que tal acrescentar um violino para aliviar as tendências violentas?

Ele tosse e toma um gole da garrafa de água na mesa.

— O violino pode ajudar a diminuir a intensidade. Você sabe... Controlar a histeria.

Não estou com vontade de rir, mas ele precisa do encorajamento.

— Sou totalmente a favor de controlar a histeria com cordas. Você pode gravar o que fez no seu smartphone absurdo e mandar o vídeo para mim por e-mail? Tenho uma coisa na cabeça, mas preciso ouvir de novo.

— Pode deixar.

— Combinado. Eu te ligo amanhã. Continue compondo.

— Obrigado, Raio de Sol. Por tudo. Isso ajuda.

— A mim também, cara. Te amo, Noah.

— Também te amo.

— Tchau.

— Não vou mais dizer tchau. Eu te amo.

O Skype desconecta e a imagem dele desaparece.

Sexta-feira, 2 de dezembro

Não vou ao meu quarto no alojamento há alguns dias. Preciso pegar meu sabão em pó e lavar algumas roupas.

Enfio a chave na fechadura, mas a porta está destrancada. Isso é estranho. A regra básica dos alojamentos é manter sua porta trancada.

Sugar está deitada na cama, mas está acordada. Opto por dar um cumprimento simpático e digo:

— O que está rolando, Sugar? — Na verdade, sei que provavelmente não vou ouvir muito em resposta. Hostilidade e desdém não contam.

Raio de Sol | Beauany | CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora