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Deixe a estrelinha 🌟

Quarta-feira, 28 de dezembro

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Quarta-feira, 28 de dezembro

Estou com raiva hoje. Queria não estar. Droga, eu queria não estar… mas estou.

Fui ao dr. Connell pela manhã. Ele olhou meu prontuário, meus resultados de exames recentes e para mim. Não estava com a cara de paisagem. Eu pedi que não a usasse, porque, sinceramente, a essa altura do campeonato eu queria ver uma porra de pessoa não olhar para mim com pena nos olhos.

Josh está se esforçando muito para não fazer isso, mas até ele escorrega às vezes.

Então, pois é. Estou com raiva hoje. Com raiva.

Pra caralho.

Fiquei gritando com Deus em pensamento. “Por que tenho que morrer? Por que não pode ser outra pessoa? Uma pessoa que eu não conheça e que more longe?”

Sei que isso soa péssimo, mas é como me sinto hoje. E é por isso que ainda não posso voltar para a casa de Josh. Ele e Stella não merecem ver ou sentir esse tipo de raiva. Vou embora no sábado para San Diego. Comprei a passagem ontem e falei com Josh à noite, depois que Stella dormiu. Dizer que ele não aceitou bem seria minimizar. Ele desmoronou em um milhão de pedacinhos na minha frente.

Ele se esforçou muito para que isso não acontecesse. Vê-lo desmoronar assim, sabendo que eu era responsável por criar aquele tipo de sentimento no homem que amo com todo o coração… é, eu me odiei.

Então agora estou sentada no meu carro num estacionamento qualquer do centro de Minneapolis e não sei o que fazer.
E quando não sei o que fazer, falo com Noah. Eu não devia ligar para ele com raiva, mas estou sem ideias, e se eu não fizer nada nos próximos cinco minutos, vou surtar. Então, ligo para ele. Ele atende no primeiro toque.

— Raio de Sol, como estão as coisas?

— Não quero morrer — digo com uma voz desafiadora.

— Raio de Sol, o quê? — Ele está confuso.
É claro que ele está confuso. Ninguém começa uma conversa assim.

Repito:

— Não quero morrer, porra.

— Ah, merda, Raio de Sol. — Eu o ouço respirar fundo, algo fundamental para a conversa que está prestes a acontecer. — Fale comigo. O que está acontecendo?

— Estou morrendo, Noah . Não quero morrer. É isso que está acontecendo. — Aperto o volante com as palmas das mãos. — Puta que pariu! — berro. Eu só surtei com Noah duas vezes na vida, uma vez quando encontrei minha mãe pendurada no teto de casa e a segunda vez quando Gracie morreu. Noah não merece, mas sei que vai lidar com isso melhor do que qualquer outra pessoa.

— Calma, cara. Onde você está?

— Não sei. Estou sentada no carro em uma porra de um estacionamento no meio da merda de Minneapolis, Minnesota. — Isso foi hostil.

Raio de Sol | Beauany | CONCLUÍDA Onde histórias criam vida. Descubra agora