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A R I E L A

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A R I E L A

- Senhorita Petterson. - Sorrimos descaradamente um para o outro como se não tivessemos nos visto ontem mesmo ou trocado mensagem pela noite. - O que faz aqui?

- Trabalho. - Dou de ombros não querendo voltar ao assunto.

- Droga, achei que eu fosse o motivo. - Fala divertido.

- Quem sabe da próxima novinho.

- Doutor, precisamos de você. - Um dos enfermeiros fala ao seu lado e ele sorri.

- Com ela não precisa disso Ronan, mas obrigado.

Como? Não entendi nada e pelo jeito nem o enfermeiro. Anthony me puxa pela cintura nos levando até a bancada onde seu colega está tão intrigado com a sua fala como eu.

- Você é a detetive não é? - Indaga e afirmo. - Já te vi por aqui, imagino estar no caso da menina. - Sua expressão muda para completo teor de pena misturada a raiva.

Ronan é um homem bonito, alto, magro, de pele como avelã, olhos hipnotizantes que mais parecem duas esferas da noite de tão negros que são, assim como seu cabelo num clássico corte militar. Pelo início da corrente metálica que vejo em seu pescoço posso deduzir que serviu sim ao exército.

- Estou sim, uma crueldade. - Nego com a cabeça tamanha repulsa que sinto desse ser miserável.

- Pelo menos conseguirão prender o desgraçado que fez isso, certo? - Questiona.

- Com toda certeza. - Ele sorri esperançoso. - Cada dia mais perco um pouco de esperança no mundo.

Sinto a mão de Tony acariciar minha pele sobre a roupa e solto um suspiro baixinho tentando fazer com que todas aquelas informações não me inundem.

- Relaxa detetive, logo vocês o pegam. - Tentou me acalentar.

- Amigos? - Indaga o enfermeiro olhando de mim para o novinho que não me deixa responder.

- Ariela é minha namorada. - Como é que é? Não sei quem está mais em choque, eu ou Ronan.

Será que ele deixou claro isso no meio daquela nossa conversa e eu tonta que sou no quesito relacionamento a dois não percebi? Se duvidar é bem provável que isso tenha acontecido.

Mas espera, então somos namorados, tipo, namorados real. Ok, ok, não pira Ariela.

- Eu sou? - Pergunto de frente pra ele somente para confirmar minhas dúvidas.

- É sim. - O abençoado ainda sorri mostrando a covinha pra me desconcentrar.

- Nem eu sabia que estava namorando. - Afirmo.

Porém agora digo por pura implicância mesmo. Ah vai, se eu não fizer pelo menos uma brincadeirinha sobre isso não vai ser eu.

- Não está? - Dou de ombros escutando a risadinha do enfermeiro que só observava nosso papo no meio do corredor que por sorte não estava agitado.

- Desde quando estamos namorando?

Sua cara nesse momento é hilária mas continuo com minha pose de desentendida. Coitado, só mais um pouquinho vai.

- Desde que te avisei que iríamos no seu tempo mas que não seríamos apenas amigos.

Anthony está com a cara fechada criando um vinco entre as sobrancelhas, os braços fortes cruzados frente ao peito já se preparando e esperando minha reação negativa talvez.

- Então aquilo foi um pedido? - Depois de alguns segundos me encarando ele dá de ombros abrindo um sorriso ladino puxando meu corpo para perto do seu.

- Namorados? - Indaga pertinho quase em um sussurro sensual.

- Namorados. - Afirmo ganhando um selinho rápido.

Fala sério, não estou mais na idade de me importar com aquele lance de pedido de namoro mesmo, na verdade as pessoas fazem isso hoje em dia? Brasileiros sei que não é acostumado com isso e alguns americanos se saírem algumas vezes e suas línguas se entrosarem já saem dizendo que estão juntos.

- Alguém já falou como vocês são bonitos juntos? - Olho para o lado e vejo Ronan nos encarando e sorrindo todo feliz. - Parabéns cara, vejo que essa é a razão da sua felicidade nos últimos dias.

- Com toda certeza ela é. - Mumura e por dentro me derreto toda.

Ah Deus, tinha que fazer ele tão perfeitinho assim? Sério mesmo.

- Agora mesmo que vou espantar as mães de perto de você cara.

De canto de olho vejo Anthony murmurar algo inaudível e baixar o olhar, então foco toda a minha atenção no enfermeiro.

- Então quer dizer que muitas mães da em cima dele? - Ronan olha de mim pra Anthony e abre um sorriso malandro, como quem vai aproveitar o momento para descontar algo.

- Sempre, uma vez uma delas tentou o beijar no estacionamento. - Seguro o riso que está querendo sair com tudo.

- Bom saber disso. - Murmuro com um sorrisinho de canto maldoso.

- Mas eu limpo a barra dele o tirando das situações. Sabe como é né, não me importo de ajudar as mães necessitadas em seu lugar. - Diz todo convencido.

Não aguento e explodo numa gargalhada com ele, esse cara é legal.

- Gostei de você Ronan, sério.

- Acho que ganhei uma aliada aqui Dr. Ross. - Ele implica ainda rindo porém Anthony só nos observa.

- Nem quero imaginar os dois juntos, eu estaria fudido. - Abro um grande sorriso pra ele que engole em seco.

- Então está oficialmente fudido por que Ronan é meu mais novo amigo. - Implico e ele cerra os olhos.

- Quer saber... vem comigo. - Sem esperar o homem começa a me puxar e olho pra trás vendo Ronan gargalhando da situação.

- Boa sorte. - Escuto ele gritar ao longe.

- Posso saber onde está me levando? - Indago divertida mas não tenho resposta além de um olhar profundo.

O sigo pelos corredores sob os olhares de seus colegas vendo que alguns estranham a situação até pararmos em frente a uma porta num corredor mais vazio e ele me joga lá dentro me agarrando pelas costas depois de eu escutar apenas o click de uma porta sendo trancada.

- Não acredito. - Murmuro sorrindo e logo recebo beijos pelo pescoço exposto. - Vocês transam mesmo nesses quartinhos? - Digo já ofegante.

- Na verdade nunca tentei, não gosto de misturar as coisas.

- Certeza?

- Absoluta.

- Pode ser uma ótima experiência. - Sussurro deixando o fogo tomar conta de mim. - Porém rápido, não posso demorar.

- Será ótimo estreiar o lugar com você minha morena. - Murmura baixinho em meu ouvido e me arrepio por completo.

Pelo jeito tem vantagens de se namorar um médico. Puta merda. Estou namorando real oficial. Nem eu acredito ainda.

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Destinada a ser minhaOnde histórias criam vida. Descubra agora