• 2 •

6.9K 538 46
                                    

A N T H O N Y

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A N T H O N Y

- Acorda bela adormecida.

- Caralho. - Grito ao ver o horário do relógio e me levanto catando a blusa e sapatos perdidos pelo chão.

- Ta atrasado merdinha. - Nell fala, quer dizer, grita.

- Filho da mãe.

Ter um grande amigo como ele tem suas vantagens e desvantagens.

Como essa manhã.

Pelo que me lembre enchemos a cara ontem e desmaiei no seu sofá enquanto ele estava com uma loira no calcanhar. Ainda bem que apaguei, não sou obrigado a ouvir os gritos dela durante a noite.

Saio atropelando todos e vou para casa me arrunar correndo antes de chegar ao hospital, pra minha total sorte ou falta dela moramos perto.

Trabalhar como médico sempre foi um sonho, mesmo não tendo nenhum na família.

Brinco que herdei esse gene de mim mesmo.

No início sonhava com neuro e acabei na pediatria. Pois é, mirei no Shepard e acertei o Karev. Enfim, brincadeiras a parte, as vezes nem eu mesmo me entendo, mas essas crianças me encantam. O tanto que elas lutam ainda tão pequenas para conseguirem sobreviver é como mágica, é surreal.

Ali tive total certeza que Deus existe. Tem momentos que nem nós médicos conseguimos explicar a recuperação ou reviravolta no caso de um paciente.

Hoje o dia está agitado, atendi algumas crianças na emergência, já avaliei algumas na UTI neo natal, e agora estou assistindo um parto e a espera do bebê. A médica estava com receio de algo acontecer com a mãe por conta de alguns fatores decorrentes da gravidez então vim auxiliar com o pequeno, assim todos recebem a atenção necessária.

O que não contava era uma louca desvairada surgir no meio e começar a falar sem parar. Nem os enfermeiros ou internos conseguem segurar a risada com ela, mas acho que é impossível.

Depois de examina-lo saio pelo corredor e encontro a mesma louca que se eu escutei bem se chama Ariela.

Lindo nome e combina com o mulherão a minha frente. Morena alta, um corpo que faz qualquer homem cair ao seus pés até mesmo dentro dessa roupa hospitalar. Acho que não vou esquecer tão cedo a bunda dela empinada na minha direção quando a mesma falava sem parar com a irmã.

Porra de bunda do caralho.

Vinte e oito anos de pura beleza. Suas íris castanhos escuras se chocavam com as minhas constantemente e quando ela cruzou os braços em frente ao corpo quase declarei nocaute ao ver os seios empinado tomando frente.

O pior é que a bendita não sai da minha cabeça desde ontem. Qual é Deus, me ajuda nessa. Acho que nunca me fissurei tanto em uma única mulher que nem ao menos conheço e que provavelmente nunca mais irei ver.

Não sou um puto desvairado como Nell, mas sou solteiro desde sempre, o máximo que cheguei a ter foram casos ocasionais e rápidos. Nunca tive vontade de me amarrar a alguém que conheci. Quando isso acontecer quero que seja com a pessoa certa.

Sabe, aquela que vai fazer meu coração acelerar e me deixar de quatro como meu pai é pela minha mãe desde sempre. Que não vou conseguir tirar da cabeça, que vou sorrir ao lembrar dela.

Pareço um otário falando assim, mas não sou. Apenas não tenho medo de ter um relacionamento pro resto da vida como alguns homens, e quando essa bendita mulher chegar pode ter certeza que não vou deixar escapar.

×××

- Que lugar é esse cara? - Pergunto a ele assim que achamos uma mesa.

Parece um karaokê meio bar, e ainda tem como se fosse uma pista de dança no meio em frente ao palco. Ainda nem me recuperei da bebedeira de anteontem e ele já me arrastou pras ruas de novo, sério, tem dias que o odeio.

Só Nell mesmo pra inventar de vir em um lugar inusitado desses, mas também só em Nova York pra encontrarmos um lugar assim.

- Relaxa cara. - Ele acena pra um garçom e pedi algumas cervejas. - Uma amiga me falou do lugar, parece que os donos são brasileiros.

- Amiga? - Gargalhei até não querer mais.

- Sério porra, é amiga mesmo, e ainda por cima é mais velha.

Finjo que acredito e passamos um bom tempo conversando e falando do trabalho.

Conheci Nell Anderson em uma balada qualquer de Nova York e desde então esse filho da mãe não me abandonou mais.

No auge dos seus vinte e cinco anos ele aproveita a vida como ninguém, e se eu te contar que o desgraçado é policial e dos bons você não acredita. Mas ele é. Ainda por cima enfiou na cabeça que vai ser detetive. Quero só ver.

- Pirralho. - Escuto o chamarem e ele levanta com o maior sorrisão no rosto.

O infeliz ainda é bonito, não tem como eu não admitir. Sou homem mas vamos combinar uma coisa, minha masculinidade está muito bem obrigado, então tenho o direito de admitir quando um outro cara também é bonito.

Só não falo pra ele por que o ego já está muito alto e por que claro eu sou mais eu.

Olho pro lado e a encontro, não acredito.

Ariela.

Usando um vestido azul contrastando perfeitamente com sua pela morena clara que me fez engolir em seco ao ver suas longas pernas esguias e douradas acima do salto, sua cintura marcada pela roupa deixando mais solto no quadril e dando margem pra minha imaginação.

Desde quando observo roupa de mulher assim?

- Mulherão. - Ele grita e eu não entendi nada que ele falou por ser em outro língua.

- Pirralho, pirralho, te quero inteiro amanhã em. - Inteiro? Como assim meu Deus?

- Claro chefe. - Que?? Estou perdido nessa conversa. - Senta com a gente.

- Doutor novinho. - Ela exclama ao me ver e deixa um beijo rápido na minha bochecha que nem tive como reagir.

Essa mulher é louca.

- Ariela não é? - Indago.

Ela se senta a nossa frente junto com uma morena que não tem cara de americana. Mas bonita pra caramba, porém a louca me chama muito mais atenção.

- Isso mesmo, essa é a Isabela, e você? - Duas cervejas que nem sei de onde veio chegaram pra elas.

- Anthony, prazer. - Sorriu e vejo ela olhar pra covinha que tenho no rosto do mesmo jeito que olhou ontem. Já percebi que gostou disso.

- Se conhecem? - Nell indaga.

- Ele presenciou eu falando merda no parto do Gael. - Esclarece e meus olhos não conseguiram mais sair das suas íris castanhas pelo resto da noite.

 - Esclarece e meus olhos não conseguiram mais sair das suas íris castanhas pelo resto da noite

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Destinada a ser minhaOnde histórias criam vida. Descubra agora