A R I E L A
Que caralho foi que aconteceu essa madrugada, por que nem eu entendi ainda. As palavras de Nora ficaram recorrentes em minha mente por horas como um disco riscado, se repetindo sem fim.
E sabe de uma coisa, eu realmente não sou uma pessoa traumatizada romanticamente, nunca levei um pé na bunda doido, nunca fui traída por exatamente nunca estar oficialmente com ninguém, nunca nem chegaram perto do meu coração para ele ser pisado. E nem fodendo que eu, Ariela Mendes Petterson iria deixar um medo bobo me abater.
Precisei de algumas horas e umas boas doses de álcool pra ter o mínimo de coragem para expor algo a ele? Sim, precisei, mas consegui no final não foi. Eu realmente abri a boca para falar sobre o assunto e mesmo achando que disse nada com nada Anthony como sempre me entendeu.
Agora estou aqui deitada a uns bons minutos o analisando dormir ao meu lado, coisa que nunca fiz só para deixar claro. O rosto sereno tão próximo que sinto sua respiração quente bater contra minha pele, dedilho sua mandíbula com a baixa barba loira espetando e passo a mão de leve pelos seus cabelos macios enquanto seus braços estão enrolados a minha cintura possessivamente como se eu fosse fugir a qualquer momento.
Ê homem lindo dos infernos.
Acho que vou seguir meus próprios conselhos. Se jogar no que estou sentindo, não custa nada tentar não é mesmo? Vamos ver no que isso tudo vai dar, e pelo que vi ontem, esse novinho não desiste fácil, o que é ótimo por que eu posso ser um pouco difícil. E também tudo isso pode ser somente uma enorme atração, nada além disso.
- Acabou a análise morena? - Escuto sua voz rouca e sonolenta, seus olhos se abrem lentamente carregado de preguiça se acostumando com a luz.
- Ainda não novinho. - Sussurro brincando.
Ele sorri fechando os olhos novamente, seus braços me apertam ainda mais e afunda seu rosto em meu pescoço.
- Porra, isso é bom. - Sussurra e eu me arrepio toda como uma adolescente boba.
- O que?
- Acordar com você. - Ele afasta a cabeça para me fitar.
- Não me acostuma mal doutor.
- Quero que se acostume mesmo.
Abre um sorriso safado que me derrete ao ver as covinhas lindas, filho da mãe, sabe que elas me desmancham por completo.
- Toma banho comigo? - Indaga acariciando meu rosto com o nariz.
- Só banho? - Pergunto já rindo.
- Um banho gostoso que vou te deixar muito excitada e jogada contra a parede enquanto seguro sua bunda gostosa e te como forte.
Porra, caralho, puta que pariu. Se estivesse usando calcinha ela já teria se desmanchado depois dessa, fala sério, ainda com a voz mais rouca que o normal. Não domorei nem dois segundos para aceitar sua oferta.
×××
Saímos enrolados nas toalhas ainda aos beijos e amassos, porém uma voz nos faz parar.
- Casal, acorda ai. - Escuto Jessi falando baixo, ao menos tentando.
- Abre essa porta porra. - Nell grita escancarado e escuto o tapa daqui junto com resmungos.
Sério, se ele não dosar o que fala vai ficar sem o braço de tanto tapa que recebe de Jessi a cada furo que ele dá.
- Ah, não acredito. - Anthony reclama e bufa contrariado.
Colocamos nossas roupas rápido escutando murmúrios do outro lado da porta e assim que a abro os quatro quase caem dentro do quarto.
- Estou namorando. - A voz de Isabela se sobrepõe eufórica e eu fico de boca aberta.
- Porra, esse é meu casal. - Digo animada, até demais vendo a carinha feliz e animada dela.
- Olha a cara de quem deu a noite toda. - Nell fala me fitando e recebe um murro no braço agora meu.
- Me respeita pirralho.
- Violenta. - Faço careta.
- Não sei por que está implicando Nell, ou quer que eu conte que tentou me atacar durante a madrugada. - Jessi fala tranquilamente e caimos na gargalhada ao ponto da minha barriga doer.
- Onde eu estou me enfiando? - Jack murmura.
- Que eu saiba o bonito está enfiando em mim. - Essa é a sutileza da minha prima.
- Vão tomar no cú. - Chamo a atenção deles. - Por que estamos conversando no corredor e não na mesa do café da manhã? Por que depois de beber tanto ontem é impossível que só eu precise de um bom café.
- Seus pais me adotaram mas não sou íntima ainda, estou te esperando.
- Quem vê até pensa que é santa.
Rolo os olhos pelas farpas de puro tesão que sai dos dois e um braço passa na minha cintura me puxando para colar em seu corpo quando descemos as escadas ainda rindo. Uma coisa tão mínima que pareceu tão normal, tão natural e... bom.
Estranho.
- Até que enfim os casais se acertaram. Viu Richard, avisei que isso aconteceria.
- É, ele avisou. - Murmura vendo os irmãos Ross agarrados as suas meninas.
Sinto o ciúmes de longe.
- Sentem, devem estar morrendo de fome. - Sutileza não faz parte dessa família.
- Sutil em. - Isa murmura arrancando o que está em minha mente.
- Isso não faz parte de mim querida. - Ainda dá uma piscadela marota pro seu lado.
Meus pais são super receptivos e o café da manhã virá festa com as novidades e uma conversa em cima da outra como se não tivéssemos conversado a noite toda.
Os dois sempre foram assim, acho que por sofrerem desde sempre por olhares preconceituosos eles trazem esse lado mais gentil com pessoas que trazemos pra casa. Mas não estranhe, por que o meu pai Richard tem quase um terceiro olho e sempre fica de um jeito diferente perto de pessoas que ele desconfie. Não é atoa que seu negócio dá tão certo, o faro ali nunca erra.
- Espera, então temos aqui duas arquitetas, um advogado, um policial, uma detetive formada em direiro e um médico. Se juntar o resto da mais outra arquiteta, meu empresário grandão e outro psicólogo como eu. Já estou amando essa mistura toda, posso fazer uma reforma, passar mal, ficar doido ou ser preso que estou de boa.
Caímos na gargalhada. Meu pai Marcus é totalmente fora da caixinha real oficial. Ele é contagiante, por isso meu pai Richard mesmo sendo sério foi infectado por ele e hoje é bem mais solto e alegre, afirmação do próprio.
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Destinada a ser minha
Dragoste- Naquele momento percebi como seria fácil me apaixonar por ela. Ariela gosta de viver a vida adoidada, muitas vezes mostra estar feliz por fora quando está uma confusão por dentro. Porém ela vê sua vida mudar de cabeça pra baixo quando um doutor se...